Da minha pobreza que me diverte e me motiva sempre

Ontem de manha quando estava me preparando para trabalhar por volta das 9 horas o meu “presentinho” chegou, e se me perguntarem se eu fui trabalhar? Adivinhem? Sabe como são “criancinhas” adultas, fica tão eufórica quando ganha um brinquedinho novo, que se esquece do mundo e de suas responsabilidades, foi o que aconteceu. Apesar de tal “presentinho” fui eu mesmo quem me dei, pois depois de adulto fica cada vez mais raro ganhar presentes das outras pessoas. Acho que é por isso que todo mundo desabafa de como era bom sermos crianças! Eu não sei, mas conjecturo que todo filhote de qualquer animal são muito fofos, incluindo nós seres humanos, então quando a gente é criança, ganhamos presentes de mães, pais, irmãs mais velhas, tios, e entre outras pessoas do nosso convívio, que adora nos mimar. O tempo passa, envelhecemos e perdemos o trono, nos tornamos menos “fofos” e não enchemos mais a casa de alegria, e a consequência desta realidade, é que ninguém mais parece se importar em nos alegrar com um presentinho. Porque nós mesmos, não manifestamos mais toda aquela euforia de uma alegria infinita infantil, capaz de emocionar os adultos. Mas realidades cruéis de vida aparte, tomei a iniciativa de suprir esta minha carência pessoal, de ganhar presentes, me presenteando eu mesmo, de tempos em tempos. Não faço isso com frequência, pois eu me sustento, e depois de adultos percebemos que temos muitas outras responsabilidades, do que comprar um “brinquedinho” apenas para nos motivar. Mas neste ano fiz uma loucura, minha mãe sempre fala que fazer loucuras para ter ou obter algo, sempre vale a pena! Então fiz várias contas, coloquei todas as minhas obrigações mensais, incluindo os sacrifícios de não comer pizza no mês e decidi comprar o “BRINQUEDO”. Pra variar, mais um aparato eletrônico (adoro) que eu estava ensaiando comprar já faz uns cinco anos. Algumas pessoas para quem falei da minha mais nova aquisição me criticaram, pois eu tenho muito a fazer em meu quartinho, onde detectei três buraquinhos em meu telhado, que parecem mais bica d’agua quando chove. No entanto o que as pessoas não sabem, é que comprar objetos é muito mais fácil do que consertar telhados, ou qualquer coisa em uma casa. Pois é só você ligar para a loja virtual, fornecer os números do cartão de crédito, e parcelar as prestações a perder de vista. Enquanto os profissionais que arrumam as nossas casas, não aceitam cartões de créditos como forma de pagamento, e muitos deles cobram o olho da cara, sem fazer um serviço digno. Então optei por gastar um pouco mais do meu rico dinheiro, me presenteando para me motivar, mesmo tendo que ficar debaixo de goteiras em épocas de chuva. Afinal de contas, se eu não me proporcionar este “luxo” ninguém mais o fará, pois eu já não sou mais tão fofo quanto era quando garotinho! Paulo RK