Já tive muito isso, eu lembro no inicio da minha carreira
profissional, quando pela primeira vez encontrei um trabalho para exercer
funções de escriturário numa conceituada administradora, de estacionamentos e
garagens daqui de São Paulo.
Sabe que hoje, depois de amadurecido não me
arrependo por quase nada que fiz em toda a minha vida, no entanto quando penso
nas pessoas que me deram a maior força naquele escritório, por estar iniciando
a minha carreira profissional, não deixo de me abalar um pouco, “só um tiquinho”
(risos), afinal de contas somos todos humanos ‘emocionalmente fracos’ (!),
sendo cada vez mais raro pessoas pra nos ajudar ou que nos incentive de alguma
forma, mas bola pra frente, porque afinal de contas não adianta chorar pelo
leite derramado, não é mesmo?!?!?
Mas voltando ao assunto do meu primeiro emprego em
um escritório, muitos devem ter passado por esta minha fatídica experiência,
pois quem está trabalhando ou já trabalhou em escritórios sabe muito bem que em
ambientes fechados onde se concentram muitas pessoas elas se reúnem em ‘panelinhas’,
e quase sempre as muitas panelas existentes se rivalizam entre elas, medindo
ignorâncias extremas, para ver quem vence no quesito ignorância, uma competição
bestial, só para ver quem se supera na própria ignorância do ser, quando quase
sempre todos perdem.
E foi com o meu ‘horrendo’ sentimento de ‘complexo
de inferioridade’ que larguei de mão daquele emprego que hoje depois de “velho”,
percebo ter feito a maior besteira por ter saído de lá, por conta de uma única
pessoa que encrencou comigo, pedindo a conta antes mesmo de ter completado a
fase da experiência que era de noventa dias, pra depois descobrir que a pessoa
que me infernizou foi demitida.
Hoje bem mais maduro de quando eu comecei a minha
carreira profissional, reflito não apenas pelas oportunidades profissionais que
deixei passar batido, mas por todas as grandes oportunidades que bateram a
minha porta e eu perdi por conta do meu ‘complexo de inferioridade’, criando a consciência
e a necessidade de abolir este tipo de sentimento negativo da gente.
Costumo dizer que ‘experiências do presente tempo’
me faz viajar no tempo, voltando ao passado, resgatando todos os bons e maus
momentos que me fizeram crescer como pessoa e me definem bem quem eu sou no presente
tempo.
Observem, estava eu e meu amigo ‘alemão’ voltando do
mercado, ao invés de pagarmos por uma sacola “reciclável” optamos por colocar as
mercadorias adquiridas dentro de uma caixa fornecida pelo próprio mercado
gratuitamente.
No caminho de casa tem uma viela, uma subida, não
muito íngreme, no entanto quando estamos carregando qualquer coisa ela se torna
enfadonha, assim como estávamos eu e meu amigo o ‘alemão’, para variar estávamos
‘brincando’ com a caixa carregada de mercadorias e logo a nossa frente um homem
estava subindo a viela com muita facilidade, a vantagem dele é que não estava
carregando absolutamente nada.
O homem estava ganhando distancia de nós, foi quando
perguntei ao meu amigo se ele queria que eu carregasse a caixa, e num tom de
brincadeira disse a ele que ‘sendo um robô’ alcançaria o homem com muita
facilidade, mesmo carregando aquela caixa pesada, depois de pegar a caixa,
comecei a acelerar meus passos e a correr como um robô.
Só que nessa “brincadeira” percebemos outra pessoa
logo atrás da gente e instintivamente parei de correr!
Parei com medo do ridículo, no que poderia pensar o
homem que estava logo atrás de nós e a nosso próprio respeito, duas pessoas
adultas agindo como crianças ‘brincando de corrida de robô’ em plena subida
daquela viela, um comentário foi inevitável, de como poderia ser constrangedor
para a pessoa que estava a subir a mesma viela que nós dois ao assistir tal
cena bem a sua frente!?!?!
Mas para o espanto do meu amigo, que não é de São
Paulo e está de visita passando férias aqui em casa, ele ficou estupefato, com
o que mencionou o rapaz que estava atrás de nós, subindo aquela mesma viela.
Pasmem o rapaz negro ou o ‘afrodecendente’, observando
que tenho até medo de falar sobre a nomenclatura étnica deles, porque são muito
sensíveis pela própria não aceitação deles por quem eles são, podendo se
ofender por pouca coisa, e no caso foi o que aconteceu na ‘viela’.
Quando comecei a correr como um ‘robô’ parei
bruscamente ao notar que ele o ‘rapaz negro’ estava atrás de nós, parei com medo
do ridículo no que ele poderia pensar a nosso respeito, ‘pessoas adultas’ a
brincar de robô como se fossem crianças, mas para a nossa grande surpresa
desagradável ele pensou o oposto, pensou negativo mencionando que não precisávamos
correr porque ele não ia fazer nada com a gente, porque ele não é ladrão.
No começo a gente nem tinha conhecido o rapaz negro,
na verdade ele é um vizinho nosso, o tal do ‘Junior’ acostumado a viver no
mundo do crime realizando pequenos furtos e consumidor de drogas, mas como eu
mencionei nem tínhamos identificado quem era, portanto a gente nem estava
correndo dele, mas ele se doeu tanto que ficou meio que tipo ‘bravinho’ com a
gente conforme o tom de sua própria voz mencionando tal estupidez.
Poderíamos desconfiar dele e agir com tal do preconceito
que ele próprio mencionou, pois ele não tem um estilo de vida ou uma conduta ilibada,
no entanto o preconceito saiu da sua própria ‘mente doente’, baseada em seu
próprio complexo de inferioridade e maldade interior.
Achei muita graça e comecei a rir da cara do meu
amigo, pois ele ficou muito surpreso com o que o Junior falou, na verdade ele
ficou estupefato e tal espanto ficou nítido em seu rosto.
E tal experiência fatídica no presente tempo, de uma
pessoa complexada me fez refletir das muitas coisas ruins que costumam
acontecer com as pessoas no mundo, quase sempre desinteligências acontecem por
julgamentos errôneos das pessoas sem moral, carregadas de sentimentos de culpa,
ódio e hostilidades, pois eles próprios sabem estar fazendo o que é errado e moralmente
inaceitável por todos!
Paulo RK
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