Paulo Rk

Paulo Rk
Contemplação da mente

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

'Escrevo logo existo’, tão eu, essa frase!

Eu gosto de fazer muitas coisas na minha vida, mas sempre tem aquela que nos identificamos mais, no meu caso, é escrever!
Eu sei que não sou nenhum escritor, mas na verdade aprendi na vida que não preciso ser necessariamente um escritor para ‘escrever a minha vida num pedaço de papel ou num espaço virtual’ revelando e compartilhando a minha própria intimidade para quem nunca me viu antes ou ao menos e  se quer sabe quem sou eu.
Tem muita ‘magia’ no ato de escrever, neste ato eu posso transmitir toda a minha essência verdadeira para quem nunca me viu, ou mesmo fazer chorar ou rir conforme minhas palavras às pessoas desconhecidas.
É um poder absoluto, vou relatar uma experiência que eu vivenciei em minha vida e que carregarei por toda a minha vida e quem sabe muito além do tumulo, pois mexeu muito comigo!
Estava no ensino médio, era uma tarde fria e estava me sentindo muito mal comigo mesmo, nada físico, uma condição extremamente espiritual.
Naquela época não conhecia a filosofia budista e nem dava importância aos assuntos espirituais, porque se quer dava conta da minha “vida material”, então por que me importaria com os assuntos subjetivos da espiritualidade?
Faltava pouco menos de dez minutos para irmos embora e todos ansiosos falavam alto, gritavam e tacavam bolinhas de papel uns nos outros, detalhe, a professora parecia indiferente com a nossa reação, pois ela própria estava ansiosa para ir embora.
E eu quieto sentado no fundo perto da janela, esperava desesperadamente o sino tocar, observava a paisagem fria lá fora.
Quando de repente o sino toca e os estudantes como uma manada de elefantes enlouquecidos, saíram da sala de aula, e eu peguei minhas coisas lentamente, sem pressa para nada, mas depois de pegar o meu material que estava de baixo da carteira passei as mãos para me certificar se não tinha deixado algum pertence pra trás, como tinha acontecido na aula do dia anterior que tinha deixado um estojo novo para algum felizardo.
Mas qual foi a minha surpresa ao encontrar cinco folhas de  papeis de caderno universitário escrito a caneta e com um desenho de um diamante  na capa, dizendo que somos todos diamantes.
Achei curioso o ‘achado’ e fiquei empolgado em chegar em casa  pra ler o seu conteúdo!
Nem tomei o meu lanche que minha mãe tinha costume de preparar assim que voltasse da escola, ela até estranhou, fui correndo pro meu quarto e nem preciso dizer que aquela leitura mudou o meu humor, de depressivo se tornou pura motivação.
O que era triste ficou de repente feliz através do conjunto de palavras que formam uma frase completa, expressando a visão e um pensamento de uma pessoa desconhecida que me ajudou a ficar feliz nos dias seguintes e até hoje, em minha vida.
Neste texto o autor ou autora dizia que todas as dificuldades mundanas eram passageiras e que não deveríamos perpetuar ou nos apegar aos sofrimentos que as dificuldades nos proporcionavam, pois isso nos enfraquecia e nos corrompiam por dentro.
E o texto continuava dizendo que temos nossos valores intrínsecos, pois somos como diamantes, brutos e eternos, precisando somente ser polidos ou lapidados pela vida, para que possamos revelar nossos verdadeiros valores.
E que a vida por mais difícil ou complicada que possa ser tem uma razão de ser, elas nos forjam para que possamos ser fortes e resistentes como os diamantes são!
Obviamente que o autor ou autora desconhecida escreveu conforme a sua própria literatura pessoal, que achei muito eloqüente e nem preciso dizer que aquela literatura despertou algo dentro de mim, que está aceso até hoje e acredito nunca ninguém ou vicissitudes da vida irá apagar.
Foi maravilhoso ter encontrado aquelas folhas de cadernos escritas a mão e a caneta, até hoje gostaria de encontrar a pessoa que escreveu tão lindos pensamentos naqueles pedaços de papeis e fico ainda mais intrigado, ao tentar imaginar o ‘por que’ a pessoa escreveria tão belas verdades, deixando ali com o propósito nobre de ajudar a quem realmente estivesse precisando de algum conforto, no caso eu mesmo!
Certamente que eu li e reli por vários dias seguidos e cada vez que mais me convencia que vale muito a pena estarmos vivos e passarmos por todas as dificuldades pelos quais estamos passando, porque afinal de contas, e segundo aquela maravilhosa literatura, sofrimentos são necessários para revelarmos os nossos próprios valores inerentes.   
E quando me convenci daquelas palavras contidas naquele texto, resolvi cumprir com a bela missão do autor desconhecido e deixei aquelas cinco folhas debaixo de uma carteira com o propósito de que alguém muito angustiado a encontrasse e aliviasse a sua dor seja lá qual fosse.
Posteriormente a este curioso fato em minha vida, conheci o budismo que menciona que próprio Buda salva as pessoas através das palavras, achei muito relevante com tudo que aconteceu comigo até conhecer a própria filosofia budista.
Hoje procuro desenvolver o meu próprio estilo de escrita, não me atentando a regras gramaticais ou palavras bonitas, mas me preocupando principalmente de que as pessoas me compreendam, explorando cada função das palavras, formando frases com o intuito de despertarem nas pessoas coisas boas, pois para quem não sabe palavras tem este poder de despertar sentimentos bons nos outros.
Mas cuidado, palavras mal ditas podem despertar sentimentos ruins de ódio, portanto vamos aprender a dominar esta arte acessível a todos, aprender nos comunicar fazendo o melhor uso das palavras que tem o poder de revelar a nossa verdadeira realidade intrínseca da vida e capacidades inerentes como seres humanos e da própria vida.
Escrever se tornou para mim um hobby, uma higiene mental um momento “tão eu” que me permito brincar comigo mesmo dizendo a todos, ‘escrevo, logo existo’!

Paulo RK 

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