Paulo Rk

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Contemplação da mente

domingo, 21 de maio de 2017

Eu tenho um dom! (e não sei se é uma benção ou maldição)

O dom de ouvir ou escutar as pessoas, na verdade quem me fez perceber tal aptidão como um dom foram elas mesmas, ‘as pessoas’, porque naturalmente observei e senti que elas ficavam a vontade em falar sobre suas vidas para mim.
Falar sobre suas particularidades pessoais mais obscenas, dos tipos que acontecem dentro de quatro paredes e acho que elas não deveriam falar para ninguém, levando muito além do túmulo como um segredo de alcova.
Até ai tudo bem e de tanto ouvir tais ‘segredinhos de alcova’ das pessoas, de homens e mulheres acho que fiquei meio que sem vergonha e isso não me incomoda mais.
A questão é que nós ‘seres humanos’, somos muito complexos, não tendo uma explicação ou razão, ou mesmo uma lógica de sermos quem somos neste planeta e mundo, ao mesmo tempo em que tentando explicar a minha humanidade interior chego à conclusão que não preciso explicar ou justificar (porra nenhuma) absolutamente nada sobre mim ou sobre quem quer que seja bastando apenas ser o que sabemos ser, sendo o melhor que consigo ser para as pessoas que desabafam comigo!
Afinal de contas quem neste mundo pode dizer com clareza que está certo em atitudes ou nas coisas que fala?
Mas de repente me sinto incomodado com o que tenho ouvido de algumas pessoas, e estou inclinado a considerar este meu “dom” como uma maldição, de repente pessoas ‘desabafam’ comigo que pensam tirar suas vidas e não é a primeira vez que escuto tais barbáries.
A questão é que não estou conseguindo ajudar tais pessoas suicidas, porque de repente dois amigos meus do passado foram cruéis consigo mesmos, tirando suas próprias vidas e na época eu os subestimei, achando que era apenas vontade, mas que eles não tinham direito ou coragem de cometer tal crime contra eles mesmos.
De repente a consciência de quem intenciona ajudar as pessoas e mudar o mundo para o melhor não está conseguindo dar bons conselhos que ajude tais pessoas, simplesmente porque quando falo não saber o que dizer ou aconselhar sobre seus dramas e tragédias pessoais elas quase sempre mencionam que só o fato de eu escutar, já é o bastante.
Então eu me calo e meneio a cabeça se afirmativo ou negativo conforme a solicitação do suicida, confesso que tal reflexão me consome, afinal de contas que porra de mudanças eu posso agregar nas pessoas ou no mundo quando nos piores momentos da vida delas eu não consigo falar absolutamente nada de relevante que as faça mudar de opinião?
Paulo RK

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