Não sou um psicólogo de formação, mas adoro a ciência
que estuda comportamentos humanos, pois tal ciência explica com detalhes certos
comportamentos humanos inexplicáveis aos olhos dos mortais comuns, ou das
pessoas leigas.
Recentemente uma irmã acumuladora e com uma série de
comportamentos estranhos que aqui denominamos comportamentos esquizofrênicos, ‘evoluiu’,
na verdade não aconteceu da noite para o dia.
Aos olhos da ciência não existe um milagre, ‘do tipo
tava ruim ontem e hoje acordou melhor’ sem quaisquer ajudas medicas psiquiatra
ou quaisquer outras ajudas, dependendo da situação de cada caso, no caso da
minha irmã mencionei ajuda psiquiatra, porque somos herdeiros da esquizofrenia
dos nossos tios.
No caso “milagres” espontâneos só existem no mundo
dos acomodados que vivem mais de sonhos do que da própria realidade, ou dos
fanáticos religiosos que vivem na merda e acreditam que um dia deus abrirá as suas
portas, atendendo prontamente as suas necessidades básicas de vida, vão
esperando (risos), a vida funciona por meritocracia, tudo tem que ser meritório,
não basta querer, a gente tem que arregaçar as mangas e correr atrás dos nossos
sonhos, ou das coisas que mais almejamos nesta vida.
Importante lembrar que toda cura passa pelo processo
do inicio, meio e fim, mas no caso de uma doença hereditária e no seu estágio crônico,
especificamente no caso de minha irmã, não podemos falar em cem por cento de
cura, pois ela passará o resto da vida tomando remédios para atenuar seus
efeitos esquizofrênicos, que a tornavam incapaz do convívio social.
A medicação atenua os efeitos da esquizofrenia,
diminuindo seus efeitos estranhos do comportamento humano suprindo o cérebro
carente de certos químicos ou hormônios que as fazia agir do jeito que os esquizofrênicos
agem, por esta razão da necessidade dos medicamentos.
Portanto no ‘processo’ do inicio, meio e fim, e no
caso dela inexiste, sendo correto dizer ‘inicio, meio e enquanto durar’, mas
outra questão fundamental e importante da cura que não podemos ignorar é a
manutenção.
Humanos são em essência teimosos e até burros, basta
uma pequena melhora que “pensam” não precisar mais tomar remédios, é aí que
temos que ter paciência, sendo o único filho, talvez o único filho com menos
grau de esquizofrenia herdado, penso ser o mais responsável.
Sinto na obrigação de fazer o que tem que ser feito,
sendo o único filho caçula e homem, tenho na minha consciência que devo agir
como um homem, e intuitivamente sinto que a minha missão é cuidar das minhas
irmãs, ao mesmo tempo confesso e a despeito da minha consciência de missão por
ser o filho homem que meus pais tanto queriam,estou perdendo a paciência.
Moro com duas irmãs, sendo que as duas são esquizofrênicas,
uma menos que a outra, a questão é que a “menos” esquizofrênica “apóia” a outra
que está melhorando com a medicação, a não tomar mais os remédios.
É onde todo o meu estresse acontece, bate a
desmotivação e o cansaço físico mental, pois a própria irmã que estava tomando
remédios “pensa” que não precisa tomar mais, e não funciona assim, conforme
expliquei logo de inicio sobre a condição crônica dela sendo duas opiniões
contraria a minha, e só de pensar no que ela pode voltar a se tornar, entro em pânico.
Paulo RK