Paulo Rk

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Contemplação da mente

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Dificuldades que tenho de ser eu mesmo dentro de uma sociedade medíocre e hipócrita!

Antigamente quando mais novo me considerava um alienígena, porque me sentia muito diferente das pessoas do meu entorno, e não estou falando no aspecto fisionômico por ser filhos de japas, mas no aspecto cultural e comportamental da minha educação.
Primeiro porque meus pais nunca embutiram nos seus filhos sentimentos de preconceitos, e nos fizeram acreditar desde muito cedo que somos todos iguais perante a condição de sermos humanos.
Então eu cresci, tive que freqüentar escolas, faculdades e trabalhos, nem preciso mencionar que foi inevitável o choque cultural que tive.
Primeiro porque percebi na pele como são cruéis as ‘maldades infantis’ nos primeiros anos de escolas, quando outras “criancinhas” zombavam de mim por ter olhos puxados, e ter a pele clara em demasia com cabelos super negros, cujo contraste com as outras criancinhas era inevitável, pra “foder” ainda mais a minha mãe cortava o meu cabelo tipo tigelinha, sendo motivo de muitas brincadeiras sem graças de coleguinhas maldosos, até o meu cabelo crescer.
Na faculdade já estava amadurecido, calejado com tudo que tinha aprendido nas minhas fases anteriores do ensino fundamental ao médio, mas não completamente liberto das ignorâncias do povo que pouca educação ou nenhuma educação foi herdada de berço.
Mas mesmo assim no ensino superior o meu comportamento foi bem diferente em relação aos colegas de classe e perante as pessoas do meu convívio social, porque além do meu amadurecimento, e da educação de berço, eu conheci a filosofia budista a qual me identifiquei pra “caralho” e decidi ter um ‘norte’ em minha vida, que não me permitisse me perder ou sofrer  no mar das ignorâncias das pessoas.
Lembro no primeiro semestre quando fui puxar conversa com uma garota na faculdade, não por ter interesse sexual ou qualquer outro interesse com segundas intenções e que não fosse amizade, ela olhou pra mim e virou a cara dizendo não gostar de japoneses, em outras épocas, tal acontecimento seria o suficiente para eu trancar a matricula e desistir de cursar o ensino superior.
No entanto tudo que não nos mata nos fortalece, “criei” defesas em relação a essa gente medíocre, racista e preconceituosa, fui sentar no fundo da classe, como de costume, eu sempre amei essa parte da classe, o ‘fundão’, reunindo algumas pessoas legais de mentes abertas e de repente “promovi”, ataques provocativos e psicológicos contra a garota que tinha me desprezado no inicio do semestre, pra variar o ‘pessoal do fundão’, era sempre mais atuante na classe e interagia com todos os professores, chamando a atenção de todos da classe pelas notas altas, inclusive dessa garota estúpida que se achava a tal, no final do antepenúltimo semestre ela veio falar comigo com um sorriso de piranha, quanto a mim agi normal, poderia ser tão grosso quanto ela, mas preferi manter a minha educação superior ao dela.
São nesses aspectos comportamentais que avalio a superioridade ou inferioridade nas pessoas, riquezas materiais ou belezas externa não dizem muito sobre quem são as pessoas por dentro, mas com toda certeza comportamentos hostil através do próprio comportamento entre as pessoas nos revelam muito sobre elas mesmas.
Meus pais sempre me ensinaram que somos todos iguais, todo ser humano somos muitos parecidos, todos temos nossos sonhos, objetivos, medos e algo muito em comum, todos queremos muito ser felizes neste mundo.
E não podemos ser felizes deixando de ser quem somos de fato, por outro lado e pela própria ignorância das pessoas não posso sair falando tudo que penso.
Ainda que as minhas palavras não sejam ofensivas, me sinto como se estivesse engolindo um boi por temer a reação de algumas pessoas primitivas, que não tiveram o básico da educação.
Tem muita gente “vomitando” preconceitos e desprezos de todos os tipos contra a sua própria humanidade, e sendo tão desprezíveis com elas mesmas, penso o quanto serão desprezíveis com as outras pessoas ao escutarem realidades que elas não estão preparadas para aceitar como sendo normal.
E por mais que eu tenha amadurecido e me fortalecido com o advento do próprio amadurecimento, não quero passar novamente por esse desgosto, os mesmos sentimentos de testemunhar que as criancinhas do passado, se tornaram em pessoas piores depois de adultas e não melhores acho que não tenho mais saco para isso, apesar de ter psicologia, mas confesso prefiro fugir desses adultos boçais que a despeito de estarem envelhecendo fisicamente, mentalmente elas continuam a mesma criança mal educada de 10 anos, cujos pais tinham o habito de desprezar e se quer deram o básico da educação para que pudesse quando mais velhos coexistir pacificamente com todos.
Por esta razão tenho muita dificuldade de ser eu mesmo, não por vergonha ou timidez como foi no passado, mas com medo pela própria discriminação preconceituosa desse povo que não tiveram o mínimo da educação de berço.

Paulo RK 

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