Paulo Rk

Paulo Rk
Contemplação da mente

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O poder da gratidão!


Quando menciono, neste espaço que sou budista, e sigo esta maravilhosa filosofia de vida, não quero fazer com isto, uma “propaganda” desta religião.
Pois acredito que qualquer filosofia de vida, que eleve a nossa condição do ser, seja válido, prevalecendo entre uma crença e outra, o velho mas não muito usado, “ respeito” pelas crenças alheia.
Aprendi a agradecer, pelas coisas (materiais) que tenho nesta vida, e pela própria vida, antes de ser budista, achava tudo normal, “e de tão normal”, as coisas pareciam banais.
Hoje valorizo todas as coisas simples que possuo, e até as coisas que ainda não consegui.
Sim, pois a vida está sendo generosa comigo, “colaborando” com a minha saúde e disposição pela vida.
Penso, que se tal condição é concedida, é porque tenho muito a fazer , e pouco a desperdiçar.
Pois a vida, muitas vezes nos envia sinais, para mudar, mudar as nossas formas de pensamentos, e consequentemente, a forma de encarar a vida.
Há um tempo, trabalhei como recepcionista num hospital, e lá pude presenciar os ensinamentos de buda, na pratica.
Na recepção, pude observar ou “ acompanhar” as pessoas, e as evoluções ou regressões de seus tratamentos.
Mas entre uma condição e outra, um ponto em comum entre eles, a vontade de viver.
Em todos os casos, “enfermidades humanas,” são comoventes, pois temos a consciência, de que todos e sem exceção, passaremos pelos mesmos processos, enquanto estivermos vivos.
Ainda hoje não consigo me esquecer das pessoas que iam fazer hemodiálise,para quem não conhece, é um processo de filtragem do sangue, por meios artificiais.
Tal tratamento é necessário, pois os rins deles param de funcionar e consequentemente param de filtrar seus sangues.
Não pude deixar de reparar as suas vitalidades, no inicio do tratamento, até os desgastes, consequências e sequelas do próprio tratamento.
Tinha pessoas idosas, jovens senhoras e até crianças novas, era muito triste testemunhar tal condição humana.
Por outro lado e em particular, observava os parentes de alguns pacientes, muitos deles bastante ricos, abastados financeiramente.
Mas eram tão medíocres e pobres, com a sua prepotência e arrogância, algumas vezes eles até ignoravam a minha presença, pelo fato de ser apenas um recepcionista(eu acho!?!?).
Um dia vi uma família desesperada pela vida de um dos seus entes queridos, fui informado que eles pertenciam a classe alta.
Anteriormente, pude sentir toda a arrogância e a soberba deste “povinho” medíocre, “antes e quando a probabilidade, de cura ainda era uma possibilidade.”
Todas as vezes que eu os cumprimentava, na entrada do hall, da recepção central, nenhum deles correspondiam (tudo bem, no problem!).
Mas de repente, o paciente ficou entre a vida e a morte, e para minha surpresa a esposa do mesmo, que nunca havia olhado para o meus olhos, ou perguntado algo, se aproximou com toda a humildade(gelei).
Perguntando onde ficava a capela(com toda frieza), pois ela precisava falar com deus!
Entrei em choque, pois imaginei que ela iria “barganhar” pela vida do seu marido, ou querer “comprar”(sabotar) deus?
Enfim, o paciente sucumbiu, não aguentou aos tratamentos.
E para a minha grande surpresa, “a mulher” esposa do falecido, após dar baixa e efetuar todos os procedimentos de liberação do corpo, foi se despedir de mim.
Ela me agradeceu por estar sempre cumprimentando os com um sorriso, mesmo quando eles não correspondiam.
O melhor de tudo é que ela me deixou duas caixas de bombons.
Concluindo, e para finalizar este pensamento, “o ser humano é tudo igual, tendo dinheiro ou não, quando estamos bem, somos arrogantes e muitas vezes tratamos a vida, e as pessoas com desdém.”
Somente um grande solavanco, ou a perda de um ente querido, para nos lembrar de como a vida, pode ser generosa mesmo nos momentos difíceis , quando temos gratidão pelas coisas simples.
Paulo RK

Nenhum comentário:

Postar um comentário