Paulo Rk

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Contemplação da mente

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Minha mãe costumava dizer; "vai melhorar"! E eu não dava a mínima!

Sabe que às vezes me dá uma vontade louca de voltar a ser moleque, onde eu podia “refugiar” de baixo da saia da minha mãe, em busca de abrigo e proteção, diante de algum perigo iminente.
Era aconchegante e mesmo depois de “véio”, sinto a maior falta deste comportamento maternal, dizem que é sinal de fraquezas humana.
Mas quem se importa, se sou mesmo um ser humano, não tendo porque me envergonhar da minha própria natureza intrínseca, em dizer que sinto falta e necessidades do colo, carinho, palavras e cuidados de uma mãe dedicada.
O irônico de toda essa minha realidade é quando entrei na adolescência, e me sentia adulto o bastante, para ficar falando dos meus problemas para minha mãe.
O problema é que eu a desdenhava, e quando chegava da rua, mal olhava para sua cara, mas percebia que ela focava seu olhar em minha direção, a espera que eu comentasse sobre as minhas dificuldades, e procurasse alguns gestos e palavras de conforto como costumava fazer quando ainda criança.
Pior, é que certa vez ouvi uma das conversas com a sua amiga, dizendo que depois que cresci não queria mais papo com ela.
Mas acho que é normal, pois a sua amiga disse a mesma coisa sobre o seu filho, que ele chegava da rua e se trancava no quarto sem ao menos cumprimenta-la.
Para o meu alivio e conforto da minha consciência, eu não era tão filho da putinha como o fedelho do filho da sua amiga, pois pelo menos cumprimentava a minha mãe, pelo menos! (risos)
Nós humanos somos patéticos, só valorizamos quando perdemos e seja qual for os motivos e razões da perda, acredito que seríamos mais felizes, se tivéssemos a capacidade de enxergar naquele exato momento, a importância de todas as coisas simples em nossas vidas.
Minha mãe costumava dizer e ainda diz; “vai melhorar”!
Incrível como essas duas palavrinhas que saem da sua boca me faz sentir tão poderoso e confiante quanto ela, parecendo até aquele energético, que ela me fazia beber, quando criança para crescer e ficar forte, o biotômico. (risos)
Hoje cresci me tornando num homem, e a despeito dos efeitos implacáveis do amadurecimento, continuo aquele moleque por dentro, travesso e carente pelo seu colo.
Só que o tempo também é implacável, não retroage, e muitas coisas que deixamos de realizar se tornará num grande buraco, dentro do nosso emocional.
E as cobranças dos arrependimentos são maiores, e muito cruéis só de pensar que eu poderia ter feito muitas coisas boas, e muita diferença na vida de uma pessoa, no caso para minha mãe, e para mim mesmo.
Atualmente moro sozinho, na companhia das minhas carpinhas e de uma cadelinha carinhosa, que costumo chamar de Shakira, ela é incrível, abana seu rabinho com tanto vigor e dedicação, quando volto para casa, que às vezes temo dela sair voando. (risos)
Pois de tanto “girar” seu rabinho numa demonstração de alegria incontida, o mesmo se confunde com uma hélice de helicóptero, já pensou numa cadela voadora em pleno céu de São Paulo?
Manifestações de felicidades no quintal a parte, é quando eu abro a porta do meu quartinho, que sinto o verdadeiro arrependimento pelas coisas do passado, que deixei de curtir quando tive oportunidade.
Nem fazia por maldade, mas quando entrei na adolescência as preocupações exageradas da minha mãe me irritava, me tiravam do sério.
Vai entender, hoje depois de adulto, é tudo que eu queria, alias é tudo que mais queria abrir a porta do meu quartinho, e contar tudo o que aconteceu comigo no dia de trabalho, só para ouvir dela as suas palavrinhas mágicas; “VAI MELHORAR”!
Paulo RK

Um comentário:

  1. estes arrependimentos que temos com nossas maes, de nao termos sido tão legas quanto podiamos! obrigado por me alertar, vou ver minha mae amanha sem falta!

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