Paulo Rk

Paulo Rk
Contemplação da mente

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Hoje, tô puto comigo mesmo!


Quando somos criança, adoramos fazer festas de aniversários, ganhamos muitos presentes, somos tratados como se fosse um rei ou uma rainha, enfim somos o “alvo”, de muitos carinhos e mimos.
Mas quando adultos, ficamos preocupados pois festas de aniversários, tem um sentido e sabor diferente, significa que estamos perdendo as nossas flexibilidades mentais e físicas, características marcantes , e únicas que faz todo ser vivo, desejar a juventude e odiar cada vez mais a velhice.
É interessante o comportamento humano em relação ao seu futuro, pois quando somos jovens, desprezamos, ou sentimos uma certa indiferença com as pessoas de mais idade.
Ignorando completamente a realidade de que todos passaremos pelos mesmos processos sem exceção, do nascimento, crescimento , envelhecimento e morte.
Aliás, uma realidade incontestável de todo ser vivo que vive neste planeta, inclusive as plantas, que também seguem os mesmo processos da evolução.
Por que será que ignoramos tanto , e muitas vezes perdemos as nossas paciências com as pessoas mais vividas, como os nossos pais e avós?
Sem falar, e em muitos casos que deixamos eles falarem sozinhos, pra depois chama-los de “gaga” ?
Muitas vezes percebi o quanto somos ingratos, quando somos jovens, principalmente na fase e no estagio, em que somos totalmente dependentes deles.
Fizemos as nossas necessidades na fralda, choramos o tempo todo de dor, e ainda fizemos o nosso pai e mãe perderem noites, quando eles tiveram que acordar cedo para ir trabalhar.
E ainda, eles nos achavam e tenho certeza, continuam a achar que somos uma “gracinha”.
Como posso compreender tal amor, que sentimento é esse que tratamos tão friamente?
Eles choraram por nos, limparam os nossos ‘cocos fedidos’, e agora os tratamos com indiferença, achando que eles estão gagas , só porque somos jovens, e não temos mais tempo e paciência para ouvi-los!
E ainda eles nos acham tão bonitinhos, “mesmo não sendo”, falam com tanto orgulho para as pessoas, que as vezes, nos sentimos muito constrangidos.
Pois em suas mentes, ainda somos aquele bebe, cagão e chorão que dependiam de tudo.
Sabemos de tudo isso, sabemos dos sacrifícios que eles fizeram e em muitos casos, ainda continuam fazendo para as nossas felicidades.
Mas o que não consigo compreender, é por que ficamos com raiva de todo o carinhos que eles ainda insistem, em nos dedicar ?
Se muitas vezes nem prestamos atenção neles e nas suas necessidades?
Pois eles nunca precisam de nada, eles só falam se você estiver bem estaremos bem, não se preocupe.
A minha mãe nunca usou as roupas que eu comprava para ela, pois ela tinha medo de ‘estragar’ e guardava como um troféu , sempre dizendo; “não gaste seu dinheiro comigo!”
Eu não sei por que estou escrevendo isso, mas bateu uma tristeza, só de lembrar das coisas que deixo de fazer por orgulho ou vergonha, o quanto deixo de mostrar o quanto o amor deles me faz bem.
Mas o meu orgulho é foda, parece que ela me domina, e o que me faz sofrer é justamente a consciência de tudo que escrevi e não conseguir mudar, transcender esta minha ingratidão!
Paulo RK

4 comentários:

  1. Paulo,
    É preciso MUITA coragem pra escrever o último parágrafo.
    Estar consciente do seu lado sombrio é um passo grandioso!
    Cuidado só com a impaciência.
    Saber que se pode ser ingrato facilita, acredite!
    A maior parte das pessoas nem sabe o que é gratidão e distribui "ingratitudes" a esmo!
    Abraços

    ResponderExcluir
  2. Paulo, você foi no alvo da conversa que tive hoje com filho e namorada, pois era bem isso, da falta de paciência para ouvir e entender os pais.
    Tua mãe deve ter um grande orgulho de você, podes crer!
    um beijo carioca

    ResponderExcluir
  3. então é hora de rever seus conceitos pessoais não?

    boa sorte na tentativa querido ...

    bjão

    ResponderExcluir
  4. Eu acredito que esse orgulho, não só no seu caso como no de outras pessoas que eu conheci, talvez sirva para mascarar algo. Todos temos medo de mostrar nossas fraquezas, limitações, temos medo de demonstrar que precisamos de outra pessoa ou de ajuda. Então mascaramos tudo isso atrás de um orgulho desproposital. Acho que um dos objetivos de todo o ser humano é superar o seu medo, sua insegurança. Refletir sobre isso é um passo.

    ResponderExcluir