Paulo Rk

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Contemplação da mente

domingo, 18 de dezembro de 2016

A minha pobreza diverte meus patrões! (como assim?)

Eu ganho muitas coisas dos meus patrões e patroas, principalmente roupas, algumas novas e outras usadas, só que “usadas” uma ou duas vezes no máximo, então ‘semi-novas’ por definição.
Para se ter idéia tem camisas dentro do meu armário com etiqueta da loja, que se quer foram usadas um dia, e estão a minha espera para que eu estréie, a questão é que são camisas sociais, e não tenho muitas ocasiões festivas ou especiais para usar com freqüência, no entanto e de vez enquanto eu uso algumas delas, quando tenho que fazer algum contato comercial externo para alguns dos meus patrões.
Mas no cotidiano eu costumo usar um jeans, tênis e uma camiseta, pois gosto de me sentir livre, me sinto mais eu quando estou confortável, acredito que somos assim, todos somos muitos informais.
Tem gente que gosta de trajes mais sociais, mesmo em dias comuns, conheço pessoas que vivem trajados impecavelmente com suas camisas, calças e sapatos todos sociais, quem vê pensa que são doutores, no entanto desempregados, ‘eternamente desempregados’, porque quem faz muita questão de viver das aparências não se submete quaisquer tipos de trabalhos.
Principalmente se o trabalho é operacional daqueles que demanda esforço braçal, mas não estou aqui para falar dos que vivem das aparências, porque na minha vida o ‘buraco é sempre mais embaixo’ e descobri a tempos que tem coisas mais relevantes nesta vida do que viver simplesmente de aparências.
Aprendi que não importa o que as outras pessoas pensem a nosso respeito, o importante é ter qualidade de vida conforme as nossas próprias realidades de vida!
Não quero o que é dos outros e não tenho inveja ou tempo para sentir das outras pessoas, supostamente em melhores condições do que eu, porque o que é dos outros pertence a eles, e toda conquista é meritória, e se tiver tempo para ficar observando a grama do vizinho, é sinal que não tenho me esforçado o bastante para gozar da mesma vida boa.
Mas voltando ao assunto das camisas que costumo ganhar dos meus patrões, certa vez minha sobrinha foi casar e descobri que a maioria das camisas bonitas estava manchada no sovaco e tive que escolher uma camisa velha para ir à festa, detalhe tinha que ir impecável, pois seria um dos padrinhos dela.
Depois desta “descoberta” fui fazer um check up nas camisas dentro do armário, e qual não foi a minha “surpresa” desagradável, por não usar com freqüência algumas delas estavam emboloradas, e algumas manchadas debaixo do braço, um horror.
Fiquei muito chateado, não que eu seja materialista, a questão é que foi falta de cuidado, faltou zelo da minha parte em cuidar das coisas que eu ganho, uma demonstração ainda que inconsciente da mais absoluta ausência de consideração pelos meus queridos patrões e patroas.
Moro sozinho e alguns afazeres domésticos deixam a desejar, principalmente pela própria falta de conhecimento que as nossas mães tinham pelas nossas coisas, como roupas, edredons e entre outras benesses que nos faz muita falta quando moramos sozinhos.
Lembro que quando morava com meus pais, nunca tive meias, furadas, cuecas velhas ou roupas sujas, minha mãe providenciava para que eu andasse impecável, todo cheirosinho e arrumadinho, saudades!
Camisa com manchas no sovaco de suor nem pensar, era tudo tão mágico e eu nunca presenciava ou testemunhava tais cuidados e zelos pelas minhas coisas, eu saia de casa de manhã e voltava ao anoitecer e como num passe de mágica minha mãe tinha realizado tudo, ‘tcharam’, estava tudo lá limpinho, arrumado e cheiroso para o meu uso.
Por esta razão eu sempre acreditei que a minha mãe tem poderes paranormais, só pode!
Prova do que menciono é que hoje, longe da proteção dos incríveis poderes “paranormais” de minha mãe, vivo usando meias furadas, minhas cuecas estão velhas e essas camisas com manchas no sovaco que persistem não saírem.
Estava ficando frustrado com tais manchas nas axilas, pois tinha tentado de tudo um pouco que aprendia na internet, e nada até ontem, minha irmã tinha me dado faz um tempinho um “produto rosa” que miraculosamente retiraria as manchas mais difíceis, então ontem à tarde resolvi lavar no mínimo seis camisas que estavam precárias.
Fiquei quase o dia inteiro debaixo daquele sol intenso esfregando o produto nas manchas debaixo das axilas, a recomendação era esfregar e deixar de molho de um dia pro outro.
Hoje de manhã a felicidade invadiu meu coração, percebi de leve que as manchas não estavam tão fortes quanto antes, mas o resultado positivo ‘veio a cavalo’, eu percebi a eficácia do produto quando elas ficaram completamente secas, a tais das indesejadas manchas não existiam mais.
Fora banidas, extintas desaparecerem da fase da terra como os próprios dinossauros sumiram deste planeta.
Como mencionei, não sou materialista, mas dentre essas camisas sociais, tem uma em especial de manga curta que eu adoro, ela ficou completamente nova, com o detalhe do cheirinho de limpeza, completa nostalgia!
Fiquei motivado e separei para hoje mais três camisas, mas se o produto bom que utilizei ontem é conhecido pelas mulheres como o “poder do rosa”, hoje descobri que nem tudo pode ser um ‘mar de rosas’ pelo menos para mim, pois o tempo fechou com a promessa de cair uma chuva intensa, daquelas de molhar até a alma, mas pelo menos e a despeito desta chuva que promete, fiquei muito feliz por poder resgatar e salvar as camisas que ganhei dos meus queridos patrões, afinal de contas eu que vivo dizendo que para tudo na vida há uma solução, de ontem pra hoje descobri que para todas as manchas difíceis sempre terá um produto capaz de remover.
É por este e muitos outros dramas de vida que vivencio solitariamente aqui no meu quartinho, que meus patrões costumam afirmar que a minha pobreza os diverte!

Paulo RK 

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