Escutei uma bombástica semana passada que só agora
me estabeleci do “choque emocional” pelo qual passei na semana anterior, na
verdade não é pra tanto, não deveria ser uma vez que me considero mente aberta,
despidos de quaisquer tipos de preconceito no que se refere ao comportamento
humano.
Mas de repente uma pessoa menciona em palavras algo
que me paralisou, e eu que desconfiava há muito tempo sobre ele, na verdade existia
uma dúvida cruel dentro do meu julgamento (avaliação) mental sobre a pessoa,
sobre a sua opção sexual, não que eu tenha algum preconceito, longe disso, pois
este é bem casado, ama sua esposa tem lindos filhos e uma família quase
perfeita, ao mesmo tempo em que me olhava com certo ar libidinoso de quem gosta,
mas um ‘gostar’ não apenas de afeto, mas de desejo carnal (se é que vocês
conseguem me compreender).
E tal condição da contradição de agir de um jeito e
falar algo fora do contexto, me deixava confuso, pois vivemos num mundo
carregado de desejos reprimidos pela vergonha de sermos o que quisermos e onde
bem entendemos, quando muitos homens e mulheres casam apenas para ocultarem
suas verdadeiras opções e necessidades reais do sexo, vivendo infelizes apenas
para manter uma imagem que foi estabelecida como sendo “normal” por uma
sociedade doentia que se julga “normal”, pagando um preço alto por viverem
pelas aparências, fazendo filhos e cônjuges infelizes, pois quando não fazemos
o que temos vontade nos tornamos em pessoas frustradas, pelas nossas próprias
necessidades biológicas ignoradas ou reprimidas.
A minha opinião de estudante da psicologia
comportamental humana e estudante e praticante da filosofia budista, acredito
que todas as necessidades biológicas devem ser prontamente atendidas e não
reprimidas, desde que haja a participação voluntaria do parceiro ou parceira, (nada
forçado, com o uso da violência), pois tudo que é reprimido nos faz mal,
observe o mundo hipócrita em que vivemos, vivem pregando o que é certo, mas
cometem as piores barbáries debaixo dos panos e muito pior, se julgam no
direito de ser porta vozes de um “deus” que eles próprios parecem desconhecer
pelas suas próprias hostilidades em atitudes e em relação a nossa própria
humanidade.
Reprimir nossos desejos e necessidades biológicas nos
faz um grande mal e não podemos, pois experimente ficar sem comer comida quando
temos fome ou por sete dias, nós morremos, e com a água é pior, tente reprimir
a sede, não beba água durante dois dias que morremos e tente ficar sem sexo
durante uma semana, francamente eu não consigo, fico estressado, perco o meu
bom humor e o meu raciocínio fica lento, pois tanto a fome, a sede e o próprio
sexo são necessidades biológicas intrínsecas ao nosso corpo, da nossa estrutura
básica, por esta razão quando ignoramos tais necessidades cometemos um grande malefício
a nossa própria saúde física e mental.
Mas voltando ao assunto da minha “confusão” foi pelo
jeito que a pessoa mencionou, a priori pensei ser uma brincadeira, uma zoeira,
pois costumo brincar muito com as pessoas do meu convívio sendo o bom humor uma
das minhas melhores características pessoais dando liberdade para as pessoas
que convivem comigo, mas acho que aqui posso me abrir sem ressalvas, acho que
quando a pessoa disse aquilo eu fiquei constrangido, não era para eu ficar,
pois falo para todos que superei a minha timidez, mas de todo não é verdadeiro
essa minha afirmação, porque quando alguma pessoa fala coisas da nossa natureza
intrínseca eu ainda consigo ficar constrangido, é meio contraditório, pois
apesar de defender que as pessoas façam o que elas sintam necessidades e
vontade de fazer, eu fico constrangido, o bom é que acabo fazendo, não deixando
que sentimentos do preconceito me impeçam de fazer o que eu posso realizar
neste mundo em prol da minha própria felicidade pessoal.
Afinal de contas o que é a sociedade se não nós
mesmos (?), acho até engraçado quando as pessoas deixam de fazer algo afirmando
que a sociedade irá repreender ou mal falar, eu faço da minha vida o que eu
quiser e bem entender, como mencionei parágrafos acima, desde que não cause mal
a ninguém, todos os nossos atos aqui neste planeta e mundo são experiências que
nos ajudam a agregar valores, nos tornando em pessoas melhores, do contrário é
verdadeiro, ao deixarmos de realizar algo, deixamos de viver, e deixando de
viver nos tornamos em pessoas piores, desconstruindo tudo que provavelmente a
mãe natureza ou deus levou anos para construir ao longo das nossas evoluções neste planeta e mundo e muito provavelmente de vidas passadas até chegarmos aqui.
Após o meu patrão ter dito que sente fetiches por
japas o que causou todo esse rebuliço e tragédia mental, fui conversar com
alguns bons amigos de mentes e corações abertas, parecidos muito comigo, e para
a minha surpresa eles mesmos me confidenciaram terem algum tipo de fetiche,
sendo tal comportamento muito normal entre as nossas espécies.
E a lista das coisas que esse pessoal tem fetiche é
longa, indo de sapatos à pares de meias suja e usadas, de materiais com formato
fálicos e tudo que é parecido com o nosso orifício anal, e tem gente até que
sente fetiches por determinados alimentos, outros por negros, por gente branca,
sendo portanto extremamente normal do meu patrão ‘hétero convicto’, casado com
uma linda esposa, tendo lindos filhos com uma família feliz ter fetiches por
pokemóns ou seja por japas! (risos)
Agora que tal dilema está esclarecido dentro da
minha ‘mente demente’, agora só preciso trabalhar com outra questão que ficou
pendente dentro da minha ‘mente doente’; ‘o que devo sentir ou responder quando
uma pessoa diz ter fetiches por japas?’
Paulo RK