Paulo Rk

Paulo Rk
Contemplação da mente

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Enfim o mês, "agosto" de deus, e eu só queria dizer, pai eu te amo!

Chegamos ao mês, onde comemoro a data da minha chegada a este mundo, e convenientemente, um mês escolhido pelos comerciantes, como o mês dos pais. Apesar de não gostar, de admitir o envelhecimento físico, como um processo natural de qualquer ser vivo, adoro a sensação de que, em todos estes anos, tenho evoluído mentalmente. A sensação não é baseada naquilo que, ‘eu quero acreditar convenientemente’, mas nas minhas próprias experiências, de superação e compreensão de situações, e empecilhos, que até algum tempo atrás, eram desconhecidas e os meus piores pesadelos, que alias me impediam de realizar grandes feitos. “Grandes feitos”, não sou tão gênio quanto foi o Steve Jobs, fundador da Apple, mas quando mencionei “grandes”, quis mencionar os pequenos problemas dos nossos cotidianos, que nos impedem de sermos plenamente felizes. Pois aprendi na literatura budista, que a grande revolução humana, se traduz na superação de pequenos problemas, do nosso dia a dia, e não necessariamente de grandes dimensões, ou em proporções. Se considerarmos que a grandiosidade e complexidade da vida, são formadas, por pequenos detalhes, pequenos momentos, não foi exagero. Mas nem tudo é um mar de rosas, no processo de amadurecimento mental e envelhecimento físico, a clareza e a compreensão do presente momento, podem ser muito cruéis, com a gente. Acredito que não exista nada pior no mundo, do que aquelas “coisas” que não podemos mudar, ou refazer tudo novamente, e de preferencia para o melhor. Mas mesmo assim não culpo a vida, pois por pior que seja a nossa miopia de querer enxergar, determinadas questões da vida, no presente momento, ela sempre nos dá duas opções. A opção de fazer o que é certo, e optarmos pela melhor escolha, superando todos os nossos orgulhos e carências, fazendo o melhor, para depois não se arrepender, pelo resto de nossas vidas. A vida é assim, pratica e sucinta, só temos que fazer a escolha certa, pois como mencionei o pior arrependimento na vida, são aquelas que não podemos remediar. Agosto é o mês dos pais, “o dia dos pais”, meu pai teve uma participação muito importante, para a minha chegada neste planeta, e a importância dele não se resume apenas no bonito processo da questão, reprodutiva humana, por ele ter fecundado, o ventre sagrada de minha mãe. Hoje ele não está mais entre nós, mas a cada dia, mês e ano, percebo cada vez mais a grandiosidade deste homem, pois em vida, ele fez de tudo para garantir o nosso abrigo, alimento e até garantiu os nossos estudos, e acreditem ou não, mesmo depois de ter partido, ele tem colaborado comigo. Não consegui ficar financeiramente rico, mas muitas coisas, que me permito fazer hoje, foi graças a dedicação e o sacrifício de um homem trabalhador, pois ele deixou tudo muito bem estruturado, para que os filhos, não passassem privações, e pudessem respirar, em tempos de crises. E pensar que tudo que dei para ele, foi o desprezo, ingratidão e o que é pior, lembro me das vezes, que brigava com ele, e o xingava, ele simplesmente olhava para mim, e dava uma risadinha, fazendo aquela cara; “você ainda é muito jovem, mas um dia, quando tiver seus próprio filhos, compreenderá os sentimentos do seu pai!” Não me casei, tão pouco tenho filhos, mas já sofro por ter sido tão “filho da putinha*” com ele, pois alguns dos pais dos meus amigos, são tão desgraçados com eles, que dá até dó! Não gosto de viver do passado, mas foi inevitável, principalmente porque o comercio está “bombardeando” as principais mídias, com a data paternal. Querem saber da verdade, eu nunca presenteei o meu pai quando ele estava vivo, achava ele irritante, e hoje percebi que ele só queria conversar comigo, acreditem, hoje é tudo que eu queria fazer, conversar com ele, e sentir em seu olhar, o orgulho de eu ser o seu filho. Grande porcaria eu fui, ele sim foi grandioso, em amar uma pessoa que nem estava ai com ele, eu fui incapaz de mostrar respeito por tudo que ele fez por mim! Tive duas experiências marcantes com ele, uma vez, ele me deu de presente um radio portátil, e ele ficava muito feliz, em ver a felicidade de seu pimpolho, mas querem saber o que o “filho da putinha” fez?!?!?! O “maldito” quebrou tal artefato, quebrei a alegria do meu pai , desmontei o seu coração, ele ficou muito decepcionado, e não conseguiu esconder tal sentimento, não comigo, mas pelo que fiz com o meu próprio presente. Muito triste, ele pegou as pecinhas, juntou tudo, não sei como, mas acho que meu pai tinha poderes mágicos, e fez a danada funcionar de novo. Isso me marcou muito de alguma forma, a segunda experiência em relação a ele, foi quando estava um pouco mais velho, acho que com dezoito anos, se não me engano. Foi um dia muito difícil na escola, e no meu trabalho, voltei pra casa de saco cheio, aqueles dias que você se sente incompetente, como se fosse uma bosta pensante. Cheguei em casa e fui “fuçar” as coisas importantes do meu pai, só pra sacanear ele, meu pai mantinha uma casinha no fundo do quintal, onde ele guardava coisas que eram relevantes para ele. Documentos, fotos familiares, peças, ferramentas e um par de chinelos de quando era pequeno. Sim, ele tinha pregado na parte interna da porta, dois pares de chinelos velhos de quando eu ainda era menino, e tinha pés pequenos. Fiquei intrigado, porque o meu pai não jogou aquele par de chinelo velho, e os afixou na parte interna da porta, fui perguntar para minha mãe, e ela disse que ele os guardava, para mensurar e se orgulhar do quanto o seu filhote, estava crescendo. Ela disse que todas as vezes, que eu brigava com ele, ele ia para o quartinho e dizia todo orgulhoso, o quanto seus filhos tinha crescido. Isso mexeu muito comigo, mas mesmo assim não consegui ser legal com ele, o “filho da putinha”, era egoísta, egocêntrico, mimado e infantil. Hoje, amadurecido com os vários aniversários, ou depois de várias primaveras, só gostaria de dizer duas coisas para ele; “pai me perdoa, pai eu te amo!” Paulo RK *Filho da putinha não em referencia a minha querida e estimada mãe, mas pelo sentimento de desprezo que nutria pelo meu pai

4 comentários:

  1. Eu nunca conheci meu pai. Minha mãe nunca fez questão de me contar nada sobre ele e eu também, nunca tive interesse em saber como ou quem ele foi. Ela sempre fez questão de me dar tudo, suprir todas as minhas necessidades, justamente para que eu jamais sentisse falta dele. No final acho que deu certo. Hoje, eu consigo perceber sim o quanto a falta de uma figura paterna na minha vida me afetou em vários sentidos, mas ao mesmo tempo não sinto falta de um pai ou me ache estranho ou anormal, como muitos coleguinhas me achavam na infância pelo fato de nunca ter conhecido meu pai. É a vida.

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  2. Depois de ler esse belo texto só posso dizer que vc é uma pessoa especial!
    Sempre é tempo de ver o quanto as pessoas que amamos são especiais mesmo quando achamos que é tarde para dizer isso a elas!
    Abraço
    Parabéns!

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  3. tá com remorso é! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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