Paulo Rk

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Contemplação da mente

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

As coisas mais simples do mundo são os acontecimentos mais importantes de nossas vidas no passado!

Sabe do que me lembrei fim de semana passado (?), lembrei da minha avó, pessoa humilde, cuja infância sofreu muito até a fase adulta por conta da sua madrasta, dizem que ‘madrastas’ são bruxas e no caso da madrasta da minha avó, faz jus a tal menção.
Pra começar pessoas que não gostam de crianças são pessoas más, esta é a  minha opinião porque quem não consegue se comover ou se render pelas ‘travessuras fofas’ de uma criança, ou não teve infância, ou tem a alma mais dura que uma pedra ou sei lá como descrever esse tipo de gente que não gostam de crianças ou animais.
Pior é nos dias de hoje, quando “seres humanos” fazem filhos e os descartam em sacos de lixos, numa lixeira, num córrego ou mesmo numa fossa como eu já vi num noticiário local.
Enfim nós “seres humanos” somos a pior espécie de todas as espécies existentes neste planeta, destruímos tudo o que conquistamos para depois fugirmos das responsabilidades de ter que assumir os nossos próprios erros cometidos a culpar seres subjetivos como o próprio diabo, que assim como deus ainda vive no coletivo imaginário das pessoas covardes que detestam assumir seus próprios erros.
Mas voltando ao assunto da ‘madrasta’ da minha avó, ela explorava a minha avó quando ainda era muito pequena e a obrigava a fazer muitos afazeres domésticos, não sobrando tempo nem para estudar.
A minha avó queria estudar só que a ‘bruxa’ não a permitia, se quer comprava cadernos ou lápis, em uma das suas tristes lembranças infantis, a minha avó contava para mim que ao entardecer ou no fim da tarde, ela ia ao fundo da casa ‘secretamente’, para ficar treinando algumas letras do alfabeto japonês que um menino vizinho lhe ensinava, eu lembro que fiquei muito triste com este relato porque a minha avó mencionou que treinava escrevendo no chão, com os carvões que sobrava da fogueira, do fogão a lenha  que ela alimentava durante o dia para fazer a comida.
E depois de ter casado e ter muitos netos e netas, a minha avó cultivava um habito muito bonito que marcaria para o resto da vida seus netos, pelo menos guardo tais lembranças da passagem da vida dela com muita nostalgia e me fortalece muito em momentos difíceis.
Tendo sido muito importante tal gesto simbólico para mim, infalivelmente e todos natais ela comprava um lápis, uma borracha e um caderninho, embrulhava com esmero e presenteava cada neto e neta como se fosse um presente de muito valor.
Certa vez no meu capricho e inocente infantilidade reclamei e pedi a ela uma caneta, estava “cansado” de ganhar lápis, e o meu sonho de consumo era ganhar uma caneta Bic, ela muito sabiamente disse que ainda não sabia escrever e com o lápis e a borracha eu poderia errar o quanto quisesse, pois poderia apagar e consertar o erro, e me prometeu que quando aprendesse a escrever iria me presentear com muitas canetas. (risos)
A reflexão deste texto, é que se hoje sou humilde, não dá boca pra fora como muitas pessoas são, mas tenho humildade em meus sentimentos e não faço tanta questão do luxo e da ostentação seja ela quais forem, é porque nasci nesta família, a minha avó, com todos os sofrimentos que teve no passado, na sua juventude não se tornou numa pessoa má, fria ou se quer odiava seus netos, muito pelo contrário ela nos incentivou muito a estudar, aprender uma profissão e principalmente os valores vitais da humildade humana.
E todas as vezes que me deparo com um caderno, um lápis, uma borracha e um apontador, lembro com muita nostalgia dela, é muito bom ter tido contato com pessoas maravilhosas como a minha avó, pessoa que me enriqueceram  meus valores pessoais e que me definem muito bem quem eu sou nos dias de hoje!

Paulo RK

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