Hoje em dia quando alguém ou
algum fanático tenta me converter para a sua religião, tentando provar que o
budismo não é uma religião que se preste, eu só falo uma coisa pra fazer calar
a ignorância alheia: “graças ao seu deus, eu sou budista”!
Simples assim, pois a falta
de bom senso e falta de respeito com o próximo, mal dizendo uma crença que ele
muito provavelmente não conheça, prova exatamente que tal pessoa não é digna ou
mereça respeito daquilo que diz acreditar.
Pois para quem não sabe, nossas
atitudes falam por si só, e mais do que palavras, atitudes comprometem tudo o
que elas pregam dizendo que só o deus deles, possui este amor infinito.
Quando eles próprios como
seguidores provam o contrário, contradizendo tudo em atitudes, o que eles afirmam
de ‘boca cheia’ sobre seus deuses, quando não conseguem amar o próximo,
respeitando suas crenças, opções ou quaisquer outros fatores, que nos definem como
seres humanos!
Desde 1999 quando conheci o
budismo pela primeira vez, aprendi como essa religião é coerente, um dirigente
me perguntou por que eu estava naquela reunião.
Prontamente respondi que
estava lá porque queria ajudar a minha irmã com dificuldades, e a sua resposta
fez toda a diferença na minha decisão de seguir até o fim da minha vida, esta
maravilhosa filosofia de vida.
Ele muito sabiamente
respondeu que não poderíamos ajudar alguém se a nossa condição interior
estivesse tumultuada, ele usou o exemplo da casa bagunçada, dizendo que não
conseguiríamos arrumar a casa dos outros, se as nossas estivesse em desordem,
por mais bem intencionados que fossemos.
E continuou dizendo que não é
o Buda quem salva alguém, mas as nossas decisões de colocarmos em prática todos
os ensinamentos deixados como uma ferramenta, ou legado para toda humanidade.
Saiba que até chegar ao
budismo experimentei todas as outras religiões, enquanto as outras falavam num
deus fora de nós, central e cheio de bondade, e que ao mesmo tempo pune seus
filhos com castigos cruéis, com aqueles que questionam a sua existência,
aprendi no budismo, que devemos questionar a própria filosofia.
Porque só vou saber se o
budismo é bom para mim, se conhecer outras religiões, ao contrario do que acontece
com a religião predominante nesta parte do planeta, onde todos são ensinados a
temer e muito pior, a não questionar um deus imaginário que “segura” seus fieis
impondo medo a eles.
Não estou aqui para cometer
as mesmas ignorâncias, pois eu não preciso provar que o budismo é melhor que
outras religiões, maldizendo as outras.
Pois se eu tivesse as mesmas
atitudes que as pessoas das outras religiões, estaria mostrando a elas, que o
budismo é tão fraco quanto o deus deles, e procuraria outra filosofia para eu
seguir.
No próprio budismo aprendi
que quaisquer religiões que escolhemos para seguir, ela teria que atender a três
quesitos ou provas básicas, de sua validade, que são:
1.
Prova documental
2.
Prova teórica
3.
Prova real
1., Prova documental no
budismo são os escritos sagrados, cartas que foram escritos pelo próprio buda
Nitiren Daishonin, para seus discípulos e seguidores onde ele incentiva e
encoraja pessoas comuns, a superarem todas as suas dificuldades mundanas.
Nesses documentos em nenhum
momento ele condena, julga ou amaldiçoa seus discípulos, muito pelo contrário
ele nos lembra a todo instante de que também podemos ser felizes neste mundo e
a despeito de quaisquer dificuldades que estamos passando, somos divinos por
possuir tais condições naturais e inerentes.
Buda não é um deus, mas um
ser como outro qualquer que atingiu a iluminação, ou seja, superou a sua
própria ignorância fundamental e inerente. E todos nós sabemos que os
sofrimentos nascem da própria ignorância do não saber de quem somos e do que
somos capazes.
2., Prova teórica; o
raciocínio budista é muito lógico, portanto não nos baseamos em ‘cobras que
comeram maçãs’, e por consequência o mundo está do jeito que está, mas
acreditamos na lei da causa e efeito, onde tudo que fazemos em nome do livre arbítrio
terá consequências.
Ou seja, se fizermos o bem, o
universo conspirará a nosso favor, nos retribuindo na mesma moeda e do
contrário é verdadeiro.
Portanto o verdadeiro
praticante do budismo atua sempre com o bom senso, não pregando a violência, a
estupidez e o ódio contra quaisquer realidades ou contra o seu semelhante.
3., Prova real, do meu ponto
de vista o mais importante, pois é onde provamos para todas as pessoas, a
validade deste ensinamento deixados pelo
próprio buda, através de atitudes, do que falamos e de nossas próprias vidas.
Não havendo necessidades de
criticar através das palavras, mostramos ao mundo o nosso próprio exemplo de
superação da vida, baseados na filosofia de vida a qual praticamos.
Importante lembrar que a superação espiritual
melhora muito a nossa condição material neste planeta.
Obviamente que não praticamos
o budismo pra nos enriquecer financeiramente, mas quando procuramos nos
enriquecer espiritualmente, a nossa vida material evolui nas mesmas proporções.
Buda não condena o
enriquecimento material, desde que ele seja colhido e usufruído com o máximo de
bom senso, sem a prática da avareza.
Então para terminar este
texto que ficou muito comprida, vou deixar a minha posição em relação as minhas
crenças.
EU PREFIRO ACREDITAR EM TUDO
QUE FOR COERENTE E QUE SIGA UMA LÓGICA COMPORTAMENTAL RACIONAL, NÃO NO
IMAGINÁRIO COLETIVO OU NUMA CONDIÇÃO SOBRENATURAL A QUAL ME IMPEÇA DE SUPERAR
TODAS AS MINHAS FRAQUEZAS NESTE MUNDO!
Paulo RK