Não estou a escrever esta
reflexão para discutir com as pessoas sobre suas crenças, pois acredito que
temos a liberdade do livre arbítrio para escolher o que bem entendermos, bem como
respeitar as opiniões delas aceitando as como se fossem as nossas próprias escolhas
religiosas.
No entanto nem todo mundo,
nem todas as pessoas são democráticas e de repente se você pertence alguma
outra religião, que não a delas, elas te criticam de forma agressiva, tentando
nos convencer de que fizemos a escolha errada nesta vida.
De tempos em tempos eu cruzo
com algum fanático religioso que se incomoda com a minha indiferença e
descrença com o deus alheio, não significando que eu os destrate ou desrespeite,
só porque tais pessoas não compartilham das minhas mesmas crenças.
Muito pelo contrario sou
atencioso com suas explanações e pontos de vistas sobre os sofrimentos da
humanidade neste mundo conforme suas próprias crenças, porque aprendi no budismo
que não posso seguir uma fé cega dos fanáticos, e para eu ter a convicção de
que a filosofia budista é valida para minha vida, tenho que conhecer um pouco
de cada religião existentes mundo afora.
Conhecer um pouco de cada
religião do mundo para ter parâmetros e fazer comparações com o próprio budismo
a qual eu pratico oficialmente desde 1.999, e comprovar da veracidade desta
filosofia, validando todos os preceitos deixados pelo Buda Nitiren Daishonin em
minha vida; a questão é e sempre haverá uma questão subjetiva da falta de
lógica e coerência por parte daqueles que acreditam num deus e num diabo aqui
na terra.
Tal questão é que não consigo
acreditar neste deus que todos afirmam ser onipresente, quando não sinto a
presença do mesmo nas pessoas que dizem ser tementes e fieis a ele, ao mesmo
tempo em que não consigo sentir o amor naqueles que afirmam; ‘ser deus a
própria imagem da bondade e amor ao próximo’.
Porque penso que somos
direcionados pelas nossas crenças aqui na terra e quando agimos contrários as
nossas crenças, significa que não acreditamos de fato nesse deus, “generoso e
carregado de amor eterno”, demonstrando o quanto são ignorantes essas pessoas que
afirmam acreditar o que eles nem mesmo conseguem explicar em palavras e se quer
ou muito pior, em atitudes pelos seus semelhantes aqui na terra.
Para quem não sabe,
religiosidade não tem nada haver com espiritualidade!
Do meu ponto de vista e
conforme aprendo na própria filosofia budista religiões são veículos que nos
levam para o caminho do livramento de todos os nossos sofrimentos (ignorâncias)
aqui na terra, procurando sempre equilibrar com os extremos, a espiritualidade
que não tem nada haver com religião ou com o divino sobrenatural como aquele
que tudo pode, tem muito haver com a nossa condição do divino interior.
Da nossa capacidade de nos
relacionar com as outras pessoas, com a natureza, com os animais e com tudo
aquilo que nos incomoda e nos faz sofrer.
Acredito que a
espiritualidade tem muito haver com a formação cultural de pessoas com a mente
aberta do não preconceito e da vontade e humildade de querer aprender com tudo
que for diferente as nossas próprias condições mundanas, não conflitando com
nenhuma delas.
Sou obrigado e agradeço por
isso, por ter que me relacionar com todos os tipos de pessoas, e sou ainda mais
grato por ter nascido curioso e observador, e sabe o que tenho reparado nas
pessoas ultimamente e não é de hoje?
Observo que o mundo católico
vive em constante conflito pela sua própria forma errônea de enxergar as duas
formas básicas de energias que impulsionam este vasto universo desde os primórdios,
mencionando as energias positivas e negativas como formas antagônicas e fazendo
referencias negativas sobre elas, colocando na mente das pessoas que o positivo
e o negativo vivem em constante conflito.
No sentido figurado o
positivo representa deus, e o negativo o diabo, então eu penso que quaisquer
pessoas em sua sã consciência que segue a religião católica, jamais conseguirá
viver em paz consigo mesmo dentro desta realidade e contexto conflitante religioso,
porque segundo a igreja deus vive numa eterna guerra com o diabo para garantir
que tenhamos uma vida melhor aqui neste planeta.
Partindo do principio que
religiões são veículos para o livramento das nossas próprias ignorâncias que
nos fazem sofrer neste mundo, eu nunca me converterei para o cristianismo.
A propósito a própria figura
de cristo numa cruz eu acho um sacrilégio, um sofrimento desnecessário, como
poderia seguir uma religião cuja simbologia é representada por uma figura
humana a sofrer pregado numa cruz?
Além desta cruel simbologia a
ideia da luta eterna entre as forças do bem e do mau, acho muito errada e apesar
de respeitar os amigos que são católicos de berço eu não os sigo, muito embora
escute suas pregações, pois acredito que são cheio de boas intenções, mas
completamente fora do contexto da minha realidade mundana, por não serem
aplicáveis em minha vida ou na vida de qualquer pessoa racional.
A falta de coerência e lógica
dos católicos é impressionante vou relatar um caso verídico que aconteceu não
muito recentemente com o irmão de minha amiga.
Ele um rapaz boa pinta, tipo
bonitão casado, tendo três filhos, sendo um menino adolescente e duas gêmeas ainda
bebês, bem sucedido profissionalmente e financeiramente, comprou um apartamento
para sua esposa e um carro.
Estava tudo indo muito bem,
tendo o casal o estilo de vida desejado por muitos, instabilidade financeira e
completa harmonia familiar, quando de repente ele, o marido, irmão da minha
amiga se envolve com outra mulher.
Tendo uma relação extraconjugal,
pulando do muro de vez enquanto, até que ele decide sair de casa fazendo sua esposa
e filho sofrer pela separação.
Pra piorar com o desespero de
sua mulher a ‘outra’ fica grávida, e a vida dele começa a desandar, bateu o
carro, perdeu o emprego e está vivendo no pior inferno que o homem poderia
viver consigo mesmo.
A questão é que a família
dele, como a esposa e filhos estão sofrendo bem como as suas irmãs e mãe, a
graça de tudo isso, quero dizer, acho engraçado que a sua irmã e mãe, não culpa
ele pelo inferno que ele próprio criou, segundo a mãe dele e irmã, todo esse infortúnio
é culpa da coisa ruim chamado capeta.
É quando digo que não existe
nenhuma lógica e coerência na religião católica, porque parece que seus
seguidores estão dispostos a errar e não analisar seus comportamentos,
preferindo atribuir ao ‘coisa’ ruim, todas as vezes que suas vidas desandam e a
deus todas às vezes quando tudo acontecerem as mil maravilhas, não existe uma
condição racional, parece que tais religiosos desconhecem os poderes do livre arbítrio,
preferindo delegar as responsabilidades por seus atos a seres que ainda vivem
no coletivo imaginário de muita gente em pleno século XXI.
Onde está à responsabilidade
para justificar a condição de homo sapiens neste planeta?
Explicando os muitos
conflitos existentes em países católicos, a desordem e o caos estabelecido
pelas crenças populares errôneas de que o bem sempre combaterá o mau e vice versa.
Aprendi na ciência que as
forças que regem este imensurável e indescritível universo estão em pares, à
dualidade de todas as coisas neste mundo e universo como, à noite, o dia, o
sol, a chuva, o homem a mulher o bem e o mau.
Um complementando o outro,
sendo impossível uma existir sem a outra, a exemplo disso temos o homem e a
mulher que precisa um do outro para se reproduzir, ou mesmo um do outro para
existir, podemos usar outro exemplo muito comum, mas que poucos observam a
energia elétrica que faz funcionar o meu PC, requer duas formas de energias, a
positiva e a negativa sem as quais não acenderiam se quer uma lâmpada.
Esta mesma dualidade que é
mencionada na ciência é referencia na filosofia budista quando procuramos um equilíbrio
entre as formas ou forças antagônicas, procurando sempre um equilíbrio entre os
extremos, procurando sempre coexistir pacificamente com todos e com tudo, por
esta razão não julgamos ninguém como fazem muitos crentes que não toleram ou
suportam tudo o que os incomodam.
E para finalizar gostaria de
citar mais uma falta de coerência no que mencionam os crentes fanáticos, eles
vivem dizendo que deus abrirá suas portas pelo simples fato deles crerem neste
deus que tudo pode, negligenciando a sua própria atitude na luta e busca para
concretizar seus intentos, eles parecem não compreender a própria escritura
sagrada bíblica que diz; ‘faça por onde te ajudarei’!
Temos que acreditar em algo,
e transformar as nossas crenças em fé, pois fé são combustíveis para não desanimarmos
nas nossas jornadas, mas temos que ter cuidado no que acreditamos, pois o que
determinará o nosso sucesso ou fracasso, será as nossas ações baseadas em crenças.
De repente temos que tomar
muito cuidado com o que acreditamos, pois podemos acreditar numa mentira, e
quando estivermos convictos por uma mentira, nada mais poderá nos salvar, nem
mesmo Jesus ou Buda, poderá nos resgatar das nossas próprias ignorâncias.
Da crença nasce à fé e da fé
a nossa convicção, quem tem forte convicção tem fé e fé move montanhas, sendo
que ninguém pode destruir um homem de fé verdadeira, mas quando ele tem uma fé
falsa ele por si só sucumbe, arruína a sua vida e a vida daqueles que vivem em
seu entorno.
Paulo RK