Tem gente que pensa que ter
mais idade é sinônimo de sabedoria, portanto teoricamente uma pessoa velha
deveria ser melhor em todos os sentidos e aspectos da vida.
Mas não é o caso!
Tenho que lidar com um monte
de gente no meu cotidiano, pessoas de todas as formas, cores, dos mais altos
níveis culturais e da própria ralé, seres predominantes dentro da nossa
sociedade, que se quer, sabem o sentindo da expressão; respeito ao próximo.
Não estou reclamando e ‘graças a deus’ por ser
assim, de certa forma, graças à escória, que eu aprendo a ser um ser melhor, e
é como sempre digo pra todo mundo ouvir, estou em plena construção do meu ser
com a própria ignorância alheia.
Pois com tais pessoas eu
aprendo a ser melhor, mais flexível e mais respeitador com o próximo.
Como exemplo posso citar neste
texto, foi um casal de idosos vizinhos meu, que me inspiraram e me convidaram a
refletir os porquês das pessoas velhas serem desprezadas pelos outros, e até
pelos seus próprios filhos e netos.
Tais vizinhos ficam me
provocando com coisas banais, atribuo tal comportamento hostil, desnecessário, uma
vez que sou muito pacato, mas confesso que estou prestes a mandar esses velhos caquéticos
a tomarem no OLHO DE SEUS CÚS, ENRUGADOS!
Eu sei que se fizer isso, vou
ser mau visto pela vizinhança, pois afinal de contas tenho idade de ser o neto,
e graças a deus por não ser, mas por trás de um comportamento desprezível
existe uma questão relevante a ser analisado: “como pode pessoas viver uma vida
inteira, para no final, em suas velhices, se tornarem em pessoas insuportáveis, chatas e cascas
grossas”?
Apreendi e aprendo na
literatura sagrada do budismo que a nossa mente deve seguir o rumo contrário de
nossos corpos.
À medida que envelhecemos
nossos corpos ficam pesados, perdendo muito das nossas habilidades e flexibilidades
de quando éramos jovens, então a dependência pelos outros se torna uma
constante inevitável.
Pois todos enfrentaremos
as implacáveis ações da gravidade e do próprio processo do envelhecimento.
Portanto temos que preservar
as nossas mentes, devemos cultiva-las para que elas enxerguem muito além do
alcance das nossas visões, e seguir rumo à luz do sol (sabedoria), e nos
tornarmos tão leves quanto o próprio ar que respiramos.
Porque a combinação de corpos
e mentes pesadas pode ser letal para as nossas próprias vidas, antecipando a
nossa própria morte, os chamado ‘morte em vida’.
Podem reparar, tem gente que
já morreu e não se derem conta de que respirações é apenas um reflexo
involuntário de um músculo que aqui chamamos de coração.
E o resultado desta triste realidade são os
desprezos e o abandono de pessoas velhas, ou mesmo dos mais jovens considerados
encrencas.
Certa vez visitei um asilo,
para nunca mais querer voltar num, acredito ter sido a experiência mais
marcante em toda a minha vida, ao mesmo tempo revelador, pois senti em cada
pessoa idosa a angústia de ter que viver com os sofrimentos do abandono.
Sabendo que fora entregues a
própria sorte, por pessoas que deveriam ter no mínimo um pouco de compaixão com
aqueles que dedicaram uma vida inteira por eles.
Mas a culpa é de quem?
Não estou aqui para julgar
tais pessoas, e nem ninguém, mas isso comprova a minha teoria existencial, a
medida que envelhecemos, precisamos ter as nossas mentes aguçadas, e tratar as
pessoas com o dobro de respeito e carinho.
Porque ninguém na vida é ruim
ou maldosa gratuitamente, obviamente que existem as exceções, mas não estou
falando dessas exceções.
Estou falando no drama de
alguns familiares que tiveram que “abandonar” seus entes queridos em asilos ou
alguma clinica de recuperação, por se tornarem um peso insuportável na convivência
junto a eles.
Muito pior, percebo que os
jovens de hoje, sendo os velhos do amanhã, são negligentes com as suas cabeças,
deixando de lado o que elas deveriam preservar muito mais do que seus corpos
sarados, pois um dia, ninguém mais o valorizará pela perda natural de sua
estética.
Pois saibam que quando isso
acontecer, e você não tiver mais nenhum atrativo, só lhe restará a sua
capacidade intelectual para sobreviver num mundo cruel, para algumas pessoas,
não sobrará nem a capacidade e o discernimento do que é certo e o errado,
condenados ao abandono, como se fosse um objeto inanimado qualquer! (pensem
nisso)
Paulo RK