Paulo Rk

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Contemplação da mente

sábado, 2 de abril de 2016

Deus?



Não estou a escrever esta reflexão para discutir com as pessoas sobre suas crenças, pois acredito que temos a liberdade do livre arbítrio para escolher o que bem entendermos, bem como respeitar as opiniões delas aceitando as como se fossem as nossas próprias escolhas religiosas.
No entanto nem todo mundo, nem todas as pessoas são democráticas e de repente se você pertence alguma outra religião, que não a delas, elas te criticam de forma agressiva, tentando nos convencer de que fizemos a escolha errada nesta vida.
De tempos em tempos eu cruzo com algum fanático religioso que se incomoda com a minha indiferença e descrença com o deus alheio, não significando que eu os destrate ou desrespeite, só porque tais pessoas não compartilham das minhas mesmas crenças.
Muito pelo contrario sou atencioso com suas explanações e pontos de vistas sobre os sofrimentos da humanidade neste mundo conforme suas próprias crenças, porque aprendi no budismo que não posso seguir uma fé cega dos fanáticos, e para eu ter a convicção de que a filosofia budista é valida para minha vida, tenho que conhecer um pouco de cada religião existentes mundo afora.
Conhecer um pouco de cada religião do mundo para ter parâmetros e fazer comparações com o próprio budismo a qual eu pratico oficialmente desde 1.999, e comprovar da veracidade desta filosofia, validando todos os preceitos deixados pelo Buda Nitiren Daishonin em minha vida; a questão é e sempre haverá uma questão subjetiva da falta de lógica e coerência por parte daqueles que acreditam num deus e num diabo aqui na terra.
Tal questão é que não consigo acreditar neste deus que todos afirmam ser onipresente, quando não sinto a presença do mesmo nas pessoas que dizem ser tementes e fieis a ele, ao mesmo tempo em que não consigo sentir o amor naqueles que afirmam; ‘ser deus a própria imagem da bondade e amor ao próximo’.
Porque penso que somos direcionados pelas nossas crenças aqui na terra e quando agimos contrários as nossas crenças, significa que não acreditamos de fato nesse deus, “generoso e carregado de amor eterno”, demonstrando o quanto são ignorantes essas pessoas que afirmam acreditar o que eles nem mesmo conseguem explicar em palavras e se quer ou muito pior, em atitudes pelos seus semelhantes aqui na terra.
Para quem não sabe, religiosidade não tem nada haver com espiritualidade!
Do meu ponto de vista e conforme aprendo na própria filosofia budista religiões são veículos que nos levam para o caminho do livramento de todos os nossos sofrimentos (ignorâncias) aqui na terra, procurando sempre equilibrar com os extremos, a espiritualidade que não tem nada haver com religião ou com o divino sobrenatural como aquele que tudo pode, tem muito haver com a nossa condição do divino interior.
Da nossa capacidade de nos relacionar com as outras pessoas, com a natureza, com os animais e com tudo aquilo que nos incomoda e nos faz sofrer.
Acredito que a espiritualidade tem muito haver com a formação cultural de pessoas com a mente aberta do não preconceito e da vontade e humildade de querer aprender com tudo que for diferente as nossas próprias condições mundanas, não conflitando com nenhuma delas.
Sou obrigado e agradeço por isso, por ter que me relacionar com todos os tipos de pessoas, e sou ainda mais grato por ter nascido curioso e observador, e sabe o que tenho reparado nas pessoas ultimamente e não é de hoje?
Observo que o mundo católico vive em constante conflito pela sua própria forma errônea de enxergar as duas formas básicas de energias que impulsionam este vasto universo desde os primórdios, mencionando as energias positivas e negativas como formas antagônicas e fazendo referencias negativas sobre elas, colocando na mente das pessoas que o positivo e o negativo vivem em constante conflito.
No sentido figurado o positivo representa deus, e o negativo o diabo, então eu penso que quaisquer pessoas em sua sã consciência que segue a religião católica, jamais conseguirá viver em paz consigo mesmo dentro desta realidade e contexto conflitante religioso, porque segundo a igreja deus vive numa eterna guerra com o diabo para garantir que tenhamos uma vida melhor aqui neste planeta.
Partindo do principio que religiões são veículos para o livramento das nossas próprias ignorâncias que nos fazem sofrer neste mundo, eu nunca me converterei para o cristianismo.
A propósito a própria figura de cristo numa cruz eu acho um sacrilégio, um sofrimento desnecessário, como poderia seguir uma religião cuja simbologia é representada por uma figura humana a sofrer pregado numa cruz?
Além desta cruel simbologia a ideia da luta eterna entre as forças do bem e do mau, acho muito errada e apesar de respeitar os amigos que são católicos de berço eu não os sigo, muito embora escute suas pregações, pois acredito que são cheio de boas intenções, mas completamente fora do contexto da minha realidade mundana, por não serem aplicáveis em minha vida ou na vida de qualquer pessoa racional.
A falta de coerência e lógica dos católicos é impressionante vou relatar um caso verídico que aconteceu não muito recentemente com o irmão de minha amiga.
Ele um rapaz boa pinta, tipo bonitão casado, tendo três filhos, sendo um menino adolescente e duas gêmeas ainda bebês, bem sucedido profissionalmente e financeiramente, comprou um apartamento para sua esposa e um carro.
Estava tudo indo muito bem, tendo o casal o estilo de vida desejado por muitos, instabilidade financeira e completa harmonia familiar, quando de repente ele, o marido, irmão da minha amiga se envolve com outra mulher.
Tendo uma relação extraconjugal, pulando do muro de vez enquanto, até que ele decide sair de casa fazendo sua esposa e filho sofrer pela separação.
Pra piorar com o desespero de sua mulher a ‘outra’ fica grávida, e a vida dele começa a desandar, bateu o carro, perdeu o emprego e está vivendo no pior inferno que o homem poderia viver consigo mesmo.
A questão é que a família dele, como a esposa e filhos estão sofrendo bem como as suas irmãs e mãe, a graça de tudo isso, quero dizer, acho engraçado que a sua irmã e mãe, não culpa ele pelo inferno que ele próprio criou, segundo a mãe dele e irmã, todo esse infortúnio é culpa da coisa ruim chamado capeta.
É quando digo que não existe nenhuma lógica e coerência na religião católica, porque parece que seus seguidores estão dispostos a errar e não analisar seus comportamentos, preferindo atribuir ao ‘coisa’ ruim, todas as vezes que suas vidas desandam e a deus todas às vezes quando tudo acontecerem as mil maravilhas, não existe uma condição racional, parece que tais religiosos desconhecem os poderes do livre arbítrio, preferindo delegar as responsabilidades por seus atos a seres que ainda vivem no coletivo imaginário de muita gente em pleno século XXI.
Onde está à responsabilidade para justificar a condição de homo sapiens neste planeta?
Explicando os muitos conflitos existentes em países católicos, a desordem e o caos estabelecido pelas crenças populares errôneas de que o bem sempre combaterá o mau e vice versa.
Aprendi na ciência que as forças que regem este imensurável e indescritível universo estão em pares, à dualidade de todas as coisas neste mundo e universo como, à noite, o dia, o sol, a chuva, o homem a mulher o bem e o mau.
Um complementando o outro, sendo impossível uma existir sem a outra, a exemplo disso temos o homem e a mulher que precisa um do outro para se reproduzir, ou mesmo um do outro para existir, podemos usar outro exemplo muito comum, mas que poucos observam a energia elétrica que faz funcionar o meu PC, requer duas formas de energias, a positiva e a negativa sem as quais não acenderiam se quer uma lâmpada.
Esta mesma dualidade que é mencionada na ciência é referencia na filosofia budista quando procuramos um equilíbrio entre as formas ou forças antagônicas, procurando sempre um equilíbrio entre os extremos, procurando sempre coexistir pacificamente com todos e com tudo, por esta razão não julgamos ninguém como fazem muitos crentes que não toleram ou suportam tudo o que os incomodam.
E para finalizar gostaria de citar mais uma falta de coerência no que mencionam os crentes fanáticos, eles vivem dizendo que deus abrirá suas portas pelo simples fato deles crerem neste deus que tudo pode, negligenciando a sua própria atitude na luta e busca para concretizar seus intentos, eles parecem não compreender a própria escritura sagrada bíblica que diz; ‘faça por onde te ajudarei’!
Temos que acreditar em algo, e transformar as nossas crenças em fé, pois fé são combustíveis para não desanimarmos nas nossas jornadas, mas temos que ter cuidado no que acreditamos, pois o que determinará o nosso sucesso ou fracasso, será as nossas ações baseadas em crenças.
De repente temos que tomar muito cuidado com o que acreditamos, pois podemos acreditar numa mentira, e quando estivermos convictos por uma mentira, nada mais poderá nos salvar, nem mesmo Jesus ou Buda, poderá nos resgatar das nossas próprias ignorâncias.
Da crença nasce à fé e da fé a nossa convicção, quem tem forte convicção tem fé e fé move montanhas, sendo que ninguém pode destruir um homem de fé verdadeira, mas quando ele tem uma fé falsa ele por si só sucumbe, arruína a sua vida e a vida daqueles que vivem em seu entorno.
Paulo RK

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