Paulo Rk

Paulo Rk
Contemplação da mente

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Você tem medo de que?


Outro dia estava assistindo o Exorcista, a verdadeira história, e enquanto algumas pessoas ao meu lado se contorciam de medo, e se arrepiavam com algumas cenas, eu cai na risada.
Gente, eu ri o filme todo, e em alguns momentos, eu não conseguia me conter.
Eu não sei se é porque não acredito no capeta, do jeito que todos “falam”, mas achei todas as cenas do ‘exorcismo’, muito cômica.
Principalmente, quando a menina pede ao padre, que ele transe com ela, e ao mesmo tempo ela torce o pescoço 360 º graus, subindo para as paredes, é mais ou menos, a reação de uma pessoa que não “trepa”, há um bom tempo.
Com todo respeito, achei mesmo que fosse um filme do tipo comédia, de baixo orçamento.
Ao mesmo tempo, desta hilária experiência, refleti nas coisas da vida que mais me assustam, depois de adulto.
Quando criança, temos medo de vampiros , lobisomens e os tradicionais bichos papões, seres imaginários que viviam debaixo das nossas camas, e dentro dos nossos armários.
Hoje percebo que as coisas que mais me assombram, são invisíveis, mas com consequências mais reais e dramáticas.
Estou falando do medo, de me tornar uma pessoa vazia, e não ter a consciência deste fato, medo de ser hostil com a minha vida, e com as pessoas ao meu redor.
Medo de não poder mais sorrir para o mundo, e não fazer questão do sorriso alheio, estar ao lado das pessoas só para não ficar sozinho, estar fisicamente presente mas mentalmente distante deles.
Dizem que a vida é irônica, e ela nos dá justamente tudo aquilo, que abominamos nas outras pessoas, e em nossas próprias vidas.
Então um friozinho na barriga me congela dos pés a cabeça, outro dia participei de uma reunião onde moradores de um prédio discutiam sobre melhorias e otimizações, que poderiam ser agregados sem terem que gastar mais.
Quando cheguei ao local estava ciente do tipo de pessoas com quem ia lidar, estava psicologicamente armado, mas não preparado emocionalmente, me deparei com pessoas que aparentemente não tinham razões para sorrirem.
Pois como prestador de serviço, no primeiro encontro, costumo contar uma piada para quebrar o gelo, quase sempre tirando sarro de mim mesmo.
Sempre dá certo, mas acho que naquele dia, as pessoas acordaram com mau humor, achando que o mundo estava contra elas.
Foi uma manhã ruim, imagine estar na presença de vinte pessoas e todas olhando para a sua direção, como se você fosse algum oportunista.
Temo ficar como eles incrédulos, inflexíveis e totalmente hostis com a vida e com seus semelhantes.
Acho que o meu maior medo hoje, é perder a capacidade de acreditar no meu próximo, é chegar ao extremo em dizer, para um outro ser humano ,que prefiro acreditar e conviver na companhia de animais, do que com os da minha própria espécie.
Espero que a vida não me torne em uma pessoa amargurada, ressentida e vazia por dentro, pois ultimamente tenho tido contato com muitas pessoas desta natureza, eu não me importo com a opção delas, mas se eu pudesse preferiria estar bem distante destas pessoas.
Não estou julgando ninguém, mas estou escrevendo esta crônica como um desabafo pessoal, e para expor ao mundo, qual é o meu maior medo.
E você, tem algum medo?
Paulo RK

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