Paulo Rk

Paulo Rk
Contemplação da mente

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Eu vou de taxi.....



Diário de bordo, data nada estelar, dia 13, segunda feira chuvosa,após visitar um cliente, tenho como missão, ir ao banco, e pagar algumas contas pendentes.
Numa incrível falta de sabedoria, talvez levado pelo desespero , com medo da chuva, peguei um táxi.
Pânico, medo, desespero, e dramaticamente uma sensação de impotência, tomou conta de mim.
Ao meu lado um motorista com 25 anos de experiência, na arte de transportar passageiros, em meio a muitos engarrafamentos.
Três minutos após ter adentrado o táxi, São Pedro, parece ter jogado um balde de água, bem em cima da minha querida cidade.
Logo, o transito parou, e muito curioso, ou por falta de assunto(não acredito), o motorista começou a fazer perguntas sobre a minha vida, minha profissão, minha cultura e minha formação.
O meu estado de alerta, entrou em pânico, pois os meus olhos, estavam direcionados diretamente para o taxímetro, que não parava de rodar, enquanto o transito, estava totalmente estático.
Sou daquelas pessoas, que tem o rosto muito expressivo, e o pior, não consigo disfarçar qualquer sentimentos.
Demorou muito até que o taxista, notasse a minha angústia, mas ao perceber, ele me fez uma proposta, fechou comigo um valor até, a chegada ao meu destino!
Já, mais a vontade, respondi todas as suas perguntas, e como percebi que a minha estadia dentro desta nave(carro), seria longa, resolvi dar uma de repórter, e fazer algumas perguntinhas sobre a sua vida.
Depois do ato impensado, de tomar um taxi naquelas condições meteorológicas, eu me arrependeria com aquela entrevista simulada.
Pois a natureza do cidadão ao volante ,era completamente depressiva, agora, não sei se o tempo fechado e a chuva intensa , colaboraram para o seu estado totalmente obscuro.
Ele começou a falar que era uma pessoa sem sorte, e que deus provavelmente não olhava por ele.
Pois na vida dele, tudo era “quase,” ele quase se casou, quase se formou, quase teve uma carreira brilhante numa empresa, e quase se apaixonou pela pessoa mais linda deste mundo.
E ainda, achava que por uma questão de sorte, vivia como uma companheira e conseguiu comprar um taxi.
Um verdadeiro monologo, pois ficamos parados no transito, por mais ou menos duas horas, e ele só falava, não me ouvia , não se importava com as minhas opiniões.
Mas, em nenhum momento, perdi a minha classe, e a única coisa que poderia estar respondendo era, aham!
Nem preciso dizer, que foram as duas horas mais longas da minha vida, por fim cheguei ao meu destino, e ao pagar o motorista, ele agradeceu, dizendo que foi muito agregador, que ele gostou muito da conversa que tivemos(como assim?).
Não entendi muito bem, em que momento do episodio poderíamos ter chamado de dialogo, mas se ele gostou, e como um bom cidadão(para tudo na vida há uma solução!), tenho por obrigação ver o lado positivo deste tão enfadonho monologo.
Conclusão; “as pessoas nunca estão satisfeitas com as suas vidas, elas sempre se julgam vitimas, de um deus carrasco, quando na verdade não se trata de um deus malvado, mas sim da nossa falta de humildade, em aceitar as coisas simples como uma grande dádiva e presente da vida !”
Não sou o capitão Kirk, da nave Enterprise da jornada nas estrelas, tão pouco me aventura pelo universo, como fazia em seus episódios, mas ficar num transito quase submerso, foi uma grande aventura.
Segunda feira passada, choveu, e choveu muito, foram registrados 50 pontos de alagamento em toda São Paulo.
Se continuarmos assim, a nossa querida cidade, se tornará a nova Atlântida!
Agradeço sinceramente por terem lido até o último parágrafo, finalizo esta transmissão no conforto da minha nave particular, chamada VIDA!
Paulo RK SP NAMASTÊ!!!!

Um comentário:

  1. Amei o texto, mas eu fico com essa inquietação também, por que algumas pessoas não nos escutam?? Só querem falar dos seus problemas e não param para pensar (com humildade como você falou) e refletir sobre suas vidas??

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