“Segundas intenções”!
“Sou cheio delas, mas nunca
sou ou fui gratuito com ninguém”!
“Sou respeitador, no
trabalho, na sociedade, nas ruas e dentro de casa”!
“Sou exigente, exijo respeito
porque respeito todo mundo”!
Assim era eu quando ainda
estava vivo na terra!
Mas são lembranças, apenas
lembranças de quem eu era na terra, e dizem que com o tempo vou esquecer todos
esses sentimentos que me definiam muito bem como pessoa.
Agora tudo me parece claro,
não temo mais o desconhecido, as aflições que tinha pelo amanhã, estão sumindo,
pois o tempo aqui não existe, pelo menos não como estávamos acostumados.
O tempo parece não passar por
aqui, e se quer temos as preocupações que tínhamos na terra enquanto encarnados!
É meio estranho até
acostumarmos, pois não me vejo mais como um pedaço de carne, ou um corpo, mas
me sinto como uma energia, uma luz, um fluído ou ao que tudo parece, sou apenas
a consciência daquela pessoa na terra, daquele personagem que fui enquanto
encarnado naquele corpo humano.
Minhas duvidas, sobre a minha
vida e os propósitos dela comigo, parece não me incomodar mais, pois
instintivamente sinto que tudo fez parte das manifestações de algo inerente a
mim mesmo.
A minha existência na terra
foi apenas uma manifestação de tudo que eu havia planejado, mesmo nas horas de
dificuldades e aflições que passei, foram todas planejadas por mim.
Difícil crer enquanto
terreno, que alguém em sua sã consciência planeje vivenciar dramas e algumas tragédias
em vida ai no planeta, no entanto tudo faz parte de um grande projeto de
evolução espiritual.
Sim vivemos dentro de um
grande experimento enquanto indivíduos ai na terra, na eternidade o conceito de 'individuo' não existe, todos fazemos parte de um único corpo celeste, de uma
única consciência e realidade cósmica!
Muito maior do que possamos
imaginar enquanto “vivos” pois o sentido da vida é outro por aqui, a vida não é
nada mais do que um sonho, planejado por nós mesmos, antes mesmos de nascermos.
Compreendo agora que enquanto
“vivos” na terra, na verdade estamos dormindo, ou “mortos”, e só despertamos
para as nossas verdadeiras realidades eternas quando desencarnamos, devolvendo
o nosso corpo material para terra.
Onde tudo que é matéria é
efêmero e tem o seu próprio tempo para existir e acabar, mas não o nosso
espírito, a nossa energia sobrevive muito além de nossos corpos materiais.
Agora compreendi que posso
ser maior em sentimentos do que eu fui ai na terra, ‘antes do acidente’
compreendendo que eu planejei a minha vida para conviver em harmonia com a
família de minha própria escolha, conforme nossas afinidades, descobrindo então
que ainda não chegou o momento de minha partida, que ainda tenho muito a fazer
por mim e por toda a minha amada família.
De repente todas aquelas
historias que a gente vê e ouve na televisão sobre relatos das pessoas que
tiveram experiências ‘pós-morte’, pode ser real.
Pessoas céticas dizem que
estive entorpecido pelos efeitos da forte medicação que tiveram que injetar em
mim antes de me considerarem clinicamente morto, para talvez me reanimar, no
entanto não é uma coisa que eu quero acreditar, mas uma realidade que eu senti
que aconteceu comigo, pois ainda me lembro da visão que tive de mim mesmo
deitado na sala de cirurgia, enquanto médicos em cima de mim tentavam me
reanimar.
Aos poucos fui me
distanciando, até não ouvir mais nenhum som, e não mais enxergar aquela bagunça
da sala cirúrgica e do desespero dos médicos, conseguia enxergar apenas uma luz
que me deixou sereno, até chegar naquele estado que narrei no inicio deste
texto, quando acredito que estava na forma do meu mais absoluto estado de
consciência.
A questão é que à medida que
sentia o meu corpo espiritual sendo “puxado” para o meu corpo físico, sentia a
luz cada vez mais distante e fraca de mim e mais me aproximava do barulho da
sala de cirurgia, e dos desesperados médicos tentando ressuscitar aquele corpo
inerte.
Sim amigos eles me trouxeram
de volta, e agora estou mais consciente da minha própria condição neste mundo e
planeta, assim como voltei a sentir o meu corpo e as dores do acidente que quase
ceifou a minha vida!
E agora?
O que mudará na minha vida?
Muitos me fazem tal pergunta,
mas no que se refere aos meus afazeres neste planeta, ‘a vida continua’, serei eu
mesmo, um pai de família dedicado à esposa e seus filhos, “Motoboy” por
profissão para pagar as contas do lar e se sobrar comprar uns mimos para esposa
e filhos.
A questão que talvez todos
queiram saber, é que se algo de dentro de mim mudou, ‘sim’, não sou mais aquele
motoqueiro temeroso, não temo mais nada que me aconteça de ruim nesta vida, só
temo em falhar em amar aqueles que eu escolhi para ser a minha família aqui na
terra.
Pois não quero desperdiçar
nunca mais o limitado e curto tempo que temos aqui neste planeta, nem quero
perder a grande oportunidade que tive do meu livre arbítrio escolhendo essas
pessoas que aqui chamo de minha esposa e meus filhos!
Pois senti que arrependimento
maior será deixar escapar a grande oportunidade de amarmos pessoas próximas a
nós que aqui chamamos de família.
Paulo RK
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