É engraçado como os seres
humanos se comportam, não quero parecer indelicado com o que vou mencionar
aqui, principalmente no dia de hoje, ‘dia dos mortos’ pois cada um com seu cada
um, ‘tem gente que nunca valorizou ninguém em vida’, mas depois que morre, ou
como eles costumam dizer, “perdi um ente querido” como se fosse um objeto de
posse, vai aos cemitérios “prestar” homenagens ao ente “querido”!
Supostamente querido! Por que valorizar depois de morto? (indigesto)
Particularmente eu acho
patético, pois que lógica tem?
Será que essa gente acredita
em zumbis, que os mortos retornarão a vida para perdoar esse medíocre ser que
muitas vezes judiou ou magoou profundamente o “ente querido” em toda a sua vida?
Fazendo da vida deste suposto "ente querido ou querida" num inferno?
Lembro como se fosse ontem,
como era horrendo o tratamento hostil que me tia cometia contra a sua própria
mãe ou a minha querida e estimada avó.
Hoje ambas estão mortas, mas
nunca me esquecerei da cena patética ao ver a minha tia “arrependida” no
velório sobre o caixão de minha avó chorando copiosamente pedindo perdão.
Alias como criança, ‘me surpreendia’,
pois fui testemunha de todas as formas de crueldade e barbáries que minha tia
praticava contra a minha avó em vida que iam desde verbais, psicológicas e até
físicas.
Não conseguia compreender o
‘porque’ de tanto ódio por quem a criou e bom ou ruim, dedicou à própria vida
para fazer daquela criança uma adulta até que ela casasse e tivesse seus
próprios filhos.
Espanto me porque a minha mãe
comentou certa vez, que os filhos nunca irão compreender os sentimentos de um
pai ou de uma mãe enquanto ‘filhos’, só quando eles cassassem e tiverem seus
próprios filhos compreenderiam.
Então ficou uma incógnita
naquela época e até hoje depois de velho, me questiono se a minha tia era um
‘ser humano’ normal, porque ela casou teve dois filhos e foi muito infeliz no
casamento, por isso desconfio que tivesse algum problema neurológico, tamanho
ódio que ela sentia pela minha avó.
Olha só, a minha tia nunca se
aceitou por quem ela era, porque talvez tivesse complexo de inferioridade, pois
tinha as pernas tortas e era baixinha, mas mesmo assim muito vaidosa, sua cara
vivia pintada, ou maquiada, usava roupas caras e de marca, pense numa pessoa
vaidosa muito além da conta, era doentiamente ciumenta com o meu tio, não
deixava que ele saísse e não ia junto e ficavam os dois infelizes trancado na
casa deles, ele não ia só para não contraria a louca da sua esposa, pense numa
pessoa difícil de se conviver essa pessoa era ela, minha tia.
São águas passadas, nem gosto
de comentar sobre assuntos familiares por aqui, pois sou uma pessoa discreta,
mas vale como uma reflexão, das próprias atitudes insanas que as pessoas possuem.
Essa minha hostil tia, não
posso dizer “querida” pois estaria sendo falso e odeio falsidades, mas essa
minha tia, tinha uma língua maior que o seu próprio corpo, eu nem lembro como
ela foi enterrada, nem sei se meus primos tiveram a necessidade de comprar dois
caixões, uma para ela e a outra para a própria língua. (risos)
Mas para finalizar essa
reflexão, quando a minha avó morreu, minha tia fez um espetáculo em cima do
caixão, chorando litros e rios de lagrimas dizendo que amava a sua mãe, no caso
a minha avó, no enterro do seu próprio marido, ‘dizem’ que ela também chorou
copiosamente, ‘não sei’, não fui ao enterro do meu tio, pois ele merecia meus
respeitos, pois foi o melhor tio que tive em toda a minha vida, mas
infelizmente estava trabalhando e estava no período da experiência.
E antes que “alguém” diga ou
mencione que sou insensível, me defendo dizendo o que mencionei logo acima no
começo deste texto, acredito ser inútil ‘prestar homenagens’ com aqueles que
destratamos em vida após a morte, pois o que se encontra naquela caixa preta é
apenas um corpo, ficando mesmo o conforto da consciência pesada para aqueles
que não fizeram nada em vida e enquanto podiam.
Portanto neste dia dos
finados a mensagem só pode ser única, ‘valorize as pessoas que te amam enquanto
vivas’, pois não queira ter o arrependimento de não poderem fazer algo depois
delas partirem para outra, arrependimentos podem ser cruéis consigo mesmas,
afinal de contas ‘arrependimentos’ não traz ninguém ou a pessoa amada a vida!
(pensem)
Paulo RK
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