Quase sempre escutamos as pessoas falarem que estão
construindo algo em suas vidas e logo imaginamos que tais pessoas estão
construindo um prédio, uma casa ou qualquer coisa de natureza material, que
garanta as nossas existências neste mundo tal qual a conhecemos e concebemos.
A idéia da palavra construção nos remete a um
pensamento da realização de qualquer coisa fora da gente!
Mas existe um tipo de ‘construção’ que quase ninguém
tem a consciência de que precisamos realizar enquanto vivos, estou falando na
nossa ‘construção interior’.
O que é isso?
Eu explico!
Recentemente, nos meus profundos estudos da
literatura budista aprendi que enquanto vivos neste mundo precisamos estar em
constante construção interior para que possamos compreender e construir o próprio
mundo em que vivemos.
Parece meio doido e insano tal pensamento, mas faz
todo sentido, e acho que vou explicar através de alguns exemplos do que seja a
nossa ‘construção interior’.
Vou começar falando que para definirmos quem somos
neste planeta precisamos descobrir quem somos nós de fato, do que somos capazes
de realizar e do que necessitamos para sermos feliz.
Tem muita gente “vivendo” apenas por viver,
consumindo tudo que a mídia diz que é bom, sem ao menos saber que viveríamos muito
melhor se deixássemos de lado a doentia forma consumista que ‘adotamos’ como “estilos
de vidas”.
O que quero dizer é que tem muita gente “vivendo” no
automático, são poucas as pessoas que tem a consciência de quem elas são, por
terem perdido suas próprias personalidades, seguindo a ‘moda’ imposta pela
própria mídia.
Costumo chamar tais pessoas de ‘zumbis contemporâneos’,
pois parece que essa gente toda não tem vontade ou necessidades próprias sendo
direcionadas ou num português claro, manipuladas.
A perda de identidade por quem elas são, são
impressionantes, não me admiro que muita gente gasta dinheiro à toa, comprando sempre
o que elas não necessitam baseados quase sempre em alguma propaganda bem
elaborada para alavancar vendas de algum produto recém lançado no mercado
consumidor, afirmando no inconsciente coletivo que para sermos feliz precisamos
adquirir ‘o produto’.
Somos todos escravos da mídia e do conceito errôneo criado
por ela, de que para sermos alguém precisamos ter!
Quando na verdade para ‘ser alguém’, não precisamos
necessariamente ter algo, bastando apenas sermos nós mesmos e valorizarmos as
pessoas que somos!
Não se esqueça que só consegue valorizar o próximo aquele
que sabe se valorizar, quem não tem respeito por si mesmo, jamais conseguirá
respeitar seu próximo. (fato)
Dito isso, estou ‘desconstruindo’ a pessoa antiga,
meus conceitos errôneos que adquiri ao longo da minha existência ao mesmo tempo
em que me construo todos os dias para que eu possa descobrir quem eu sou, do
que sou capaz e qual a minha missão e finalidade neste mundo.
Exemplo de desconstrução; deixo de lado meus
paradigmas errôneos, quando antes não gostava de algum tipo de alimento ou
qualquer coisa deste mundo, desafio a experimentar o que sempre torci o nariz,
descobrindo assim um ‘mundo novo’ no próprio ‘velho mundo’.
Confesso estar sendo surpreendente, como a vida tem
seus mistérios revelados quando decidimos por conta própria mudar nossas ‘lentes’
de visão, buscando sempre um novo ângulo de tudo aquilo que parecia não ter
graça.
Exemplo de construção; estou aprimorando mais o que
fazia de bom, buscando aguçar mais a minha percepção do mundo, com ajuda de
todos os meus sentidos, olfato, paladar, visão, audição, tato e do próprio
sexto sentido.
Hoje procuro sentir mais através das mãos, tocando
tudo e permitindo que as pessoas me sintam através do toque, apreciar
visualmente a natureza do meu entorno, sentir melhor o gosto da comida, sentir
o cheiro de todas as coisas que antes nem percebia, escuto mais o som do
silêncio, para poder apreciar melhor o próprio ruído da natureza do meu entorno.
Está sendo maravilhoso tal ‘experiência de estar me
construindo por dentro’, de repente se o mundo parecer chato para você tente
dar uma nova versão para sua vida, buscando interpretar a sua mesma vida de
maneira diferenciada do que está acostumado ou tem feito até hoje.
De repente você vai se surpreender com o que pode
descobrir a seu próprio respeito, revelando que a vida nunca foi chata, mas
você mesmo tornou a chata com as suas próprias chatices e mesmices
existenciais.
Paulo RK
Que lindo
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