Não costumo fazer comparações
da minha vida objetiva (material) com os das outras pessoas, porque
simplesmente não tenho tempo para isso e nem vocação, apesar da minha vida ser
‘simplória’ em todos os sentidos e aspectos, “vivo” entretido com os meus
próprios problemas e crises existenciais (espirituais).
E quase sempre confesso não
dar contas de algumas delas, mas o tempo tem a sua própria sabedoria e condição
de ser, e à medida que o ‘tempo’ passa amadurecemos, e é onde percebemos alguns
aspectos mais relevantes das nossas vidas, sutis mudanças em nós mesmos que só
percebemos quando ‘paramos’ para profundas reflexões.
Quanto de nós, damos um tempo
para refletir sobre nós mesmos e sobre as nossas condições neste mundo?
Como mencionei nos primeiros
parágrafos acima, não me comparo a ninguém, mas faço comparações de mim mesmo,
do que era antigamente quando mais novo e do que sou hoje!
Muitas vezes me surpreendo,
porque de repente o que me incomodava antes não me incomoda mais, e na correria
do cotidiano nem tinha percebido o processo da minha própria “mudança interior”
para o melhor.
Acredito que todos sem
exceção, vivemos numa incessante correria, envolvidos profundamente com os
nossos “problemas” mundanos, que às vezes atribuímos a elas, graus de
importâncias que não deveríamos.
É claro que não devemos
procrastinar, adiando tudo para o amanhã o que podemos resolver hoje, o que
quero dizer é que não precisamos
atropelar nada, só precisamos respirar melhor, resolvendo uma coisa de cada
vez.
Observando que não devemos
nos apavorar quando não podemos ou por razões diversas resolver quaisquer
problemas em nossas vidas.
Uma questão que acho
relevante informar é que não existe no mundo problema insolúvel, tudo que
desejamos transformar é possível de se resolver, o ser humano tem essa
capacidade intrínseca e natural transformadora.
É sabido que no budismo
aprendemos tal essência e condição humana, por esta razão não vivemos
resignados com tudo que nos incomoda, apenas transformamos para a obtenção das nossas
qualidades de vida.
Importante também salientar
que tal capacidade transformadora só se manifesta quando o homem ou o ser
humano toma atitudes, uma vida baseada somente em crenças não nos leva a nada,
apenas na loucura desenfreada dos fanáticos, que vivem passiveis as
dificuldades mundanas, esperando por uma intervenção divina que aqui todos
chamam de milagre, sem fazer absolutamente nada para mudar seus aspectos
negativos, vivendo suas vidas de sofrimentos até que a morte física os “liberte”
de suas próprias ignorâncias que as fizeram tanto sofrer, quando não precisavam.
Não me comparo com as pessoas
no nível material (objetivas), mas faço profundas comparações entre eu e elas a
níveis espirituais (subjetivas), porque é através destas comparações subjetivas
dos comportamentos alheios, que percebo o quanto eu evolui com o advento do
amadurecimento.
E sempre que faço tais
comparativos entre eu e eles (outras pessoas) me permitindo uma profunda
reflexão que me define bem de quem eu sou hoje, uma pessoa melhor,
completamente diferente do que era no passado remoto!
Hoje com o próprio advento do
meu amadurecimento pessoal, consigo compreender melhor meu pai, um ateu envolvido
profundamente com o seu trabalho, quando ele me ensinou que para ser feliz eu
precisava saber apenas de uma coisa, ele me disse que temos que ter a cabeça ou
mente sempre aberta, a barriga cheia e o bolso sempre cheio de dinheiro.
Na época tal pensamento me
causou conflitos em minha pequena mente infantil, mas hoje está absolutamente
esclarecido tal “enigma”, hoje tal pensamento é tão ‘clara’ como a própria luz
do sol que me ilumina a escuridão da minha ignorância e como a própria luz do
dia que dissipa a escuridão das trevas daquele que não sabia de nada e vivia na
escuridão, sofrendo inclusive desnecessariamente por ter a mente fechada e uma visão medíocre de mim mesmo e do próprio mundo ao meu redor!
Paulo RK
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