Paulo Rk

Paulo Rk
Contemplação da mente

terça-feira, 25 de outubro de 2016

A morte da prima!

Estranho ‘muito embora’, eu afirme com certa convicção para algumas pessoas que não tenho medo da morte, não posso negar que ela “cause” qualquer sentimento estranho ou repulsa dentro de mim.
Uma sensação de que não somos eternos, pelo menos neste mundo e que todos teremos o nosso fim um dia ou assim que nossas datas de vencimento chegar.
Sim somos iguais a tudo que criamos neste mundo, iguais os produtos de consumos manufaturados com suas datas e validades pré-determinadas, assim que saem das fábricas.
Nós estudamos e lemos muitas teorias, principalmente teorias religiosas e filosóficas sobre a morte, para nos confortar e tentamos pelo menos nos convencer de que a vida aqui neste planeta é provisória, temporária e efêmera e que todos nós um dia partiremos.
Mas não é fácil porque a vida é real e acontece bem a nossa frente, quando tudo de repente é interrompido e uma realidade deixa de ‘acontecer’ ou muito pior deixa de existir bem a nossa frente, nos causando certo temor por estarmos vivos!
Para ser sincero com todos vocês, recebi a notícia que uma prima faleceu, não sou muito intimo com os meus parentes, porque cada um seguiu o rumo de suas vidas depois de crescidos, e todos atarefados não dispõem de tempo para com seus próprios familiares, prefiro acreditar nesta teoria, que convenientemente formulei dentro da minha mente, me livrando da responsabilidade e compromisso que deveria ter com meus familiares.
A questão é que tal noticia me fez lembrar de quando éramos criança e ela vinha aqui em casa para brincarmos, daí todo tipo de pensamento surge em nossas mentes, porque se não me engano essa prima é um pouco mais velha que eu e mesmo assim morreu jovem.
Se quando uma pessoa idosa morre a gente não fica feliz, mas de certa forma ficamos mais conformados do que quando pessoas jovens desencarnam, fato.
E pra dramatizar ainda mais, não sou de ir em velórios nem mesmo de amigos, por medo ‘talvez’, pois não me agrada em ter nas minhas lembranças a imagem do que não acredito, prefiro lembrar das pessoas que amei aqui na terra enquanto vivas, boas lembranças, porque acredito que quando deixamos esta vida, o corpo passa a ser apenas um recipiente e não nos representará mais quando não mais estivermos encarnados nele, mas estou curioso em saber o que aconteceu com ela, e o meu orgulho, que me faz sofrer tanto me impede de perguntar para as minhas tias.
Posso estar parecendo uma pessoa fria, sem sentimento, mas não, estou apenas expondo uma crença pessoal e expondo o meu lado fraco, que tanto me faz sofrer.
Para o momento estarei orando para a minha estimada prima, nas orações budistas dedicada em memória aos nossos entes queridos e antepassados!
A grande lição que fica da morte é que precisamos viver a vida intensamente sem os limites das nossas ignorâncias ou quaisquer ressalvas que nos impeçam de sermos felizes em vida, como no meu caso, do orgulho de não querer perguntar para as minhas tias o que aconteceu com ela.

Paulo RK 

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