Uma mãe sempre conhece seus
filhos melhor do que ninguém neste mundo, afinal de contas foram elas quem nos
carregou em seus ventres por nove meses!
A minha mãe sempre me
alertava para eu trabalhar melhor com os meus sentimentos depois de certa idade
adulta, pois tal sentimento me faria sofrer neste mundo.
Ela estava falando da minha
falta de capacidade de perdoar as pessoas.
Diferente das minhas irmãs,
se eu brigo hoje com alguém, não consigo esquecer ao amanhecer e fico magoado
por um bom tempo com a pessoa, demorando a falar com a mesma.
Com as minhas irmãs é
diferente, brigou hoje, tá falando amanhã como se não tivesse acontecido nada,
simples assim!
Estaria mentindo se dissesse
diferente, sou assim e tenho a consciência de que tal comportamento é o meu
pior defeito depois de adulto.
O tempo passou desde a época
quando morava com os meus pais, amadureci, hoje percebo o quanto sofro por ser assim, e mais ainda porque me
tornei budista, e para ser um praticante desta filosofia, a sinceridade com nós
mesmos, é primordial, um bom budista é sincero consigo mesmo em tempo integral
e principalmente com as outras pessoas do nosso convívio.
Eu sofro, pois aprendo nesta
filosofia a ter tolerância com as outras pessoas, buscando sempre compreender
que todos, como seres humanos temos os nossos próprios defeitos, inclusive eu
próprio.
Não gostaria de ser julgado e
desprezado por ter esta característica pessoal inerente, portanto eu não devo
julgar as pessoas que me contrariam em vida,
deixando de lado as rusgas e os desentendimentos dos dias anteriores no
passado, e recomeçar do zero no dia seguinte, conforme o próprio Buda menciona
em seus ensinamentos.
E o que me dói mais em minha
consciência é que pessoas como as minhas irmãs, que não praticam o budismo ou
qualquer outra religião conseguem ser melhor neste quesito do que eu, elas simplesmente
esquecem ou relevam situações conflitantes.
Poderia mentir para as
pessoas e fingir ser lindo, maravilhoso e perfeito só porque pratico o budismo,
mas estarei mentindo pra mim mesmo e cometendo o pior de todos os pecados nesta
vida, deixando de evoluir espiritualmente.
Mas nada é perdido, e nem me
sinto pior que as pessoas que conseguem perdoar as outras pessoas, com mais
facilidade do que eu, pois a cada ano e com o advento do próprio amadurecimento,
e com os direcionamentos da própria filosofia budista, sinto que estou
conseguindo colocar em prática os sentimentos de tolerância com o próximo.
Falta muito até eu superar
esta “deficiência” pessoal, mas acredito que enquanto estiver vivo tenho
motivos e chances para consertar todas as coisas erradas que percebo em mim e
que por tabela, me faz sofrer neste mundo.
E conforme as próprias palavras de Buda, Jesus
e entre muitos outros seres de luz que vieram ao mundo para nos ensinar,
ninguém veio ao mundo para sofrer, e se você estiver fazendo qualquer coisa
errada é porque está na hora de você mudar seus próprios defeitos e falhas como
pessoa!
Caso não queira mudar, fica
por conta própria, pois a vida prossegue em frente, o conceito da evolução, é
sempre nos tornar melhores, superando todas as nossas fraquezas inerentes e
enquanto estivermos vivos, significa que ainda temos tempo para mudar, não sendo
tarde pra nada, pense nisso!
Paulo RK
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