Não me arrependo por nada que
eu tenha feito na vida ou mesmo pelas coisas que deixei de fazer quando tive
oportunidades.
Mas é inevitável fazer
comparações e apesar de não gostar de me comparar com ninguém, não posso deixar
de sentir uma “dorzinha” no meu consciente, todas as vezes que penso que hoje
poderia estar trabalhando como sushiman, em algum restaurante badalado na minha
cidade que tanto amo.
Estou sendo contraditório,
admito, mas qual o ser humano em sua sã consciência, não é?
Ninguém é normal e nem pode
ser, porque certas realidades humanas e mundanas parecem no meu ponto de vista,
mal planejadas.
Quando mais jovem não tinha
todo o amadurecimento que tenho hoje, apesar de ter aprendido muitas lições,
com todas as cabeçadas entre erros cometidos e acertos.
O processo foi enfadonho
porque quando não temos maturidade, insistimos sempre nos mesmos erros,
sofrendo muitas vezes por teimosia, típica dos jovens.
Foi justamente nesta época “dourada”
da juventude que desperdicei grandes oportunidades profissionais, e no caso, se
eu tivesse abraçado, com unhas e dentes estaria bombando profissionalmente,
ganhando muito dinheiro, fazendo o que mais gosto nesta vida, sushis. (comer e
faze-los)
É onde acho graça, acredito
que “alguém” deve ter errado na dinâmica das coisas, como elas acontecem neste
planeta.
Acredito que o processo todo
da juventude e envelhecimento deveria ser contrário das realidades estabelecidas,
eu explico.
Quando era mais jovem tinha mais animo e
disposição para fazer malabarismos e não me cansava com qualquer atividade, e
as oportunidades choviam na minha horta, literalmente.
Mas pra que tanta energia se
não tinha a sabedoria dos maduros para agarrar as oportunidades da vida?
Em contrapartida, mais
amadurecido, não tenho mais aquela mesma motivação que tinha em épocas
douradas, tão pouco, as oportunidades parecem surgir com as mesmas
intensidades.
É quando o arrependimento dá
o ar da sua graça, dentro dos meus sentimentos, não posso evitar.
Pensem, todas as vezes que
vejo algum jovem sushiman liderando algum restaurante japonês cinco estrelas na
minha cidade, a “invejinha” branca é inevitável.
Eu me pergunto e convido a
todos os meus leitores a se fazerem a mesma perguntinha básica, que não quer se
calar:
“Será que a humanidade seria
mais próspera e feliz se nascêssemos com sabedoria dos mais velhos e a energia
típica da juventude, ao mesmo tempo, que nos tornássemos mais tolos com a
chegada da idade”?
Acredito estar sendo muito
coerente nesta minha indagação, pois de que vale tanta sabedoria acumulada
dentro de um corpo inútil?
Opino e sem titubear que
seriamos mais felizes e prósperos se tivéssemos a sabedoria dos mais velhos
enquanto jovens, e as tolices da juventude à medida que envelhecermos.
Paulo RK