domingo, 20 de janeiro de 2013
Ainda bem que você é meu amigo pra cacete!
Que o inferno está cheio de boas intenções todo mundo sabe, mas o problema é que tem gente que não sabe ou não tem consciência de como elas nos fazem sofrer sendo sinceras com as suas opiniões.
Quer um exemplo?
Tem um sujeito “muito amigo meu”, nos conhecemos faz muito tempo, não da infância mas acredito a uns 10 anos, tempo pra cacete!
“Cacete” o suficiente para ele conhecer a minha vida pessoal e as minhas condições financeiras.
No entanto ele parece não querer enxergar todas as coisas que falo sobre as minhas lutas e conquistas sacrificadas, quando o meu suor fica bem próximo das lágrimas derramadas pelos escravos, que se esforçavam tanto para receber apenas comida como forma de pagamento.
Mais do que qualquer pessoa, ele é testemunha do quanto ralo nesta vida, para conseguir coisas que para muitos pode parecer pouco, mas para mim são sinônimos de muito orgulho pessoal.
São conquistas básicas, é verdade, mas dignas de uma pessoa que nunca cobiçou ou colocou as mãos, nos bens alheios.
Então fulano chega e começa a falar, que você está na merda, porque não conseguiu comprar carro até hoje, e que precisa ficar horas nas redes sociais nos fins de semanas, por não ter dinheiro para sair.
De certa forma tudo isso que ele fala é verdade, não nego, mas o jeito dele falar, me faz sentir incompetente e incapaz neste mundo.
Ainda por cima quando retruco, ele fala que gosta de mim pra “cacete” e que sou o “brother” que ele nunca teve, então engulo as lagrimas a seco e não falo mais nada.
Achando mesmo que tais palavras indigestas são para o meu próprio bem, e que tenho que ter muita gratidão por ele estar sendo sincero comigo em falar certas realidades na minha cara.
Só que tal realidade me fez refletir muito sobre as coisas e o jeito que as pessoas nos falam em nome da sinceridade.
Porque certas verdades devem ser ditas com palavras bem “calculadas” para não causar quaisquer danos, principalmente os danos emocionais que são tão irreversíveis as nossas estruturas morais.
Existem muitas formas de ser sincero, de preferencia costumo optar por aquela mais branda, de forma bem sutil onde os impactos por mais verdadeiras que seja, não cause tantos estragos a autoestima de quem quer que seja.
É o jeito “politicamente correto” de dizer as coisas e ser sincero com as pessoas, geralmente costumo brincar com elas dizendo as verdades na maior descontração, e quase sempre com duplo sentidos.
Muitas vezes dá certo porque não choca tanto quanto “vomitarmos” na cara das pessoas certas realidades, e que de algum modo, as fazem refletir sobre as suas próprias realidades de vida.
Gostar de sinceridades todo mundo gosta, mas vamos nos policiar para não cometer os mesmos erros que as outras pessoas cometem com a gente.
Pois dizem que pimenta nos olhos das outras pessoas são refrescos para os nossos!
Paulo RK
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