Eu gosto de fazer muitas
coisas na minha vida, mas sempre tem aquela que nos identificamos mais, no meu
caso, é escrever!
Eu sei que não sou nenhum
escritor, mas na verdade aprendi na vida que não preciso ser necessariamente um
escritor para ‘escrever a minha vida num pedaço de papel ou num espaço virtual’
revelando e compartilhando a minha própria intimidade para quem nunca me viu
antes ou ao menos e se quer sabe quem sou eu.
Tem muita ‘magia’ no ato de
escrever, neste ato eu posso transmitir toda a minha essência verdadeira para
quem nunca me viu, ou mesmo fazer chorar ou rir conforme minhas palavras às pessoas
desconhecidas.
É um poder absoluto, vou
relatar uma experiência que eu vivenciei em minha vida e que carregarei por
toda a minha vida e quem sabe muito além do tumulo, pois mexeu muito comigo!
Estava no ensino médio, era
uma tarde fria e estava me sentindo muito mal comigo mesmo, nada físico, uma
condição extremamente espiritual.
Naquela época não conhecia a
filosofia budista e nem dava importância aos assuntos espirituais, porque se
quer dava conta da minha “vida material”, então por que me importaria com os
assuntos subjetivos da espiritualidade?
Faltava pouco menos de dez
minutos para irmos embora e todos ansiosos falavam alto, gritavam e tacavam
bolinhas de papel uns nos outros, detalhe, a professora parecia indiferente com
a nossa reação, pois ela própria estava ansiosa para ir embora.
E eu quieto sentado no fundo
perto da janela, esperava desesperadamente o sino tocar, observava a paisagem
fria lá fora.
Quando de repente o sino toca
e os estudantes como uma manada de elefantes enlouquecidos, saíram da sala de
aula, e eu peguei minhas coisas lentamente, sem pressa para nada, mas depois de
pegar o meu material que estava de baixo da carteira passei as mãos para me
certificar se não tinha deixado algum pertence pra trás, como tinha acontecido
na aula do dia anterior que tinha deixado um estojo novo para algum felizardo.
Mas qual foi a minha surpresa
ao encontrar cinco folhas de papeis de
caderno universitário escrito a caneta e com um desenho de um diamante na capa, dizendo que somos todos diamantes.
Achei curioso o ‘achado’ e
fiquei empolgado em chegar em casa pra
ler o seu conteúdo!
Nem tomei o meu lanche que
minha mãe tinha costume de preparar assim que voltasse da escola, ela até
estranhou, fui correndo pro meu quarto e nem preciso dizer que aquela leitura
mudou o meu humor, de depressivo se tornou pura motivação.
O que era triste ficou de
repente feliz através do conjunto de palavras que formam uma frase completa,
expressando a visão e um pensamento de uma pessoa desconhecida que me ajudou a
ficar feliz nos dias seguintes e até hoje, em minha vida.
Neste texto o autor ou autora
dizia que todas as dificuldades mundanas eram passageiras e que não deveríamos
perpetuar ou nos apegar aos sofrimentos que as dificuldades nos proporcionavam,
pois isso nos enfraquecia e nos corrompiam por dentro.
E o texto continuava dizendo
que temos nossos valores intrínsecos, pois somos como diamantes, brutos e
eternos, precisando somente ser polidos ou lapidados pela vida, para que
possamos revelar nossos verdadeiros valores.
E que a vida por mais difícil
ou complicada que possa ser tem uma razão de ser, elas nos forjam para que
possamos ser fortes e resistentes como os diamantes são!
Obviamente que o autor ou
autora desconhecida escreveu conforme a sua própria literatura pessoal, que
achei muito eloqüente e nem preciso dizer que aquela literatura despertou algo
dentro de mim, que está aceso até hoje e acredito nunca ninguém ou vicissitudes
da vida irá apagar.
Foi maravilhoso ter
encontrado aquelas folhas de cadernos escritas a mão e a caneta, até hoje
gostaria de encontrar a pessoa que escreveu tão lindos pensamentos naqueles
pedaços de papeis e fico ainda mais intrigado, ao tentar imaginar o ‘por que’ a
pessoa escreveria tão belas verdades, deixando ali com o propósito nobre de
ajudar a quem realmente estivesse precisando de algum conforto, no caso eu
mesmo!
Certamente que eu li e reli por
vários dias seguidos e cada vez que mais me convencia que vale muito a pena
estarmos vivos e passarmos por todas as dificuldades pelos quais estamos
passando, porque afinal de contas, e segundo aquela maravilhosa literatura,
sofrimentos são necessários para revelarmos os nossos próprios valores
inerentes.
E quando me convenci daquelas
palavras contidas naquele texto, resolvi cumprir com a bela missão do autor
desconhecido e deixei aquelas cinco folhas debaixo de uma carteira com o
propósito de que alguém muito angustiado a encontrasse e aliviasse a sua dor
seja lá qual fosse.
Posteriormente a este curioso
fato em minha vida, conheci o budismo que menciona que próprio Buda salva as
pessoas através das palavras, achei muito relevante com tudo que aconteceu
comigo até conhecer a própria filosofia budista.
Hoje procuro desenvolver o
meu próprio estilo de escrita, não me atentando a regras gramaticais ou
palavras bonitas, mas me preocupando principalmente de que as pessoas me
compreendam, explorando cada função das palavras, formando frases com o intuito
de despertarem nas pessoas coisas boas, pois para quem não sabe palavras tem
este poder de despertar sentimentos bons nos outros.
Mas cuidado, palavras mal
ditas podem despertar sentimentos ruins de ódio, portanto vamos aprender a
dominar esta arte acessível a todos, aprender nos comunicar fazendo o melhor uso
das palavras que tem o poder de revelar a nossa verdadeira realidade intrínseca da vida e
capacidades inerentes como seres humanos e da própria vida.
Escrever se tornou para mim
um hobby, uma higiene mental um momento “tão eu” que me permito brincar comigo
mesmo dizendo a todos, ‘escrevo, logo existo’!
Paulo RK
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