terça-feira, 3 de agosto de 2010
Valores na vida
Não sei se impressão minha, mas acho que no frio ficamos mais sensibilizados com tudo.
Sensibilidade a flor da pele, hoje de manhã fui obrar, e ao limpar pude sentir toda a aspereza de um papel higiênico sem marca e barato.
Tal experiência me remeteu ao passado, na época em que vivia com a minha família, meu pai se preocupava com a qualidade e bem estar de seus filhos, e eu nunca havia parado para pensar como era bom limpar o bumbum, com aqueles papeis macios, alguns com desenhos em relevo e outros eram até perfumados.
Algumas pessoas, podem até pensar que é uma besteira ficar relatando tais acontecimentos,mas acho que é de extrema relevância.
Pois certas experiências que ocorrem com agente no presente, nos faz resgatar tudo aquilo que vivenciamos no passado, e conseqüentemente resgatarmos tudo aquilo que aprendemos em termos de valores.
De uma certa forma, somos cascas grossas, e a medida que vamos “evoluindo”, perdemos todas as nossas sensibilidades em relação a vida.
E quando esquecemos destes pequenos detalhes, nos tornamos em seres egocêntricos, preocupados em apenas saciar as nossas próprias necessidades, esquecendo de todo o resto.
Assisti um drama japonês, chamado “um litro de lágrimas”, uma historia verdadeira, que aconteceu com uma adolescente que queria viver a qualquer custo, enquanto a doença aos poucos lhe ceifava a vida.
Extremamente cruel, pois a mente da pessoa permanece completamente lúcida, enquanto ela vai perdendo a capacidade de andar, de mensurar distancias, e de falar.
Não estou sendo masoquista, ou cruel comigo mesmo, pois tem dias que estou reclamando até do papel higiênico barato.
Este filme me faz voltar aquele velho dilema humano, qual seria a minha reação, se eu soubesse que iria morrer em um determinado prazo?
A protagonista do filme fica perguntando para sua mãe, e para si mesma, por que a doença teria escolhido ela, e qual o sentido da sua própria existência?
Gosto do frio para dormir, para me alimentar, pois parece que temos mais apetite no inverno, e pela própria impressão de que ficamos mais conscientes das nossas responsabilidades.
É bom resgatar determinados valores do passado, para que possamos reviver nosso presente com mais consciência, intensidade e gratidão.
Enquanto algumas pessoas ingerem ou injetam venenos em suas veias, de forma irresponsável, outras lutam, oram e suplicam para continuarem a viver.
Não estou escrevendo para dar lição de moral para um outro alguém, mas para mim mesmo, pois hoje acordei reclamando da vida e por ter limpo o meu traseiro com um papel de baixa qualidade!
Muito obrigado por terem lido até o último parágrafo.
Paulo RkSp
Assinar:
Postar comentários (Atom)
putz cara já assisti ao filme e chorei a bessa!
ResponderExcluirmuito triste mesmo mas falando sobre este post, sabe que é verdadeiro, todas as palavras!!!!!!!!!!!!
parabéns adorei!!!!!!!!! bom para refletirmos!
Olá Paulo, agradeço e retribuo o carinho da visita e do comentário tão forte com q vc me presenteou ... adoro estas possibilidades e surpresas q a Blogsville nos proporciona ... chegar até aqui foi uma delas ... viajar por seus sentimentos e emoções decodificadas em palavras está sendo algo revestido de um prazer indescritível ... seguindo e linkando para voltar sempre ... segunda cheguei de Sampa onde tive oportunidade de encontrar vários amigos da Blogosfera ... sempre estou por aí ...
ResponderExcluirSeu texto é forte e incisivo ... não assisti ao filme mas já coloquei na lista de minhas prioridades, mas minha história de vida me ensinou exatamente isto ... já vivi a experiência de estar com prazo de validade vencido e como isto é difícil mas, ao mesmo tempo, foi o mote para o nascimento de um novo Paulo, que superou tudo e está aqui vivinho já a quase 20 anos ... mas enfim ... isto é coisa para um papo mais longo ...
bjux
;-)
Bom, eu achei o texto válido. Muitas vezes reclamamos de coisa poucas sendo que tem gente que está numa situação muito pior.
ResponderExcluiràs vezes esquecemos de agradecer as coisas boas que conseguimos em nossas vidas, mesmo parecendo poucas.