Paulo Rk

Paulo Rk
Contemplação da mente

sábado, 10 de outubro de 2009

Quando tudo o que queremos é o belo



Tempos nostálgicos da nossa infância, quando somos crianças, tudo ao nosso redor parece mágico.
Até o tempo parece demorar mais para passar, será que nesta época somos assim pois os adultos nos poupam das coisas ruins e inevitáveis na fase adulta?
Acho que todo mundo tem saudades desta época dourada.
Lembrando do gosto diferente das noites de natal, do almoço que as nossas mães preparavam , dos muitos presentes que nossos irmãos e irmãs compravam, ou das histórias que as avós contava antes de dormir.
Como era diferente, até o gosto de não fazer absolutamente nada.
Por que todas as coisas mudam de sabor, quando envelhecemos?
Não poderíamos ficar mais aguçados, e com isso apreciarmos muito mais os novos tempos?
Fico imaginando o ser humano como o vinho, quanto mais velho a safra, mais intenso e sábio nos tornaríamos.
Apreciando a vida com mais entusiasmo de quando éramos jovens.
O prazer humano deveria ficar mais apurado com o tempo, como o próprio sabor do vinho.
Mas parece que ele se embrutece, como cascas de feridas que se tornam insensíveis a dor, acabando por acostumar e ignorando muitas sutilezas que compõem as coisas boas desta vida.
Fico pensando o quanto seria bom, se tudo pudesse mudar ao nosso bel prazer.
Seria bom, pois só pensaríamos em coisas boas .
Achamos que o perfeito da vida é composto só do belo, ignorando por completo aquilo que nos desagrada.
Mas a vida não é assim, as coisas boas acontecem nas mesmas proporções que as coisas ruins.
Sinal que as coisas ruins não devem ser ignoradas, talvez sirva para aguçar a nossa percepção daquilo que é belo.
Analisando o belo, ele também é constituído das coisas imperfeitas, mas então por que esta obscessão pelo agradável ?
Talvez seja uma herança dos tempos em que os adultos nos poupavam das coisas “ruins”, fazendo com que as nossas lembranças, ignorem por completo as coisas desagradáveis que existem para ser vivido e consequentemente com a função de depurar o nosso conceito daquilo que é bonito.
Desta forma as pessoas bloqueam a sua realidade, vivendo a vida de forma passiva e acreditando sempre que os tempos bons nunca mais voltarão.
Muito obrigado por terem lido até o ultimo parágrafo.
Paulo Rk.

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