domingo, 1 de agosto de 2010
Você é hands on ?
É inevitável como muitas palavras e expressões estrangeiras, fazem parte do nosso cotidiano.
Nas escolas, no trabalho e até no nosso pacato convívio social, ela se faz presente.
Recentemente ouvi muito a pergunta, você é um profissional hands on?
Num bom e claro português, a pergunta seria, você é um profissional que ponha a mão na massa?
Simples não, então por que fazer uso do inglês num país onde o índice de analfabetismo é desesperadoramente alarmante?
A culpa é da tendência, existe uma tendência, e não é só do Brasil, todo mundo usa termos, expressões ou simples palavras para alguma situação.
Principalmente no mundo corporativo, onde a maioria das técnicas e metodologia utilizada na administração são em inglês.
Voltando a aplicação do estrangeirismo num pais onde poucos falam um português dentro dos padrões considerado normal,lí num anúncio de emprego:
- “Precisa-se de continuo maior de 18 anos, boa aparência, que fale inglês fluente,excelente digitação, domínio em informática, e esteja no terceiro semestre de direito, e que seja totalmente hands on!”
Antes de começar a dar altas gargalhadas, fiquei curioso sobre a empresa que fez este anuncio no jornal, tamanha a falta de noção da situação cultural do nosso pais.
Pude constatar que é uma empresa estrangeira, que atua na área da logística, o candidato,ou onde poderiamos ler “super boy”, ganharia a excepcional quantia de R$ 800,00 (oitocentos reais)!
É isso mesmo, quantia ridícula ou irrisória, se levarmos em consideração todos os atributos exigidos pela empresa para a sua contratação.
Supondo que tal super boy exista, será que ele seria admitido se lhe perguntassem na entrevista se ele é hands on, e fizesse uma cara de espanto?
Ou seria descartado só por não saber o significado desta nova terminologia, a despeito dos seus atributos?
Num país onde o número de desemprego cresce geometricamente, acho que as empresas poderia ser menos rigorosos nos requisitos para a contratação, e ser mais realista com a realidade do pais em questão.
Dando mais oportunidades aos jovens que nunca trabalharam, pois conheço grande empresários, que tiveram a sua grande chance do primeiro emprego, para trabalhar como contínuo e aprenderam com as empresas, crescendo junto com elas.
E posteriormente abriram seus próprios negócios, tornando-se em grandes empresários.
Muito obrigado por terem lido até o último parágrafo.
Paulo RkSp
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Haha... Empregos realmente existem... se vc for tudo isso... Mas não existem tantas oportunidades para o povo atingir esses patamares, seria bom se as empresas ajudassem a construir esses super herois... Abraçoo e boa semana!
ResponderExcluirNão podemos nos esquecer que o Brasil é uma grande colcha de retalhos e formado pelas influências de diversos países, onde até a discriminação e violência fisica e psicológica sofrida por certos alunos estão sendo denominadas por um termo em inglês, o bulliyng.
ResponderExcluirMas infelizmente,se o aluno carente não nascer com uma inteligência superdotada e não se perder no meio do caminho, pois o ensino público está de doer(vide educação continuada), são poucas as chances dele se tornar um profissional com grande recursos e galgar cargos que exijam não somente o ensino superior, mas o conhecimento de uma língua estrangeira.
Parece que aquelas histórias dos caras que surgiram com uma mão na frente e outra atrás e fizeram sucesso estão num passado distante.Se não for na loteria, raros os que enriqueceam.
Hoje ser 'hands on' ou simplesmente colocar a mão na massa é exigido em todas as profissões exigindo ou não um diploma superior. Ninguém vai ficar de enfeite no trabalho e se for ficar pode ter certeza que se não entender do assunto para chefiar a equipe ou executar a sua parte não dura um aceno de mão.
Quanto aos baixos salários num país de indices assustadores de desemprego, até para ser faxineiro você precisa fazer um teste e ter pelo menos o ensino fundamental.
Muita gente acaba aceitando a"merreca" por falta de opção, para não ficar desempregado. Sabe aquela história do pouco com Deus é muito?" Pois é...
Agora, não se estresse não com os estrangeirismos. O Brasil é assim e quem dera esse fosse o maior dos nossos problemas, enquanto país. Peace.