Apesar de muita gente não
gostar de ser pobre pelo próprio estilo de vida limitado e humilde, eu adoro
dizer as pessoas sobre a minha pobreza e tenho muito orgulho desta minha
realidade.
E não é falsa modéstia, pois
quem me conhece pessoalmente, sabe muito bem que não escondo as precariedades da
minha vida.
Faço dela um recurso extra,
na verdade um cartão de visita para ganhar coisas que as pessoas mais abastadas
descartam, alegando ter enjoado ou mesmo necessitar de algo mais moderno, por
puro consumismo.
Muitos devem ter ouvido que o
lixo de algumas pessoas é o luxo para algumas outras, tal realidade de vida, me
‘caem’ com uma luva, pois 70% das coisas que tenho atualmente em meu quartinho
foram ganhos.
Não me envergonho em dizer
isso, pois como eu mencionei são utilidades seminovas e bem conservadas, parecendo
que eu as adquiri em lojas, e muitos delas ainda estão na garantia.
Mas a minha humildade não se
restringe a ganhar “coisas”, a verdadeira humildade reside na bonita arte de
apreciar as coisas mais simples da vida, e ter gratidão por eles.
Ontem senti um prazer enorme
em lavar as minhas roupas sujas que estavam acumuladas na dispensa e de varrer
o quintal.
Pode parecer pouca coisa pra
muita gente, que estão acostumados a viajar nos fins de semanas, a comer em
restaurantes badalados, ou mesmo para aqueles que tentam ser o que elas não são
de fato.
Mas uma alegria incontida me
invadiu o ser, o sol estava quente, pois não tem cobertura em cima do tanque de
lavar roupas, sim eu disse ‘tanque’, e das antigas, de um material sintético
que imita mármore, onde esfregamos as roupas nele.
Eu até pensei em comprar uma
maquina de lavar, mas sabe como é, sempre que planejamos algo inesperado
acontece, e um imprevisto levou o meu sonho da maquina de lavar, por agua
abaixo. (risos)
Mas não reclamo, lavei toda a
roupa com dedicação, e o prazer de vê-los estendidos no varal, secando com o
calor do sol e do vento, não tem preço.
Ontem estava tão inspirado
que aproveitei e varri todo o meu quintal, não é um quintal grande, mas estava
uma bagunça, folhas do abacateiro por todos os lados, e alguns sacos plásticos
de mercado e copinhos de plásticos caídos, deixando uma má impressão pra quem
adentrasse nele pela primeira vez.
Fiquei tão satisfeito que não
me cansei, a visão das roupas no varal, e o quintal varrido me revigorou,
lavando toda a minha alma, zerando todo o meu estresse da semana passada, por
ter feito o que estava me cobrando desde a segunda passada.
E as melhores coisas do mundo,
são essas coisas básicas da vida que buscamos fazer com prazer, pois de que
adiantaria eu ficar lamentando por não ter uma maquina de lavar, ou por não ter
alguém que varra o meu quintal.
O pensamento deve ser assim; “se
tenho que fazer algo em minha vida, vou fazer da melhor forma possível, e de
preferência procurar sentir prazer em cada ação, enquanto estiver vivo”!
Afinal de contas a maior
dádiva e riqueza humana é a nossa própria condição de estarmos vivos neste
mundo, e que ironicamente ninguém valoriza, sofrendo com detalhes tão fúteis quanto
banais!
Paulo RK
lavei roupas a vida toda em tanques para meu marido e filhos e hoje estou velha,mais não vejo nada de vantagem nisso pois sinto que não vivi nada e poderia ter vivido mais feliz e melhor e ter feito coisas mais interessantes na vida que ficar na beira do tanque
ResponderExcluirAhammmmmm agora sei que o "anônimo" é uma mulher! Seus comentários são muito engraçados , com todo respeito!!! BEijos e abraços estimados em seu coração!
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