Paulo Rk

Paulo Rk
Contemplação da mente

domingo, 19 de agosto de 2012

Adoro a minha pobreza pessoal, ela me diverte!

Outro dia fui almoçar, era bem tarde do dia, alias ultimamente tenho almoçado bem mais tarde e não tenho jantando. A verdade, é que almoço tão tarde, que a noite, não me dá vontade de comer comida, e acabo comendo algumas “besteirinhas”, antes de me deitar. Não reparem no assunto que vou abordar nesta crônica, na verdade estou escrevendo, pois alguns dos colegas blogueiros, afirmaram estar sem assuntos relevantes, para escrever. Obviamente, contestei tal afirmação, pois não acredito que isso possa acontecer, pois do meu ponto de vista, o ser humano, ou o comportamento humano, bem como as suas dificuldades do dia a dia, fornecem um extenso e vasto material intelectual, para o desenvolvimento de quaisquer tipos de assuntos. Basta termos um pouco de visão poética, e bastante sensibilidade para explorarmos tamanha competência humana, de rirmos de nós mesmos! Querem um exemplo? Como todos devem saber moro sozinho, e estou por conta e risco próprio, e resolvi fazer uma planilha para “controlar” melhor, os meus gastos, e descobri que no mês de julho, gastei trezentos ‘mangos’, só em comida. Sinceramente, para quem mora sozinho, achei um absurdo, então resolvi fazer uma economia, decidi mudar alguns produtos de marcas famosas, por outros não tão famosos. E foi o que fiz, achei um feijão pela metade do preço a qual estava acostumado a comprar, só que me esqueci de um detalhe, em nosso país, tudo que é caro é bom (existem exceções, mas geralmente é assim)! Foi numa quarta feira, voltei azul de fome, esquentei a comida e mandei ver, na minha primeira colherada, fui “sorteado” com uma pedra, daquelas bem ‘graudas’, que encontramos dentro do sapato dos pedreiros. A experiência foi terrível, pois quase quebrei o meu dente, mas a fome era tanta, que cuspi a pedra e a despeito do gostinho de terra, que ficou em minha boca, continuei a comer, como se não tivesse acontecido, absolutamente nada. Até meus dentes “doparem” com uma segunda pedra, achei a “experiência” hilária, e comecei a dar gostosas gargalhadas com o prato ainda na mão, pois achei uma “experiência cômica, trágica e dramaticamente singular”. Mas foi com a terceira pedra em minha boca, que perdi toda a graça e a condição hilária foi dissipada, tomando conta, o meu ódio por aquele feijão de marca inferior e barata. Perdi totalmente o meu apetite, cheguei mesmo a despejar o prato todo no lixo, olha só, o barato que saiu caro! A minha sorte, foi que os meus “caniços”(dentes), sobreviveram e a despeito do gostinho ruim de terra na minha boca, tal experiência só me provou mais uma vez, que a preguiça não compensa. Continuarei a comprar o feijão barato, mas de agora em diante, e com esta marca inferior, não vou vacilar, vou ter um pouco mais de trabalho, e separar antes de cozer, o feijão das pedras, evitando se assim, interrupções no processo da minha “engorda”, almoçando mais tranquilamente, e economizar um pouquinho a mais, no fim do mês. Quem sabe, dê até para comprar “aquela pizza,” que ando protelando já faz um tempinho! E assim a minha pobreza, tem me divertido, tenho rido e falado com os meus próprios botões sobre os erros cometidos, na tentativa de economizar alguns vinténs. Assim também tem sido a vida de muitos outros brasileiros, "que deus abençoe a todos os corintianos, corajosos e esperançosos," que fazem do drama pessoal, a razão para continuar a escrever na linha da vida, com muita dignidade e coragem, fazendo de cada tombo, um valioso aprendizado, para no fim do mês, sobreviver como um grande vitorioso, como um grande e valente triturador de pedras, num prato de feijão! Paulo RK

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