Paulo Rk

Paulo Rk
Contemplação da mente

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Cala boca porra!


Sou muito educado, trato as pessoas exatamente da maneira como gostaria de ser tratado, mas às vezes perco o meu centro gravitacional e despenco em cima das pessoas má educadas com todo o peso da minha ignorância.
Um ato desprezível alheio, não deve ser usado para justificar ou ditar os nossos comportamentos, mas confesso ninguém é de ferro, muito menos eu.
Foi um dia corrido em meio aos engarrafamentos e uma chuva que insiste afogar a minha estimada cidade, já estava terminando o meu turno quando deveria visitar um ultimo cliente da agenda.
Apesar das dificuldades das chuvas típicas nesta época do ano, e do transito caótico procuro sempre manter o meu bom humor, quando vou me encontrar com um cliente, afinal de contas são eles quem paga as minhas contas.
E como mencionei logo no inicio desta crônica, trato as pessoas da forma como gosto de ser tratado, no entanto existem pessoas que são tão tapadas que não conseguem ler as nossas linguagens corporais, as nossas expressões faciais ou mesmo o tom das nossas vozes.
Quando aprendemos a observar o mundo, as pessoas e seus comportamentos, não precisamos utilizar as palavras para nos comunicar, pois podemos saber através das atitudes alheias até quando estamos agradando ou incomodando.
É o famoso “se mancol”, não sei se esta expressão é correta, mas quem já não ouviu alguém mencionar, “fulano não tem se mancol"?!??
Pois foi pela insistência de um cliente em reclamar da chuva , das contas , do transito e da sua própria esposa que gasta todo o seu suado dinheiro, que soltei esta perola, ‘Cala boca porra!’
Estava tão perturbado que não conseguia me concentrar no meu serviço, definitivamente o cliente estava arruinando a minha performance, o que poderia prejudicar futuras contratações.
Pensei mil vezes antes de soltar esta bomba, mas para a minha surpresa , após a explosão houve um silencio ensurdecedor, e continuei na minha , o cliente simplesmente se afastou de mim e permitiu que eu concluísse o meu trabalho.
É engraçado como a vida é irônica, se o barulho que saia da boca do meu cliente me incomodava , o silêncio que vinha dele me incomodava muito mais.
Confesso que após o incidente, não consegui me concentrar no meu trabalho e quando anteriormente não via a hora de encerrar o meu expediente e ir para casa tomar um banho quente e comer uma comida saborosa, perdi totalmente o tesão!
Fiquei pensando no que iria falar para ele, como justificar uma expressão tão ralé, quando eu deveria ser polido no trato daqueles que pagam a minha conta?
Os últimos 45 minutos que faltavam para encerrar os meus procedimentos, foram equivalentes a um dia dentro de uma câmara de tortura chinesa.
Não gosto de perder o controle emocional e ofender as pessoas “gratuitamente” , bem vocês devem estar pensando que não foi bem gratuito, mas como mencionei anteriormente , ‘comportamentos alheios não devem ditar os nossos’.
Ser profissional em qualquer área ou setor requer de nós e acima de qualquer qualificação técnica , o nosso total controle emocional.
E se você não tiver definitivamente você não é um bom profissional!
Então os minutos finais foram cruéis para mim, mas tive que chamar o cliente e mostrar o meu talento, mas antes mesmo de falar algo, ele se retratou e pediu desculpas.
O peso da minha ignorância que lancei contra o meu cliente, e que agora estava me esmagando, dissipou quando ele afirmou que ninguém gosta de ouvir reclamações, enquanto está trabalhando.
O alívio foi imediato e além de ser pago pelo meu serviço ganhei uma “caixinha” de vinte mangos, e eu além de agradecer só pude falar ; “magina, não foi nada!” rsrsrsrsrsrsrs
Paulo RK

8 comentários:

  1. Olá, não pude deixar de rir lendo a sua crônica, mas é bem isso aí, ninguém aguenta mais reclamações. Se reclamar resolvesse os problemas, o mundo seria o paraíso!!
    Tenha uma boa tarde!!
    Mari

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    1. Ei Mari que bom, se consegui fazer você rir, me sinto realizado! Pois consegui atingi-la emocionalmente,afinal de contas a vida para mim só tem sentido se eu conseguir tocar os corações das pessoas! Muito obrigado por estar sempre me prestigiando com a sua relevante presente neste blog!

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  2. É Paulo, a coisa não é fácil quando tem o emocional envolvido. Trabalhar com pessoas é muito complicado. Quem pensa que é mel com mamão está redondamente enganado. Tem gente que acredita que ser professor, por exemplo, é facinho, facinho... nem imagina o que temos que enfrentar. Eu tb tento ser controlada e não sair do salto nunca, mas tem dia de fúria e aí a coisa tb pega hehehehehehehe

    Desculpa meus grandes sumiços tá, mas ando com minha vida real cheia de afazeres que estão me afastando da net.

    PS. Como vc evoluiu na sua escrita. Adooooorei!

    Beijos

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    1. Poxa Kekel muito obrigado por ter comentado sobre o nível dos meus escritos, é muito importante para eu saber em que estágio eu me encontro da evolução. Pois o principal objetivo é melhorar a cada ano,não é mesmo!
      Verdade, pior do que ser um prestador de serviços, deve ser, ser professor, tendo que lidar com alunos, quase sempre rebeldes e problemáticos. Imagino que lidar com os pais dos "mancebinhos" deve ser pior, pois qual mãe e pai, gosta de ouvir as verdades sobre seus filhotes?!?!?
      Não se desculpe pelo sumiço , pois a amizade continuará sempre a mesma, mas volte quando puder, combinado?!?!!
      Beijos e abraços estimados do amigo que nunca te esqueceu!

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  3. Eu não sei se vou concordar com você dessa vez ou colocar panos quentes. Tudo bem, ouvir reclamações é chato pra dedéu, pois nos cansam demais, mas pelo que eu entendi, o cliente estava falando das coisas dele, da vida dele, dos problemas dele. Não estava reclamando de você ou algo assim.
    Muitas pessoas chatas, que falam, reclamam pelos cotovelos, talvez por trás de suas máscaras sejam pessoas que não tem com quem desabafar e justamente por isso, quando o fazem, o fazem de forma errada, apenas reclamando, na esperança de que o ouvinte lhes dê um conselho ou uma palavra de consolo. Eu sinceramente digo que lendo o texto, fiquei mais com pena do cliente do que de você. Além do que, você foi até ele prestar o serviço e ainda falou isso lá no local dele. Achei um tico deselegante, sei lá.

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    1. Concordo plenamente Edu, fui um ticão deselegante ao mencionar tal expressão chula, mas é que naquele dia eu estava tendo o meu dia de cão! Transito, chuva, fome, e uma baita dor de cabeça.
      Mas é que ele estava tão empenhado em reclamar nos meus ouvidos que estava prejudicando o meu trabalho, e levo muito a sério o meu lado profissional.
      Mas como mencionei nesta postagem, são eles que pagam as nossas contas, portanto já liguei para o mesmo e pedi desculpas! O cliente aceitou e por ultimo ele que me pediu desculpas, afirmando que não foi nada agradável. O importante é que nos tornamos amigos, e o mais importante ele me autorizou a escrever esta crônica! Bom , né! rsrsrsr Abraços estimados do amigo!

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  4. é isto ... na vida o q importa é o q aprendemos com as lições q ela nos proporciona ...

    bjão

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    1. A grande escola chamada vida, só não aprende quem é burro o bastante para ignora-la!
      Valeu Bratz, pelos teus relevantes comentários, elas sempre me agregam valores!

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