Paulo Rk

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Contemplação da mente

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Os melhores amigos são os da infância, mesmo com a sindrome de Diogenes!


É inquestionável, pelo menos pra mim, os melhores amigos são os da infância.
Sem querer tirar os méritos daqueles que conhecemos ao longo das nossas vidas, e que nos cativam de alguma forma, fazendo questão de estarem presentes nos momentos mais importantes.
Quando digo “melhores”, é por nos conhecermos por mais tempo, e de certa forma, eles (amigos da infância), se tornam como se fossem os nossos irmãos e irmãs.
Pois com o tempo, nos tornamos cumplices de vida, pela própria convivência.
Sou filho caçula, o único varão entre três filhas mulheres, e o meu sonho desde pequeno, sempre foi ter um irmãozinho (mais novo),   ou irmãozão (mais velho), não desmerecendo as minhas irmãs, pois elas são perfeitas!
Portanto eu sempre busquei suprir essa necessidade com os meus amigos, dos mais velhos aos mais novos.
Mas tal transferência não é só verbal, ou por consideração, eu me preocupo com todos eles, como se fossem parte da minha própria família, buscando sempre fazer tudo que estiver ao meu alcance para ajuda-los.
E confesso estar sofrendo por não saber mais, como ajudar um amigo de infância, que esta definhando aos poucos, e que ele próprio não consegue enxergar o mau que ele esta “cultivando” em sua própria vida.
E o pior, dos amigos ele sempre foi o mais audacioso, sempre esteve à nossa frente, foi o primeiro a ter carro, o primeiro a trabalhar numa empresa boa e o primeiro na classe.
Eu sempre o admirei pela sua habilidade em “fazer” dinheiro, mas com o tempo, essa “capacidade” parece ter deteriorado, e o mesmo tem feito muitos negócios ruins, se envolvendo com pessoas caloteiras, ele está criando ojeriza do seu próprio negócio, e o que é pior, da própria humanidade.
E com todas as experiências negativas que ele teve com pessoas, ele chegou à conclusão que deve evitar fazer novos amigos, criando com isso um mundinho fechado, só dele.
Isso não é bom pra ninguém, pois à medida que evitamos ter contato com pessoas, não desenvolvemos a nossa inteligência emocional.
E não foi meu exagero quando mencionei “definhando”, pois  com as decepções mundanas, ele criou um paradigma de quanto mais pessoas ele puder evitar, melhor para ele.
E tenho reparado que ele deixou de fazer muitas coisas que antes ele considerava a sua própria vida, gostava de paixão, atividades como a dança e natação.
Se você pensa que isso é tudo de ruim que pode acontecer na vida de uma única pessoa, não se engane, pois este meu amigo tem a síndrome de Diógenes.
Para quem não conhece esta “doença”, é a mania doentia que as pessoas tem de acumular coisas e objetos, sem ter necessidades.
Embora ele afirme que não pegue mais nada de grande, é comum ao caminharmos, ele ficar se agachando, catando coisas, objetos menores como se fosse catador de rua.
Disse a ele que é extremamente constrangedor para mim, mas a gente sempre releva, afinal de contas, são os nossos amigos de infância, mas nem por isso, deixamos de nos impressionar e comover pela situação de suas atitudes e de suas casas, um verdadeiro depósito.
Um depósito de lixo, pois a maioria das coisas que ele “armazena”, não tem utilidades, guardando apenas pelo prazer de possuí-los.
Pra fechar esse dramático histórico pessoal de um amigo da infância, ele está cada vez mais fanático pelos programas sensacionalistas como os ‘Datenas e Rezendes’, nutrindo ainda mais a sua ojeriza pelas pessoas e pela própria sociedade.
E a cada dia ele repete tudo que vê e ouve nesses programas que eu tanto odeio, como se nós estivéssemos interessados pelas tragédias alheias, ele repete em palavras e com o máximo de detalhes.
O motivo deste texto é a reflexão: “como ajudar um amigo, que cultiva sentimentos destrutivos em sua própria vida”?
Paulo RK

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