Paulo Rk

Paulo Rk
Contemplação da mente

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

A morte do rato


Hoje foi um dia “daqueles,” não pelo calor ou pela habitual correria , pois já me acostumei com todas as rotinas da minha vida.
Quando digo que tive um dia de cão, é quando tenho que realizar algo que é contra a minha filosofia de vida.
Definitivamente, o maior pecado para um budista é matar alguém, extrair a vida seja lá de quem for.
Sim, o maior pecado humano, pois consideramos todas as outras “infrações”, e principalmente quando não prejudicam o seu próximo, como uma experiência de vida, um aprendizado.
Sou um concierge, profissionalmente falando, sou pago para executar todo tipo de serviços, que as pessoas geralmente não tem tempo para realizar, ou mesmo coragem para fazer.
Costumo brincar com os amigos, que faço os “serviços sujos” enquanto as pessoas (clientes), desfrutam todos os prazeres da vida.
Longe de reclamar, enquanto as pessoas tiverem receios de por a mão na massa, estarei sorrindo a toa, pois descobri nesta, uma pequena oportunidade para sustentar a minha existência.
Enfim, em minha extensa lista de tarefas, estão inclusos o extermínio de pragas indesejadas, não tenho conhecimento técnico, geralmente contrato uma empresa terceirizada para realizar tal tarefa.
Mas desta vez decidi resolver a questão sozinho, pois estamos falando de apenas uma praga.
Um rato, do tamanho de um esquilo, mas nada que eu não pudesse resolver com a minha habitual praticidade.
Fui até o deposito e comprei aquelas armadilhas feitas de ferro, e perguntei ao vendedor como poderia estar matando o rato após a sua captura.
Ele me recomendou jogar uma agua bem quente, no roedor.
Bom, no segundo dia não obtive êxito em capturar o bichano, mas no terceiro que seria hoje, sucesso total.
Esperava que o rato morresse com a agua escaldante, mas ele apenas deu um grito, que me arrepiou dos pés a cabeça, e não morreu.
Para o meu desespero, resolvi jogar agua fria, pois acreditei que um choque térmico, acabaria com o mesmo rapidamente.
Ledo engano, o bicho continuava vivo, e o meu dia estava acabando e o bicho dentro da gaiola se debatia como um louco.
Dizem os mais antigos, que quando ficamos com dó, daqueles que vamos matar, eles não morrem facilmente.
Percebi que não nasci para ser assassino, o pai de um amigo costumava enfiar nestes ratos capturados, espetos de churrascos em seus corações, isso com toda certeza, os matavam em cinco minutos.
Mas mesmo que eu dispusesse de um espeto para churrascos, com toda a certeza não o faria.
Neste exato momento, em que estou escrevendo esta crônica, meus pensamentos estão naquele “pobre rato”, com queimaduras pelo corpo, que deixei dentro de uma gaiola e mergulhado num balde, na casa de uma cliente.
Obviamente que escondi, ocultei todas as evidências deste crime mal sucedido, mas amanhã cedo, estarei determinado a acabar definitivamente com a sua vida.
Nesta noite, quando fizer as minhas meditações, estarei recitando para que eu possa encontra-lo morto (tomara a deus).
Pois a sensação de tirar a vida de um ser, não é nada agradável, e o pior é faze lo sofrer, por conta da minha falta de experiência neste campo.
Uma vez, numa conversa entre “amigos”, chegamos a conclusão de que se um dia alguém fosse tirar as nossas vidas, que fosse rápido e sem sofrimentos.
Ontem não consegui dormir por causa do calor, e hoje nem estou sentindo o calor, só o remorso de que poderia ter sido, mais prático na execução desta sentença, que já está me tirando o sono.
Que a vida me perdoe por este sacrilégio, mas gostariam que todos soubessem que a morte deste roedor não será em vão, pois visa o conforto, a saúde e o bem estar de uma família inteira.
Paulo RK

2 comentários:

  1. Amigo! Vou te confessar não consigo matar nem uma barata, imagine um rato.
    Sei lá todas essas coisas q tem vida eu tenho receio. Outro dia estava numa fazenda, e minha prima me chamou para pescar, mas tinha que cavar minhoca e colocá-la no anzol. Quem disse que eu conseguia coloca aquela coisa no anzol. (rsrs) principalmente porque minha prima dizia pra mim cortá-las ao meio. Não consegui mesmo. pedia pra ela todas as vezes...

    :D

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  2. Lu, creio que nestes quesito , estamos no mesmo nível espiritual de evolução! Ainda bem neh, pois não prestamos para ser assasínos! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Beijos minha linda , a sua existência é uma inspiração para toda a humanidade!
    NAMASTÊ!

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