É estranho falar nesses termos, ‘eu me encontrei’,
mas de repente ao observar tanta gente “perdida” no mundo em que vivemos a
gente compreende melhor o termo ‘me encontrei’.
Sou uma pessoa afortunada, pois desde muito cedo
tenho o costume de observar as pessoas, e vocês sabem o que mais reparava
nelas?
As qualidades boas de algumas pessoas que não
encontrava em mim, tipo quando mais jovem era muito introvertido, tímido ao
extremo, tinha vergonha de encarar as pessoas nos olhos, me esquivava dos
olhares das outras pessoas, causando má
impressão nelas.
De tão tímido tinha vergonha de falar e expor meus
pensamentos, o meu complexo de inferioridade causava todo tipo de perturbações
mentais, por sua vez tais ‘perturbações mentais’ não me permitiam a simples comunicação
com o meu próprio semelhante, me tornando em uma pessoa estranha, ‘sim’ eu era
uma pessoa estranha, dessas de ninguém querer a minha amizade ou se quer dar
atenção.
Por um bom tempo da minha adolescência fui assim,
desprezado e ignorado pelas massas, porque afinal de contas, agia estranho com
todos, não porque queria ser estranho, mas por não conseguir ser legal com
as pessoas, como todas as pessoas que eu observava e
admirava, por serem descoladas e legais.
E por um bom tempo sofri por quem eu era um jovem
que nutria todo tipo de complexo de inferioridade, que achava os outros
melhores que eu!
Achava incrível e curioso de como as pessoas
conseguiam ser felizes consigo mesmo e como elas conseguiam ser legais com
todos e benquistos por todos, eu realmente queria ser iguais a todas essas
pessoas.
O tempo foi passando e eu amadurecendo, e no
processo do amadurecimento conheci o budismo, posso dizer que tive uma mudança
radical em minha vida quando conheci esta filosofia.
E pela primeira vez descobri que eu também como
todas aquelas pessoas felizes que eu admirava no passado, poderia ser feliz
como todas elas.
Foi através das atividades sociais dentro das
reuniões budistas que eu extingui a maioria dos meus complexos de
inferioridades, onde a minha timidez deixou de existir de dentro do meu ser
para todo o sempre, revelando de dentro de mim o verdadeiro valor de uma pessoa
que também merece ser feliz e tem um lugar garantido neste mundo!
Pratico o budismo de Nitiren Daishonin desde o ano
1.999 e de lá pra cá, tenho buscado sempre o meu aperfeiçoamento, intelectual e
pessoal, procurando aprender ao máximo com as pessoas do meu entorno e dentro
da sociedade procuro obter o máximo do conhecimento e sabedoria dessas pessoas que
pareciam ser mais felizes que eu, e hoje compreendo que nem todos são por
dentro o que aparentam ser por fora.
E que todo ser humano vive uma batalha interior, um
conflito interior que as impedem de serem felizes de fato neste mundo, e uma
vez que compreendi tal realidade e condição de vida, entendi que de todo eu não
era o único infeliz, na verdade ninguém é totalmente infeliz ou completamente
feliz nesta vida.
Temos nossas próprias batalhas interiores, as nossas
lutas para vencer nossas próprias fraquezas interiores e medos pessoais com as
quais temos que estar constantemente lutando para não nos deixar dominar por
tais sentimentos nefastos inerentes e próprios do ser humano.
E hoje quando menciono que me encontrei no budismo é
porque hoje estou liberto da minha própria ignorância, ‘ignorância’ que chamamos
no budismo de ‘escuridão fundamental’ que nos faz sofrer tanto por não termos
compreensão das coisas que nos fazem sofrer.
Hoje não me vejo como menos, ou apenas mais uma
pessoa, hoje eu me vejo como um ser humano precioso, um diamante bruto e único
pronto para ser lapidado e revelar ao mundo o meu verdadeiro valor intrínseco, para
ser feliz como ser humano deve ser e fazer felizes as pessoas que mais amo
neste mundo e planeta!
De tão grato a filosofia budista que me norteia em
meio a escuridão da ignorância alheia, hoje busco ajudar as pessoas, eu sei que
é impossível mudar as cabeças das pessoas que como eu tinha a convicção de que
nasci para ser infeliz, no entanto aprendi na própria filosofia que existem
muitas formas e maneiras de mudar o mundo, sendo eu mesmo.
Se eu melhorar a minha própria condição de vida, buscando
o melhor para mim me tornando numa pessoa melhorada, com certeza estarei
colaborando por um mundo melhor, simplesmente porque não podemos mudar o mundo
todo pelas próprias proporções, mas se eu me tornar num ser melhor, farei o que
for melhor com as pessoas e com o próprio mundo.
Pois o budismo de Nitiren Daishonin, nos ensina que a
revolução de uma única pessoa pode impulsionar não só a vida de uma pessoa, mas
as vidas das pessoas do seu entorno, bem como as vidas das pessoas de seu
bairro, de sua cidade, país e do próprio mundo!
Paulo RK
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