Paulo Rk

Paulo Rk
Contemplação da mente

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Você não é a pessoa mais feia deste mundo, portanto não aja como se fosse

“É interessante o funcionamento da vida, ela sempre nos dá uma razão, um motivo, ou se preferir, uma inspiração, para vivermos orgulhosos, de quem realmente somos.” A questão, e o problema fundamental das nossas existências, não é a vida, são as pessoas que não se aceitam, e consequentemente não se amam. Reparem, quando disse que o funcionamento da vida é interessante; ‘nesta semana, três dos meus clientes, que alias correspondem aos padrões de beleza, reclamaram da vida, se achando feios.’ É nessas horas que acho que eles estão zoando, ou tirando uma com a minha cara, é onde entra o meu “psicólogo interior, e voluntário”, não por profissão, mas cheio de boas intenções, a consolar tais “patinhos feios”. Como todos devem saber, não sou formado em psicologia, e nem sei como devo agir nestes casos, mas pelo meu conhecimento popular, e principalmente pela necessidade de sobreviver, a gente sempre encontra um jeitinho, para esses carentes de plantão, ganhando pontos positivos, e o que é melhor, aumentando a nossa renda. Sinceramente, gostaria que as pessoas do mundo, fossem felizes, com as suas próprias condições, mas graças a deus, pessoas insatisfeitas existem de montão, estaria até sendo hipócrita, se dissesse o contrario. Por outro lado, e voltando a minha tenra infância, quando ainda estudava o ensino básico, lembro o quanto sofria nas mãos dos “perversos” coleguinhas, de classe. Pois sempre, fui motivo de brincadeirinhas sem graças, e maldosas por ser filhos de orientais, e para completar a minha dramática, pra não dizer trágica experiência infantil, a minha mãe cortava o meu cabelo, no formato de tigelinha. E pra completar a minha “desgraça”, ela colocava gel , imaginem vocês, como foi traumática a minha vida de estudante, branco do jeito que era, e com os cabelos bem pretinhos, cortados em forma de tigelinha, ainda por cima aquele gel que refletiam a luz solar na cara da professora, e dependendo do horário, ela tinha que fechar a cortina, ou me trocar de carteira. Parecia que tinha vindo de um outro planeta, um E.T., com uma única diferença, ele tinha a luminosidade em seu dedo, enquanto eu , no meu capacete intergaláctico, composto de “tigelinha” capilar, e gel da Bozano do meu pai. Aprendi a viver com aquela hostilidade infantil, pois todos devem ter passado, e sentido na pele, a crueldade “inocente”, dos coleguinhas de classe. Hoje tenho a certeza que o amor da minha mãe me ajudou a superar aquele “momento” fatídico, eu nunca falei para ela, o que se passava na escola, por conta daquele corte de cabelo, e do inesquecível gel. Pois nunca tive coragem, e estava disposto a suportar e a enfrentar a classe inteira por ela, pois todas as vezes que ela me arrumava, penteava o meu cabelo, colocando aquela banha (gel), orgulhosamente segurava a minha cabeça, com as duas mãos, me dava um beijão estalado na testa, dizendo; “bonitinho da mamãe!” Isso me fez lembrar uma piadinha, da dona coruja, e dos seus filhotes, ela pede para dona águia, não devorar seus filhotes, e para evitar o pior, a aguia pergunta para ela, a descrição dos seus pupilos. A dona coruja toda orgulhosa diz que eles são a coisa mais bonita e fofa do mundo, mas um dia a dona águia, encontra uma ninhada, cheio de filhotes, e pensou; “credo, que coisinhas mais medonhas, não deve ser os filhotes da dona coruja, e comeu os pequenos monstrinhos.” No outro dia a coruja furiosa foi procurar a dona águia, perguntando por que ela tinha comido as suas crias. A águia sem entender, respondeu: “ mas você falou que os seus filhotes eram bonitinhos!” Tal experiência, fez brotar dentro de mim um complexo por ser filhos de orientais, mas o pior estava por vir, foi no ensino fundamental, justo na época da adolescência , quando os nossos hormônios, e mentes estão borbulhando, como larvas incandescentes, de um vulcão em plena erupção. Justamente na fase da adolescência, quando temos a necessidade de pertencer ou fazer parte de alguma “tribo”, por questões de inseguranças, típicas nesta fase, e nem preciso dizer, que tive dificuldades em me “ajustar”, por conta dos complexos, adquiridos no ensino básico. Muitas vezes preferi viver na companhia dos marginalizados, rejeitados, ignorados e desprezados (ohhhhh dóóóóóóo´!1º) Mas estar entre os “semelhantes” não foi a pior fase, pois lá aprendi um pouco do significado da palavra amizade, das pessoas que se importavam com a gente, independendo das nossas condições de vida. Mas o pior, e o melhor de todas as experiências que tive, foi aquela garota, que eu tanto amava secretamente, é claro. Um dia criei coragem, e fui dizer a ela o que sentia , ela deu uma risada tipo, não gostei da piada, e disse não gostar de japas, e meu deu as costas (ohhhhh dóóóóó!2º) Disse, “ a melhor experiência da vida”, pois isso me fortaleceu, e me fez ver que a probabilidade de alguém gostar de mim, era zero, pois eu mesmo não me aceitava, do jeito que era. A partir daquele momento, comecei a enxergar o mundo de uma forma diferente, voltei para as minhas origens, e descobri a força da cultura e do espirito de nunca se abater, ou desistir, do meu povo(um grande legado). Um povo que, como o pássaro fênix , se levantou das cinzas para ditar ao mundo, tudo que é moderno e contemporâneo, mantendo as tradições e o respeito pela natureza. Hoje me aceito, e tenho muito orgulho das minhas origens, acredite ou não, quando me aceitei, as pessoas passaram a gostar mais de mim. Atualmente vivo entre pessoas que curtem estar em minha companhia, que me admiram, e pásmem, que me acham lindo (isso faz um bem danado aos nossos egos e me ajuda a viver). As três pessoas que reclamaram, serem feias, vivem as suas vidas, correndo atrás da beleza estética, academias e do dinheiro, verdadeiros escravos dos valores efêmeros. Baseado nesta experiência, posso afirmar que o mundo estará se sentindo cada vez mais feio, pois as pessoas correm atrás do dinheiro, de academias e salões de beleza, mas não correm atrás da sabedoria e nem da energia vital. Pior, elas nem sequer sabem o significado, e para que serviria a sabedoria em suas vidas, vivendo cegamente, obedecendo e aceitando tudo que a mídia lhes impõem, como um padrão de vida correto. Posso não corresponder aos padrões de beleza, ditados pela mídia, mas o fato, de eu me aceitar do jeito que sou, e ser quem eu sou, me torno em uma pessoa agradável, atraente e bonito aos olhos, de quem me vê. Uma dica, não aceita os padrões estabelecidos pela mídia, pois no imensurável e vasto universo da verdadeira beleza, não existem padrões, de repente o que é bonito para uma pessoa, pode não ser para a outra, e vice versa. A partir do momento que você se gostar mais, e se cuidar mais, as pessoas vão te reparar, e curtir estar em sua companhia, posso ter os meus defeitos, as vezes sou insuportável e cruel com as minhas infantilidades, mas nunca mais, vou me achar o patinho feio, sentir ou agir como uma pessoa feia. Para encerrar esta longa crônica, vou confidenciar um segredo, antes, para eu me sentir sexy, precisava tomar umas dez latinhas de Brahma, hoje depois de me aceitar, me sinto sexy o tempo todo, e posso garantir que não é narcisismo! Paulo RK

3 comentários:

  1. Eu não me acho feio, só não consigo me achar bonito. Em verdade não me acho nada.

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  2. falou tudo, mas o que significa sabedoria? kkkkkkk

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  3. Esse é mi amigo LINDOOOOOOOOOOOOOOO!

    Gosto muito de su pessoa...e sus histórias me fazem rir..su vida é uma aventura, carregada de boas experiências, porque, tudo que acontece na nossa vida tem sempre um lado positivo.

    Abraços!

    I love japa :)

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