quinta-feira, 28 de março de 2013
A maldição de ser chamado de Paulinho, que não larga do meu pé!
Eu tenho uma cisma muito grande com a vida, por ter nascido do jeito que sou.
E não estou falando da minha etnia, ser filho de japas, já fui muito encucado na infância com o fato de ter nascido “diferente” dos demais coleguinhas, confesso.
Pois como todos sabem as crianças podem ser tão cruéis quanto nós adultos, quando temos olhos e cortes do cabelo diferenciados.
Enfim esta é uma outra história superada, e sem quaisquer tipos de traumas psicológicos, ainda bem que tudo aquilo que não nos mata, fortalece.
Mas eu tenho um problema pessoal de grandes proporções e ultimamente ela tem me preocupado muito, pois parece que o meu “amadurecimento” não tem dado conta desta que considero uma “maldição”.
Fisicamente falando eu sempre fui franzino, com o tempo eu cresci, fiquei grande graças aos remédios que a minha mãe, vivia inventando ou aprendia com as suas amigas.
Para vocês fazerem uma ideia da minha tragédia pessoal, eu comecei a ter barbas ou qualquer outro tipo de pelos no rosto e corpo, depois dos meus 25 anos.
É verdade que elas são ralinhas, mas estou completamente satisfeito, pois para quem sempre foi careca de pelos, elas estão de bom tamanho, não quero parecer ingrato (risos)!
Mas houve uma falha técnica nos remédios que a minha mãe preparava, pois a minha voz não engrossou.
Enquanto todos os meus amigos tinham barba na cara, e falava como gansos no processo do “engrossamento” de suas vozes, eu ainda piava como um pintinho (risos).
Hoje, os amigos da infância falam grosso, e tem muitos pelos nos braços, ‘morro de inveja’ e ainda dobraram o seu tamanho físico, alguns até engordaram.
Apesar de dizer que eu morro de inveja deles por terem muitos pelos nos braços, é só uma brincadeirinha, pois na verdade, tenho nojo de pelos.
Elas incomodam, nos fazendo soar, principalmente quando os nossos serviços são braçais, como no meu caso.
Mas de todos os meus dramas pessoais, esta não é aquela que considero a maior de todas as maldições, pois depois que amadureci mentalmente, passei a me aceitar melhor, e hoje me sinto uma pessoa bonita em todos os aspectos.
Desde então e a partir do dia em que me aceitei, as pessoas começaram a me achar bonito, se são verdadeiras ou falsas as opiniões alheias, não me importo, pois do jeito que as coisas andam no mundo real, prefiro viver feliz, mesmo acreditando numa mentira.
Mas o que me incomoda de fato, são as pessoas que ainda me chamam de “Paulinho” mesmo depois de velho, eu sei que é uma forma carinhosa de tratar uma pessoa, mas isso tem influenciado negativamente no meu lado profissional.
E não me refiro somente as pessoas que me conhecem a muito tempo, recentemente conheci um pessoal, e para o meu desespero, me chamaram de Paulinho.
Muito pior do que te chamarem pelo diminutivo, são as pessoas não te darem créditos de que somos capazes de assumir determinados compromissos profissionais.
É onde reside toda a crueldade do meu dilema existencial, que chamo sem exagero algum de maldição, e confesso, mesmo depois de ter amadurecido não consigo me desvencilhar desta.
E olha que tenho me esforçado muito, eu engrosso a voz, argumento como um adulto qualquer, e faço pose de gente grande, mas mesmo assim, um infeliz escolhido pelo destino me chama de Paulinho.
Confesso não saber mais o que fazer, pois se sou o meu própria cartão de visita, e se a imagem que estou passando para o mundo, mesmo sem querer é de uma pessoa imatura, estarei profissionalmente arruinado.
Paulo RK
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Pois é né? De repente temos a certeza que passamos uma imagem para as pessoas quando na verdade elas nos enxergam de forma completamente oposta ao que queremos. Aí fica aquela dúvida: Erro delas ou nosso?
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