Aprendi a importância de ter
sentimentos em tudo e com todos nesta vida desde muito cedo com a minha avó,
tipo seja o que você faça na tua vida, faça com sentimentos, pois segundo os meus
antepassados (japoneses), quando fizermos quaisquer coisas, seja no aspecto
profissional ou em nossas vidas com sentimentos, faremos tudo muito próximo à
perfeição.
Mas “perfeição” não no
sentindo do impecável, porque ainda que nós procuremos perfeição em tudo que façamos
neste mundo, com a própria forma humana do eterno aprendiz aqui na terra, existirão
aspectos que sempre necessitaremos melhorar.
O aprendizado aqui na terra é
contínuo e nunca saberemos o suficiente enquanto vivermos aqui neste mundo,
precisando sempre e sempre procurar aprender com todos, tendo a humildade
inclusive de admitir que ainda que estudemos muito, nunca saberemos o suficiente
pra afirmar que sabemos o suficiente.
Enfim sou de família
financeiramente pobre, mas muito batalhadora, sempre lutamos em busca do
melhor, sem ostentar, pois não temos muita coisa para viver uma vida de
ostentação, preferindo cultivar a riqueza que ninguém consegue enxergar, que é
o da riqueza espiritual.
Da onde inclusive nasce todos
os sentimentos humanos, a minha própria avó, pelo menos pra mim, foi um exemplo
de humildade e riqueza espiritual.
Ela sempre contava para os
seus netos que foi criada por uma madrasta que a explorava nos afazeres domésticos,
não dando tempo a ela para frequentar escolas para aprender a ler e escrever,
atividade essa e ao contrário de muitas outras crianças da sua época, era o
sonho da minha vó quando ainda bem pequena.
E apesar das dificuldades
impostas por uma “bruxa” ela não se deixava desanimar ou se frustrar, no fundo
da casa no interior onde ela morava, a família costumava fazer fogueiras, e
tinha muitos carvões, que a minha vó usava para poder escrever no chão e
ensaiar algumas palavras que ela aprendia com alguns filhos da vizinhança,
frequentadores da escola.
A minha vó já morreu e faz um
tempinho, mas lembranças vieram à tona pelo próprio tema deste blog, ‘sentimentos’,
mas apesar do corpo físico ter morrido como todo fim que a matéria terá aqui na
terra, ela deixou um grande legado dentro de mim, e ela continua viva, fazendo
parte do meu coração, quando lembro tudo que ela me ensinou enquanto morava com
nós.
E um dos mais bonitos sentimentos
que ainda estão vivos em mim é da sua humildade e amor, que ela tinha com todos
os netos, todos os fins de anos ela comprava um caderninho pequeno um lápis e
uma borracha, embrulhando todos com esmero e profundos sentimentos, ela mesma
entregava com muita alegria, como se fosse um presente de muito valor, apesar
de eu ter sido ingrato, pois mesmo ainda não sabendo escrever, eu queria ganhar
uma caneta Bic e não um lápis e uma borracha. (risos)
Pelo menos pra ela aquele
presente tinha muito significado, pois acreditava que tal presente incentivava os
seus netos a irem pra escola, principalmente, pra mim, pois não lembro se meus
primos e primas tiveram ojeriza de ir pra escolas tanto quanto eu tinha.
(risos)
Mas enfim, recentemente eu
presencie algumas pessoas ao meu redor, que só fazem suas obrigações por apenas
cumprirem seus cronogramas, não se importando com o que estão fazendo, apenas
executando como se fossem autômatos, ‘automaticamente’, foi quando lembrei os
ensinamentos de minha vó ela dizia; que quando fazemos qualquer coisa nesta
vida com sentimentos às pessoas iriam perceber pela minha própria consideração
e o meu trabalho iria se destacar em relação aos trabalhos que foram feitas
automaticamente, sem nenhum sentimento.
Então eu percebo muito as pessoas me elogiarem
rotulando, dizendo que fiz um trabalho com perfeição por ser ‘japonês’, quando
na verdade não é nada disso, eu apenas fiz com sentimentos, e sentimentos não
são privilégios de determinados grupos étnicos, todos somos providos desta ‘emoção’
e podemos aplica-la em tudo nesta vida, buscando sempre fazer o melhor por todos
com todas as pessoas e principalmente por um mundo melhor!
Paulo RK
A voz da sabedoria ... em minha vida esta voz foi a de minha mãe Paulo.
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