sábado, 9 de fevereiro de 2013
A terrível sensação de ser impotente
A mãe do meu amigo faleceu, e novamente me senti impotente.
Impotente por não tê-lo abraçado ou ter insistido em dizer a ele, que a morte física não existe, e que ele não deveria ficar tão triste, porque a mãe dele, esta mais forte do que nunca na forma espiritual.
Não o abracei, porque quando perdemos alguém que amamos, precisamos chorar desesperadamente, porque tal reação nos fortalece, e nos alivia da dor da “perda”, e de preferência sozinhos.
Perda entre aspas, porque não perdemos ninguém, porque ninguém é de ninguém, não podemos fazer as mesmas referências, que usamos com objetos em pessoas.
Mas então por que é que estou me cobrando tanto, dizendo que estou me sentindo tão impotente?
Este amigo, é o AMIGO, ele sempre esteve presente nos piores momentos da minha vida, sempre com o seu jeito frio e insensível, me resgatava das agonias pessoais de aflições, e intempéries emocionais pelos quais estava passando.
A propósito ele foi o responsável por eu ter conhecido o budismo nesta vida, e por esta razão, tenho uma enorme divida de gratidão por ele, embora ele mesmo não tenha consciência disto.
Ele é uma pessoa prática, não se liga muito em questões da espiritualidade,
e é por esta razão, que acho que ele está sofrendo muito, com a partida de sua mãe.
Diz ele que acredita em deus, reparo que todas as vezes que passamos em frente a uma igreja, ele faz sinal da cruz, mas nunca o vi orando ou mencionando qualquer assunto da sua espiritualidade, ou de quem quer que seja.
Sempre quando o via sofrer, antes mesmo da morte da sua mãe, tentava falar sobre a natureza de todos os sofrimentos da humanidade, com base na minha filosofia de vida, mas tudo em vão.
Ele parece mesmo acreditar, que o mundo a qual vivemos, é restrito apenas as objetividades de todas as coisas.
O homem vive, sofre e morre pelas suas próprias crenças, como eu poderia ajudar, se ele mesmo insiste em acreditar na morte física, daqueles que ele tanto amou em vida?
Não posso ou homem algum, tem o poder de convencer as pessoas de que não viemos neste planeta para sofrer, mas gostaria de aprender a não me sentir tão impotente pelos sofrimentos das pessoas que gosto tanto nesta vida.
Sofremos porque acreditamos numa inverdade, sofremos pelas nossas próprias ignorâncias, sofremos por nos sentirmos incapazes de ajudar aqueles que sempre nos ajudaram de alguma forma.
Como é cruel a sensação de impotência nesta vida, gostaria de não senti-la!
É como costumo falar, não sofro por qualquer coisa neste mundo, pois penso que não tenho problemas, por não considerar problemas um problema, mas sofro por tabela, em ver a dor daqueles que tanto estimo neste planeta.
Gostaria de ter o poder dos analgésicos, de retirar a dor das pessoas sofredoras com as minhas próprias mãos, e proporcionar lhes um grande alívio espiritual!
Paulo RK
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