Paulo Rk

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Contemplação da mente

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Experiência traumática da minha patroa na zona leste!

Todas as vezes que tenho que esperar pessoas (clientes) ou quando estou nas filas de algum banco lerdo para pagar várias contas dos meus patrões, ‘desenvolvi’ uma técnica para passar o meu precioso tempo sem maiores desgastes emocionais.
Antes levava minhas bugigangas eletrônicas para poder me ajudar a tornar amena a odiosa mania que as pessoas possuem de nos fazer esperar, seja no atendimento nos caixas bancários ou nas recepções dos hotéis, mas para me poupar dos desafetos dos guardas patrimoniais do estabelecimento bancário deixei de levar produtos eletrônicos, pois vocês não fazem à idéia dos transtornos que estava me causando na porta giratória, travando todas as vezes que eu passava e o pior pessoas bufando atrás de mim e olhando feio em minha direção.
Sem mais delongas, revelando o meu “segredo”, desenvolvi o ato de ‘observar’ pessoas do meu entorno, obvio que o meu “ato” é muito discreto, afinal de contas não gosto de deixar ninguém constrangido seja de que forma for, principalmente no olhar, pois odeio pessoas estranhas que ficam nos encarando por longas horas.
Acho uma indelicadeza, uma ‘puta’ falta de educação, então ao “desenvolver” tal técnica para passar o meu tempo com mais qualidade de vida, tive também que aprender a disfarçar muito bem, não sendo um problema já que meus olhos são amendoados, ou pequenos, dando a impressão que estou com os olhos fechados ou dormindo em pé, ao contrário dos olhos esbugalhados e enormes dos brasileiros. (risos)
Mas não observo apenas para observar, ‘fala sério’ e não querendo ofender ninguém, ‘eita povinho mais feio’ que tem aqui na Zona Leste de São Paulo, me incluo também nesta lista dos mais ‘feios, pobres e nada famosos’.
De cara dá pra entender o “preconceito” que o pessoal da Zona Sul tem quando vem para a minha querida zona leste, outro dia um dos meus ricos patrões e sua ‘fresca’ esposa, fizeram uma visita aqui perto na ‘Itaquera City’, no centro de Itaquera, vieram com o intuito de comprar qualquer coisa numa loja grande de bugigangas e utensílios domésticos, pois é os ricos criticam pobres, mas adoram fazer compras nessas lojas de um real e ‘vou logo avisando’ não compram poucas coisas não, enchem seus carros de tranqueiras para depois dizer que a vida está difícil para falarmos sobre aumentos salariais, ‘ahammm deus tá vendo, seus miseráveis’! (risos)
Mas sem problemas, ‘estou mesmo acostumado a ser enrolados por patrões com segundas intenções’, mas o fato real deste meu texto, sobre a vinda deste “casal bonitinho” para este lado pobre da Zona Leste pela primeira vez, é que foi diversão garantida para mim, ao escutar o testemunho de duas pessoas que pareciam nunca ter visto gente pobre e feia em todas as suas vidas e conforme suas próprias palavras.
Pra começar meu patrão mencionou quando estava chegando perto do estádio do Itaquerão, começou a sentir cheiro de estrume de vaca!
Como assim?
Acho que ele andou fumando maconha batizado com estrume de vaca ou de cavalo e atribuiu o cheiro à região, porque a região não tem mais vacas e faz muito tempo, tinha na época dos meus avós, coisa de antigamente, hoje não mais, o lado cômico deste ‘testemunho’ é que ele falou franzindo a testa e torcendo o nariz.
Mais comédia ainda foi sua esposa que teve “momentos de terror” dentro do carro porque eles tiveram que parar o carro numa das ruas desertas, e ela ficou dentro enquanto seu marido aproveitou e foi numa papelaria lá por perto.
O carro com vidros escuros e a ‘madame’ a escutar música no player e no ultimo volume, ar condicionado no máximo ligado porque lá fora o calor estava insuportável, quando ela percebeu um senhor, sujo e aparentemente drogado se aproximando do veículo.
Apavorada ela disse que parecia que o homem estava olhando direto para seus olhos, o que acho impossível, pois o vidro era escuro, talvez o terror e ojeriza que ela sente por pessoas pobres, ela teve a impressão que ele estava encarando bem no fundo dos seus olhos, cor de mel ou seria de cor de “melda”?
Foi quando o suposto homem drogado encostou justo no carro de onde ela estava e sacou sua “pistola”, não gente, não pistola de arma, mas a sua ‘pistola’, seu pinto, ou seu gabiru, e começou a mijar na porta do carro justo no lado que ela estava do lado do passageiro.
Disse que ela soltou um grito, que o meu patrão que estava a um quarteirão do local ouviu na hora o desespero de sua amada, ele estava pagando o caixa, largou tudo e foi em direção ao veículo e percebeu um bêbado mijando na porta do seu carro.
Ele também deu um grito que assustou o bêbado que saiu e segundo o meu patrão balançando o seu ‘gabiru’ ainda mijando, deixando o seu rastro de urina fedido no chão.
Mas foi muito engraçado do jeito que ela contou, imagine vocês uma mulher toda branca, daquelas que nunca passou necessidades básicas em toda a sua vida e se quer andou em coletivos públicos, para completar a comédia seu marido e eu ficamos zoando com ela, tamanha dramatização que ela fez dos acontecimentos.
Pode ser que no dia, tenha sido extremamente aterrorizante para ambos, a tal aventura na Zona Leste de São Paulo como o lado mais pobre da cidade, mas ao final concordamos que foi muito engraçado.
O problema agora é que não consigo ser discreto com a minha nova técnica de observar pessoas para passar meu tempo, pois todas as vezes que vejo pessoas ‘feias e pobres’ começo a rir, não dessas pessoas, mas lembrando da “aventura” que meus patrões tiveram vindo pela primeira vez na região onde moro.

Paulo RK 

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