Paulo Rk

Paulo Rk
Contemplação da mente

domingo, 5 de fevereiro de 2012

O homem nú


É engraçado como reagimos emocionalmente quando deparamos com algum fator externo, que definitivamente nos deixa desconcertado, sem graça e totalmente constrangido.
Depois de adulto, são poucas as situações humanas, que me “chocam”, pois vivo no convívio com muitas formas pensantes, acabamos nos “acostumando” com as excentricidades alheias.
Lembro me da primeira vez, que fui prestar serviço na casa de um distinto humano, que costumava ficar pelado em sua casa, tudo muito natural , pois estava em sua casa!
Mas a questão é, que até aquele dia, eu nunca tinha visto um homem nu e a sua composição sexual básica, agindo de forma natural em seu habitat.
Senti um misto de curiosidade e constrangimento, então imaginem, não sabia se olhava para ele quando falava, ou olhava para as suas partes intimas.
A minha vergonha foi tanta, que me desloquei de um cômodo para o outro, sem ter a necessidade, fiquei tão perturbado, que um ataque de riso tomou conta de mim.
Dei tanta risada que senti dor no estomago, dar risadas é uma característica ou um sintoma natural, para as questões que me afligem e não consigo resolver de imediato.
Mas acho que a minha manifestação natural deu certo, pois o “distinto” humano, ficou tão constrangido quanto eu, e providenciou um roupão para se cobrir, pedindo desculpas pelo inconveniente.
E como sempre comecei a dar o tradicional discurso, incluso no pacote dos meus serviços; “Magina, você está em sua casa, fique a vontade, eu é que sou meio caipira e bobo!”
Foi nesse dia que reparei o quanto, nós homens somos feio em relação ao corpo feminino.
A mulher parece que foi esculpida, e dela não sai nenhuma protuberância enrugada, cheio de cabelos, parecendo um alienígena com cara de joelho.
Sim, elas possuem uma protuberância chamado seios, mas mesmo assim é uma protuberância bonita, poética em harmonia com o seu próprio corpo.
Não estou questionando a beleza masculina, pois apesar de termos um “designer” bruto, acredito que a natureza nos deu características apropriados para saciarmos as nossas necessidades biológicas, e necessidades da auto afirmação como machos reprodutores.
Pois somos como os cactos na natureza, apesar da brutalidade dos espinhos temos a nossa própria beleza inerente.
Mas a questão é outra, neste dia eu aprendi como é importante termos, bom senso em nossas vidas, quando compartilhamos a mesma sociedade com outras pessoas, não devemos nunca exagerar com o nosso ‘modus operandi’ comportamental.
Devemos poupar as pessoas dos constrangimentos, se existe algum sentimento que devemos causar aos outros, é a única e a velha, e sempre bem vinda motivação.
Quando eu estou em casa, fico peladinho, isso me deixa leve e me faz sentir livre, permitindo que eu suba as paredes o teto, como se fosse uma lagartixa, mas nunca o faria, na presença de uma outra pessoa.
Pois sei o quanto, é ofensiva a nudez alheia, para aqueles que não estão acostumados.
E este pensamento, não é válido só para o comportamento, devemos também ter muito cuidado, com o que falamos, pois as palavras também podem ser constrangedoras, além de machucarem muito mais do que uma visão “cavernosa”, de um membro masculino enrugado com cara de joelho.
Paulo RK

3 comentários:

  1. Paulo, convido a ti e a teus leitores para conhecerem e participarem com suas produções literárias do Urbanasvariedades, o modo long play do Urbanascidades, blog cultural de produção coletiva. Visite urbanasvariedades.blogspot.com. e solte o verbo.
    Um abraço,
    Paulo Bettanin.

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  2. Quando eu era pequeno eu tinha muita vergonha tanto do meu corpo quanto do corpo das outras pessoas. Acho que por ser filho único e ter sido criado muito fechado, o que sempre foi natural pra todo mundo, pra mim era um tabú.
    Apesar da vergonha, sempre tive mais curiosidade. Nunca achei feio, mas sim curioso. Depois de adulto, tempos atrás quando fiz natação o meu maior medo era me trocar no vestiário, pois tinha vergonha que me vissem nu e também medo de ver outras pessoas, pois como você fico sem saber pra onde olhar, contudo com o passar dos meses eu me acostumei.

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  3. Gostei bastante do seu texto e acredito que o bom senso é a grande sacada para se viver bem e de maneira respeitosa aos ideais dos outros. Claro, que vão existir situações que, mesmo tentando se fazer equilibrado, perderemos o eixo. Mas só o fato de tentar entender o outro já é um grande passo para vivermos bem com as diferenças.
    Andar pelado para a sociedade é visto como algo absurdo, mas qual a diferença entre um pênis e um nariz? Pensando na figura masculina, nenhuma diferença existe, pois todos os homens têm. O que diferencia um do outro é o tamanho, a cor, mas a função é a mesma. Então, por mais que nos choquemos é bom pensar o que sentiríamos se estivéssemos em situação oposta.

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