Tenho uma amiga, na verdade
amigona do peito, ela é negra, muito linda, pelo menos para mim, e a questão da
“beleza” é muito relativa, quando de repente uma pessoa linda pelos padrões da
mídia se torna feia estando na companhia constante dela e do contrário é
verdadeiro, quando uma pessoa considerada “feia” pela mídia, se torna linda ao
teu lado e na convivência constante com ela.
Porque de repente os
atributos da beleza não é somente um fator externo, a beleza se manifesta como
um todo, na verdade é um conjunto de fatores da própria pessoa, como exemplo das
coisas que ela expressa em palavras, de suas atitudes em relação às pessoas do
seu entorno e principalmente da percepção do mundo e das pessoas que ela tem.
Não gosto de me usar como
exemplo, mas certa vez eu vivi tal experiência do que acabei de mencionar,
conheço uma pessoa, um “amigo” loiro, considerado lindo conforme “padrões”
estabelecidos pela mídia, à questão é que se eu ficar ao lado dele por dez
minutos numa festa badalada, eu ofusco toda a sua “beleza”, deixando o mesmo,
no segundo plano.
Não menciono tal fato para
desmerecer, mas aqui estou expondo a relatividade da beleza externa, porque tem
gente que se acha feia se comparando com artistas de filmes ou modelos
profissionais.
Sendo uma covardia, porque
artistas de filmes ou modelos não saem ‘naturalmente’ nas frentes das câmeras,
tem todo um processo ‘técnico’ para fazerem ficar lindas, ocultando defeitos e
realçando os seus melhores traços fisionômicos e corporais.
Eu sei que não correspondo a
nenhum padrão estabelecido de beleza pela mídia, ‘mas quer saber’ não me acho
feio, muito pelo contrário, tem dias quando bebo cerveja me acho sexy, e parece
mesmo que as pessoas ficam olhando para mim, me desejando e cobiçando quando
estou “bêbado”, brincadeiras a parte, ninguém é feio demais ou bonito demais, o
problema das pessoas que se julgam feias é a falta de auto-estima.
E se sentir feias não são
privilégios daqueles que se sentem ou acreditam desprovidos de beleza, tem
gente que se enquadram nos ditos padrões de belezas e se sentem horrendas, pela
própria falta da auto-estima.
Outro dia a minha amiga
negra, me perguntou se estava notando algo diferente nela e vocês sabem como
são as mulheres se ofendem quando não notamos ‘detalhes’ que para elas são
muito importantes, diria até vitais. (risos)
Para não ser indelicado disse
a ela que tinha algo diferente nela, mas que não sabia ‘precisar’ do que se
tratava, ou dizer o que estava diferente nela.
Irreverente como ela é, ficou
imitando a Gisela Buchen nas passarelas, quando comecei a rir e ela indignada
disse que eu não iria adivinhar.
Foi quando ela disse que
estava “marronzinha”, pois tinha ido à praia com seu irmão e pegou aquele
“bronze”, começamos a rir muito, pois ela satisfeita finalizou dizendo que
agora estava sensualmente queimadinha e da cor do pecado como os gringos gostam.
E conforme suas próprias
palavras ela não se acha linda, mas ela se torna linda, porque ela não vê
problema algum em ser negra, muito pelo contrário e ao contrário das pessoas
negras que se faz de vitimas do preconceito alheio, quando eles mesmos nutrem
sentimentos de preconceitos com a sua própria cor, essa minha amiga do peito,
se gosta de verdade e tem muito orgulho de quem ela é.
Prova disso são as
brincadeiras e piadinhas que ela faz de boa consigo mesmo sobre sua própria
etnia, a danadinha também faz piadinhas
com os ‘japas’, nem eu escapo a gente ri de montão quando nos encontramos, a
propósito o orgulho que ela tem por ser negra, somada a sua auto-estima é muito
lindo de se ver, chega a nos contagiar, tornando ela na mais linda amiga negra que com muito orgulho tenho orgulho de ser o
amigo dela.
Lindo é se amar de verdade
por quem somos na real, feio são aqueles que não se aceitam por quem eles são!
Paulo RK
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