Paulo Rk

Paulo Rk
Contemplação da mente

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Tentando explicar Deus conforme as minhas próprias crenças!



Com as minhas ‘próprias crenças’ porque cada pessoa tem a sua versão, do que possa ser Deus para elas mesmas, portanto nem quero que algumas pessoas de mentes fechadas se sintam ofendidas, com o que vou falar por aqui no dia de hoje.
Não é novidade para ninguém que sou budista, pratico desde 1999, e daquela época pra cá, posso dizer com tudo que sou hoje, não consigo me imaginar sendo eu, sem ser budista.
Ao conhecer tal filosofia/religião de vida, mudei radicalmente a forma errônea de como encarava as pessoas e a vida, me fazia de vitimas de tudo e por todas as coisas ruins que me aconteciam, sendo desse jeito vivia com medo das pessoas e do meu amanhã.
Não conseguia ver a luz no final do túnel, a minha pessoa era carregado de ressentimentos e exalava e distribuía mágoas por todos os cantos e com todo mundo.
Então ninguém me via ou conseguia me ver com simpatia, porque é muito difícil sorrir normalmente para as pessoas, imagina sorrir para quem sempre está com a cara fechada e de mau humor?
Obviamente que a minha mudança não aconteceu da noite para o dia após ter conhecido o budismo, pois não funciona assim, tudo na vida é um processo, e tem o seu começo, meio e fim.
Tudo na vida das coisas boas ou ruins, você sempre tem que começar pelo começo, parece estranho dizer assim, mas é assim que funciona.
Porque ser imediatista só vai te desanimar a desenvolver qualquer coisa que se propunha a fazer, por exemplo, tem gente que quer perder a barriga, mas não se esforça para tirar a bunda gorda da poltrona e fazer qualquer exercício que faça alcançar tal objetivo, mas mesmo que comece a fazer, não queira perder a barriga de um dia pro outro, pois como mencionei é tudo um processo, e como todo processo ele tem o começo, meio e fim.
Voltando ao assunto, se eu encontrei o budismo é porque na verdade, sabia que não podia continuar sendo aquele garoto introvertido e problemático, porque sofria muito comigo mesmo, e culpava as pessoas pelos meus infortúnios ao mesmo tempo, afirmava sofrer pelas pessoas que amava e nada sabia fazer para ajuda-las a livrar dos seus sofrimentos.
Então por dentro eu era uma usina de conflitos, contradições, mágoas e ressentimentos de todos os tipos, parecia que eu era um martelo e as pessoas pregos, saia martelando nas cabeças das pessoas como se todo mundo fosse culpado pelo que estava passando comigo mesmo.
Foi quando aprendi no budismo que não precisava sofrer pelos sofrimentos das pessoas que amamos, e que para podermos ajudar primeiro tínhamos que nos ajudar, porque para arrumar as casas dos outros, as nossas tem que estar em ordem. (fato)
Na época não compreendia direito tal condição, mas hoje é tão claro como a luz do sol que me ilumina o dia, pois antes de ser budista eu vivia na escuridão da ignorância fundamental, a condição daquele que não sabe de nada e por consequência sofre e sofre muito neste mundo, pelas suas próprias condições.
Aprendi a recitar o mantra Nam myoho rengue kyo, sendo ela a pratica principal do budista, é muito simples recitar, ao mesmo tempo, que é complicado, pois mexemos com os nossos Carma negativo desde os nossos primórdios até o presente dia de nossas vidas.
Funciona assim quando recitamos o mantra mexemos como o nosso carma negativo, e recitamos justamente para podermos transformar todos os nossos Carma negativo em positivo, que inclusive são responsáveis pela nossa condição de vida atual.
Para quem não sabe CARMA em sânscrito, significa AÇÃO, e como toda ação ela pode ser negativa ou positiva, e como todos sabemos todas as ações geram reações. (ação=reação)
Por esta razão o budista não acredita em deus tal como as pessoas da esfera ocidental do globo terrestre costuma acreditar, porque para pessoas não budistas se acontecem coisas boas, foi deus, e se acontecem coisas ruins foi o capeta, mas nenhuma delas lembra que temos por direito o livre arbítrio, o poder máximo de decisão quando podemos fazer as nossas próprias escolhas, assim como somos responsáveis por todas as coisas que nos acontecem, seja boas ou ruins.
Nós budistas não acreditamos num único ser que “administre” a vida de todos, se fosse assim o mundo não estaria como está, mas acreditamos numa lei universal, perfeita e mística que administra e com toda propriedade essa liberdade de escolha, que temos em nossas vidas.
Portanto nós budistas temos a consciência de que podemos fazer o bem ou o mau, mas que toda a nossa ação sendo positiva ou negativa, gerará consequências como é a própria reação.
Então compreendi que eu não posso mudar as pessoas e o mundo para o melhor, mas mudando a mim mesmo para o melhor, estaria colaborando com um mundo melhor.
Na filosofia budista aprendo a me amar de verdade, hoje sou apaixonado por mim mesmo, e sem essa de narcisismo, menciono que se você se gosta, e se ama as pessoas começam a reparar em você, por consequência você demonstra tal amor na sua própria aparência externa, chamando a atenção das pessoas que nunca repararam em você! (simples assim)
É um erro cobrar das pessoas dizendo que elas não gostam de você, quando na verdade é você mesmo que se ODEIA! (risos)
Do ponto de vista budista, esse divino que todos chamam de deus, pode habitar um único lugar, e nenhum outro que não seja dentro de nós mesmos.
Buda não é um deus, é um estado de vida que todos nós podemos atingir ao nos livrar das nossas próprias ignorâncias fundamentais, só você pode ser o teu pior inimigo, assim como só você pode ser o teu salvador!
Nos tempos difíceis como as que vivemos no Brasil e no mundo atual, eu percebo muitas pessoas vivendo em suas ignorâncias e sofrendo por elas, mas elas nada fazem para melhorar suas condições de vida, pois acreditam que um dia, “deus” os livrará de todos os males da terra.
Este deus tal como elas imaginam não existe, se elas mesmas não se conscientizarem de que elas próprias precisam fazer suas partes para manifestar tais poderes divinos, e procurar melhorar suas condições neste mundo, morrerão sofrendo pelas suas próprias crenças errôneas.
Observo muitos religiosos que vivem dizendo amém, que só deus é poderoso, quando elas mesmas não fazem nada para comprovar tal crença, mudando seus aspectos de misérias materiais e infelicidades espirituais, lembre-se que está escrito na própria literatura sagrada de quem é “fanático” por deus; ‘faça por onde te ajudarei’!
Acreditar por acreditar não te levará ao reino dos céus ou a qualquer outro lugar melhor do que este inferno que vivemos aqui na terra, mas quando somamos a crença com as nossas atitudes positivas em relação a nós mesmos, nada neste mundo pode nos derrubar ou impedir de sermos felizes, porque se deus existe, ele só pode habitar dentro de cada um de nós, e em nenhum outro lugar neste imensurável e vasto universo.
Então comece agora, nunca é tarde, se realmente acredita no poder do divino, pare de falar e comece a agir em prol da tua própria felicidade, pois só pode fazer feliz alguém, quando somos verdadeiramente felizes neste mundo!
Paulo RK

2 comentários:

  1. Hoje e não sigo qualquer religião, depois de uma vida quase inteira de buscas. Aprendi exatamente o que você, com clareza, expõe nesta sua reflexão. Hoje, sou um cara extremamente feliz e em paz. Não tenho medos, angústias e coisas similares. O marido de minha prima também é budista e adoro conversar com ele. Aprendi e aprendo muito com ele neste meu processo de auto-descoberta. Mas continuo meio arredio a frequentar qualquer religião institucionalizada. Destaco aqui trechos que você, brilhantemente registrou:
    "Então compreendi que eu não posso mudar as pessoas e o mundo para o melhor, mas mudando a mim mesmo para o melhor, estaria colaborando com um mundo melhor.
    Na filosofia budista aprendo a me amar de verdade, hoje sou apaixonado por mim mesmo, e sem essa de narcisismo, menciono que se você se gosta, e se ama as pessoas começam a reparar em você, por consequência você demonstra tal amor na sua própria aparência externa, chamando a atenção das pessoas que nunca repararam em você!"
    "Do ponto de vista budista, esse divino que todos chamam de deus, pode habitar um único lugar, e nenhum outro que não seja dentro de nós mesmos.
    Buda não é um deus, é um estado de vida que todos nós podemos atingir ao nos livrar das nossas próprias ignorâncias fundamentais, só você pode ser o teu pior inimigo, assim como só você pode ser o teu salvador!"

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