É difícil ter um “coração
grande”, não querendo me gabar, mas sou dessas pessoas que não gosta de ver ou
mesmo sentir que alguém que gosto muito está sofrendo, herança genética de
minha mãe, coisa boa!
Tento ajudar do meu
jeito, fazendo tudo que é possível para que a pessoa sofredora tenha um pouco
de paz e luz espiritual através e no conforto das minhas palavras, no entanto
tem gente que por mais que estendamos as mãos, e a despeito de quaisquer
sofrimentos pelos quais esteja passando, nos ignoram, ignoram as nossas ajudas
verbais, como conselhos ou mesmo materiais, que prontamente tento oferecer, caso
a pessoa esteja extremamente necessitada.
Observar é o meu forte,
tenho esse dom, acho que nasci com tal aptidão, se é um privilégio ou maldição
não tenho certeza, a questão é que quanto mais amadureço mais aguçado eu fico, e pra piorar
estou aprimorando tal capacidade através dos cursos de leituras comportamentais.
Tipo à medida que
envelheço, estou ficando muito mais sensível do que era de nascença, se antes eu
chorava por testemunhar os sofrimentos de algum afeto, hoje eu deixo de viver a
minha própria vida de tão incomodado que fico com o sofrimento alheio.
Eu sei que não devo e
nem posso ser e agir assim, pois tenho na minha razão e lógica de vida, que
cada pessoa tem a sua própria missão e obrigação de superar seus próprios demônios
interiores e ser um vitorioso na vida, pois dizem que o que não nos mata, fortalece.
Por outro lado, a minha
fragilidade e patética condição humana como o meu ‘lado emocional’, diz que
tenho que fazer algo com aqueles que me procuram e clamam, e até suplicam desesperadamente
pela minha ajuda.
Não me considero um salvador da pátria de ninguém,
mas quando eu ignoro tais ‘gritos silenciosos’ eu me sinto péssimo, me sinto
como se fosse o pior das espécies, então eu fico dividido, entre a razão e a
emoção, não conseguindo estabelecer um equilíbrio entre essas duas realidades
da minha vida.
Para se ter uma noção,
algumas vezes as pessoas nem precisam pedir ajuda para mim, eu sinto a
necessidade de ajudar só de observar as suas lutas e dificuldades para
conseguirem o básico dos básicos da sobrevivência humana, às vezes me sinto mal
por estar de “boa”, enquanto algumas outras pessoas lutam desesperadamente pelo
que é trivial na minha vida.
E apesar de demonstrar
esse meu semblante forte de quem não se intimada ou teme nada nesta vida, a
ponto das pessoas dizerem que gostariam de ser como sou “inabalável”, aqui por
dentro, dentro do meu coração ele sangra, não de sangue, mas de decepção comigo
mesmo, ‘decepção’ porque às vezes sinto ser insuficiente toda a minha boa ação
e intenção de querer fazer algo pelos ‘gritos silenciosos’ das pessoas que
buscam em mim um momento de paz e alento espiritual.
Paulo RK
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