A minha rotina é sempre a
mesma, acordo de manhã, alguns dias cedo, outros dias, madrugo, outro dia
acordo meio dia, e outros, após o meio dia, esse é o preço de quem trabalha por
conta, não temos uma “rotina” tal qual teríamos trabalhando em alguma empresa,
com carteira registrada e todos os supostos benefícios do CLT.
Nem estou reclamando e quer
saber, acho que nem me acostumaria a trabalhar num ambiente fechado de
escritório de novo, “obrigado” a cumprir uma rotina, feito um autômato ouvindo
besteiras como meu antigo patrão falou uma vez; que eu não era pago para
pensar, mas para executar.
Aquilo me abalou e muito, a
gente se preocupa e se dedica a empresa como se fosse a nossa própria empresa,
pensando que estamos agradando os superiores, quando de repente chega um
troglodita qualquer e nos fala uma bombástica dessas.
É de amargar, hoje mais
amadurecido em todos os aspectos, acredito saber tudo que quero ou não da minha
vida, certamente que perder tempo em uma empresa qualquer, com os supostos
benefícios e aturar boçais, competindo uns com os outros, estando no mesmo
nível e grau de mesmices, não é bem a minha praia.
Apesar e de vez enquanto
estar financeiramente apertado e querer fazer muitas coisas que só o dinheiro
pode nos proporcionar, não estou infeliz, porque quando ajudamos as pessoas,
fazendo qualquer coisa funcionar na vida delas, a satisfação da gratidão alheia
é muito maior.
Não serei hipócrita e mesmo
que quisesse, não poderia viver sem dinheiro, então eu tenho os meus “métodos”
e política financeira de cobrança, não cobro com igualdade para todos os
clientes, porque tem gente que pode pagar mais pelos serviços prestados,
enquanto tem pessoas que precisam e nem tem como pagar.
Outro dia foi um dia
daqueles, sufoco danado, e no fim do dia uma senhora pediu para que eu tirasse
um móvel que estava atrapalhando o acesso da sua casa, ela estava muito
infeliz, por viver sozinha e não ter muito para pagar alguém que fizesse tal
favor, e eu muito cansado pela correria do dia, decidi ajudar e destruí com facilidade, aquele que a
incomodava e ela voltou a sorrir.
Ela ficou tão grata, tão
feliz, parecia uma criança ganhando um presente que sonhara por muito tempo, me
pagou R$ 15,00 e me deu uma coca de latinha, com o meu nome impresso no rótulo!
Achei o máximo a sua alegria
e humildade de me pagar tal “soma” em dinheiro, e muito mais pela latinha do
refrigerante com o meu nome, Paulo, dizendo ser em minha homenagem.
Atualmente não tenho tudo que
o dinheiro possa comprar, mas são nos momentos, em que me sento em frente ao
computador para escrever qualquer coisa que a vida, e as pessoas me inspiram, é
que dou valor por cada esforço dedicado a elas e do jeito que elas me pagam.
Pode parecer bobagem para
muitas pessoas, mas tomar um refrigerante com o meu nome impresso e ter
recebido de uma pessoa humilde, como se fosse um troféu pelos meus méritos não
tem preço!
Paulo RK