Mundo cão capitalista!

“Achei” um papagaio machucado, no quintal do lugar onde presto serviços semanais. Nem sei como ele chegou até lá, talvez tivesse voado até o local com todas as suas forças, pois estava ofegante, e com as duas asas machucadas. Entrei em pânico, sem querer ser exagerado, pois não suporto ver animalzinho qualquer sofrendo, por alguma enfermidade ou muito pior, pela ação desprezível de algum ser humano desalmado. Além do mais, ele ou ela não sei dizer, era muito fofinho, mesmo tentando me “morder”, pois o bichinho estava apavorado. Para quem não sabe, o bico desse tipo de pássaros, são muito forte e a sua pressão equivale a um alicate de corte, pergunte para quem conhece, não estou exagerando! (risos) Por isso disse que ele quis me “morder”, enfim dramas pessoais à parte, a primeira coisa que fiz foi tentar hidratar o anjinho alado, mas foi tempo perdido. Ele rejeitava qualquer tipo de ajuda, que eu decididamente insistia em ministrar no pobrezinho. Mas tudo em vão, ele parecia estar muito cansado, respirando com muita dificuldade, e eu cada vez mais desesperado, estava começando também a sentir faltas de ar. Até que tive um “insight”, e resolvi leva-lo num veterinário perto do local onde estava. (tamanho desespero) Se eu soubesse do nervoso que passaria no veterinário, eu teria deixado lá mesmo, no local onde encontrei, e que ele morresse em paz, sem ter a lembrança do quanto à espécie humana não vale a pena. Pelo menos teria tornado a sua morte mais digna, pois chegando ao local, fui atendido pelo assistente do veterinário. A pessoa que me atendeu, foi mais grossa que o pior de todos os trogloditas sem compaixão em seu coração. Levei o pássaro numa caixa de sapato, e logo que cheguei perguntei ao rapaz atendente, se ele poderia fazer algo pelo bichinho agonizante. O estupido se quer viu o animalzinho, e me perguntou quem iria pagar pelo seu tratamento? Sem comentários, vai ver que o dinheiro, é mais importante para o fulaninho “profissional”, que deveria presar a vida, antes de qualquer outro fator. Enfim mas não deixei barato, discuti no mesmo tom, até que ele decidiu ver o pássaro, que naquela altura já estava morto. Ainda por cima, o infeliz me corrigiu, dizendo que não era um papagaio, mas uma maritaca, muito comum nos centros urbanos da cidade. Há, há , há, não fazia diferença alguma, pensei comigo mesmo, o tempo em que ficamos discutindo, ele poderia ter feito algo que salvasse a vida deste ser alado. Infelizmente tais descasos não acontecem, só com os animais, seres humanos também morrem por não terem dinheiro. Numa sociedade pobre e miserável a vida humana ou de qualquer outro ser não tá valendo mais nadas! Paulo RK