Para vocês terem uma idéia
pratico o budismo oficialmente e com afinco desde 1.999, e desde aquela época tenho
estudado esta filosofia que tem me norteado e apaziguado as minhas angústias
causadas pelas minhas próprias ignorâncias inerentes, o que faz ‘naturalmente’
sofrer toda a humanidade.
A questão é que desde o
ano que me converti ao budismo tenho aprendido cada vez mais sobre a conduta
humana correta, pois antes eu tinha um estilo de vida egoíca, era completamente
mundano e gostava de levar vantagem em tudo, ao mesmo tempo em que tinha muitos
complexos de inferioridade, potencializando se assim toda a minha forma egoística
de ser e viver.
Por ter vários
complexos de inferioridade, costumava me posicionar como vitima de tudo e de
todos, então tal visão errônea acentuava a minha maldade em relação às pessoas
do meu entorno, julgando e responsabilizando as por todas as coisas ruins que
aconteciam comigo, adorava apontar para os erros das pessoas como se fosse juiz
e estivesse acima delas, inclusive sendo egoísta, e é engraçado como atua o
complexo de inferioridade dentro das nossas cabeças, por me sentir inferior,
sentia a necessidade de julgar inferior todas as pessoas do meu entorno e convívio,
sendo eu o “certo” em tudo, o ‘certinho da vez’!
Hoje depois de
amadurecido na idade biológica e mentalmente falando, mas principalmente na
prática budista compreendo que mesmo tendo problemas pessoais, ao buscarmos
ajudar pessoas que estão passando por alguma dificuldade nesta vida, acabamos
superando as nossas próprias dificuldades.
A filosofia budista é
bem clara a este respeito que diz, ‘quando iluminamos o caminho das outras
pessoas, iluminamos nossos próprios caminhos’!
Não é fácil mudar da
noite para o dia, pois tudo que somos hoje é o resultado da prática de anos,
mas nunca é tarde, se você sente a necessidade de mudanças porque
inconscientemente você sente que está agindo errado com o seu semelhante,
desafie.
Desafie a si mesmo,
criando uma tarefa por dia e fazendo desta um hábito, até você ficar
condicionado e começar a fazer automaticamente este ‘novo habito positivo’, mas
lembre-se tem que ser ações positivas.
Um exemplo
pessoal; sofria muito por ser orgulhoso, e com tal orgulho negava ajuda para
minha irmã, membro da minha própria família, sendo verbalmente cruel dizendo
que ela estava na “merda” por escolha própria e porque gostava, então imagine
como era fácil para eu ser cruel com pessoas estranhas!
Enfim aprendi no
budismo que de nada adiantava eu praticar uma filosofia de vida correta se agia
de má fé com as outras pessoas (hipocrisia), sendo que tal jeito hostil de
tratar as pessoas não me ajudava em nada, muito pior só piorava o meu
sofrimento e independendo das razões que me levavam a agir daquela forma ruim,
eu precisava me superar e com base nos meus aprendizados da filosofia budista
tinha que fazer a diferença na minha própria vida.
E fazer a ‘grande
diferença em nossas próprias vidas’ implica em fazer mudanças positivas na vida
dos que estão próximos a nós e estão sofrendo por algum motivo, então de
repente pessoas sofrem por não conseguirem administrar seus próprios dilemas de
vida e de repente fazendo o que estiver ao nosso alcance podemos fazer
despertar a pessoa que viveu a vida inteira na escuridão fundamental que aqui
chamamos de ignorância, por esta razão no budismo se fala que ‘quando
iluminamos o caminho das outras pessoas, iluminamos o nosso próprio’.
Mudar não é fácil, pois
somos resistentes a mudanças, mas se por algum motivo você sente que está
sofrendo neste mundo, e a despeito do teu próprio sofrimento tente fazer algo
por alguém que também está sofrendo, tente libertar pessoas dos sofrimentos da ignorância
delas mesmas, de repente você descobrirá que o teu sofrimento é uma gota de água
em relação a um mar de sofrimento alheio.
Para quem não sabe o ‘sofrimento’
é um sinal da própria vida para nos mostrar que estamos errando em nossas
condutas e é tempo de mudar, o ‘sofrimento’ é um alerta que nos faz atentarmos para os nossos
próprios erros e negligencias com as nossas próprias vidas e contra os nossos
semelhantes, por esta razão aprendi no budismo que a opção é sempre nossa, a ‘opção’
a fazer a escolha certa nesta vida, ser feliz ou infeliz, sempre caberá a nós
tal escolha, não sendo responsabilidade de ninguém o nosso sofrimento! (pense e
reflita para uma melhor compreensão dos por quês de seus sofrimentos)
Paulo RK
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