Eu vivo me corrigindo, me
observando, me repreendendo e por vezes me idolatrando.
Não sou narcisista em
demasia, a verdade é que todo mundo é ou tem um pouco, mente quem diz não ser
narcisista, mas sem neuras, acho que um pouco de amor próprio não faz mal a
ninguém.
De repente eu me vejo
relaxado com a minha própria aparência, sei que tudo na vida tem que ter a
dosagem certa, não ser neuróticos ou obcecado com as nossas aparências, mas
não devemos nos relaxar muito a ponto de andar mal trajados, afinal de contas,
compartilhamos um mundo com todos, e saber nos apresentar perante as pessoas da
sociedade é o mínimo que podemos fazer dentro da própria condição de sermos
civilizados.
Aprendi que temos duas
realidades de vida, a realidade externa como as nossas aparências superficiais,
e a nossa realidade interna, como o nosso aspecto espiritual (alma).
Por esta razão nós budistas
temos um oratório, um objeto de devoção, onde ela funciona como um espelho das
nossas almas que nos mostra o estado de espírito, ela é tão importante quanto
um espelho que reflete a nossa condição externa, sem a qual não saberíamos das
nossas aparências se bonito ou feio, desarrumado ou arrumado.
Enfim o ‘bicho pega’ quando
sentamos em frente ao nosso ‘objeto de devoção’, ou em frente ao oratório,
quando recitamos o mantra com os olhos abertos, visualizando e fixando o olhar
no mandala, localizado bem ao centro do oratório.
“Bicho pega” porque são
nesses momentos de meditação ao recitar o mantra que revelamos as nossas
verdadeiras condições como seres humanos, se eu for egoísta como pessoa e com
as pessoas do meu entorno vou conseguir enxergar tal egoísmo e o quanto ela é
nociva, fazendo mal as pessoas e pra mim mesmo, e uma voz interior, a ‘voz da consciência’
gritará, suplicará por mudanças, tipo, ‘EU preciso fazer algo para mudar a
minha realidade intrínseca’.
Acredito e dou graças a deus
por ter conhecido a filosofia budista nesta minha existência, pois caso tivesse
conhecido outras religiões com suas metodologias do livramento de tudo que nos
faz sofrer neste planeta, eu ainda seria aquele rapaz tímido, complexado e que
se quer tinha amor e respeito por mim mesmo e muito pior por mais ninguém.
Menciono com orgulho sobre
esta filosofia, pois se não fosse ela talvez não questionasse tanto, e se quer,
teria me tornado quem eu sou hoje e como mencionei, tenho na consciência que
tenho muitas falhas para corrigir, sou muito falho como ser humano, mas não vou
viver a vida justificando as minhas fraquezas, dizendo que sou apenas mais um
ser humano, ou mesmo resignado por ser assim e muito pior acreditando que
morrerei assim.
A filosofia budista me
ensinou que viemos ao mundo para aprender, e só consegue aprender aquele que
tem a humildade de admitir ter muito a aprender, e principalmente aquele que
sabe se questionar por quem e por tudo que ele faz neste mundo e planeta.
A grande diferença entre o
budismo e as outras religiões é que o budismo nos ensina que viemos ao mundo
para transformar, aprendemos o poder da transformação, enquanto as outras
religiões do mundo nos ensina a resignação, ou seja, você nasceu assim por
vontade e força maior, portanto morrerá assim, detalhe sem direito ao
questionamento, porque para as outras religiões é pecado questionar “deus”!
Paulo RK
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